[Crítica] Filme: “Coringa”
Coringa (Joker. EUA, Canadá, 2019)
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Todd Phillips e Scott Silver
Elenco: Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz, Frances Conroy, Brett Cullen, Shea Whigham, Bill Camp, Douglas Hodge, Dante Pereira-Olson,
Distribuidor internacional e brasileiro: WARNER BROS
Sinopse: Coringa é uma história original do vilão nunca antes vista no cinema. A versão de Phillips sobre Arthur Fleck (Phoenix), um homem desprezado pela sociedade, não é só uma visão realista do personagem, mas também uma lição de vida. (WARNER BROS)
Se passando numa Gotham City oitentista que está no meio de uma crise socioeconômica, se encontra Arthur Fleck (Joaquim Phoenix). Um pacato cidadão que trabalha de bicos como palhaço para sustentar sua mãe doente. Arthur é um cara magrelo, estranho e sofre de um distúrbio neurológico que o faz rir involuntariamente quando fica nervoso. Tendo que enfrentar os problemas da vida: um emprego merda, olhares tortos e deboches, ele não se sente pertencente aquela sociedade e isso o corrói a cada dia.
“Coringa” não é um filme de super heróis, ele é angustiante e dramático do início ao fim e tem total pé no mundo real. O filme mostra a decadência de um cidadão que vive na desigualdade social e é maltratado e pisoteado por ela. Joaquin Phoenix consegue passar a angústia, a tristeza e a loucura do personagem de forma muito real o que transmite a dor do personagem de forma muito clara.
O caos que Gotham está passando reflete uma imensa crítica com a desigualdade social e como a rotina e a falta de recursos pode enlouquecer o ser humano. O telespectador pode dar razão para Arthur Fleck e sentir muita empatia por ele, ele é um ser humano necessitado de atenção e carinho, mas foi pisoteado e ridicularizado sua vida toda, ele não vê mais sentido na vida até ser reconhecido por um ato terrível e se sentir poderoso com isso.
O longa metragem choca, causa angústia e desconforto por mostrar uma grande realidade da vivência da sociedade. Alguns estão definindo-o como um terror psicológico por conta dessas características e ele faz mesmo jus ao gênero. Talvez o momento final tenha parecido um pouco vago e com a sensação de “já acabou?”, apesar de ter 122 minutos de duração, mas imagino que seja por conta da conexão que o personagem consegue fazer com o público.
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