Filme: Bohemian Rapsody
God Save The Queen
O lançamento da semana “Bohemian Rapsody” dirigido por Brian Singer retrata parte da trajetória da banda de rock Queen. O filme foca no vocalista, Freddie Mercury (Rami Malek), iniciando com suas origens, até o fim da sua vida. Ainda assim, os outros integrantes do grupo e pessoas que estiveram por trás do sucesso da banda são apresentados.
O lançamento da semana “Bohemian Rapsody” dirigido por Brian Singer retrata parte da trajetória da banda de rock Queen. O filme foca no vocalista, Freddie Mercury (Rami Malek), iniciando com suas origens, até o fim da sua vida. Ainda assim, os outros integrantes do grupo e pessoas que estiveram por trás do sucesso da banda são apresentados.
O filme não consegue falar sobre tudo o que aconteceu. Isso não é novidade, afinal em cerca de duas horas é impossível dar conta do mundo. As personagens estão ali executando suas funções de serem coadjuvantes da vida de Mercury o tempo todo. Eles são seus amigos, sua família, amores, decadências e escolhas em sua existência. É disso que o filme fala: do processo que leva, e eleva, Farrokh Bulsara ao status de Freddie Mercury.
De maneira divertida o diretor entrega ao espectar a história do sucesso desejado por jovens músicos e suas consequências. As cenas nas quais eles estão compondo, ensaiando ou gravando discos são mágicas e intimistas. Possibilita que entremos naquela ideia de clima familiar e amigável. Eles são divertidos, criativos, geniosos e geniais.
Em vários momentos a obra foca no processo de criação de Freddie, como no momento em que ao piano ele compõe a música que dá nome ao filme. A ambientação isolada, aconchegante, com foco no rosto e nas mãos de Rami Malek afirmam a genialidade do vocalista da Queen.
Além de Malek, os demais atores etão confortáveis em suas personagens. O trabalho realizado por eles. Ben Hardy (Roger Taylor), Joseph Mazello (John Deacon) e Gwillyn Lee (Brian May) são cópias fieis do baterista, baixista e guitarrista – respectivamente – da banda. Ao buscar por fotografias dos atores em outros filmes e/ou em séries, a diferença do que vemos na tela é gritante.
Nas cenas em que a banda toca – todas cenas com playback – gestual é muito semelhante ao que se vê nos vídeos de entrevistas ou apresentações.
A maneira como a passagem do tempo é tratada pode confundir quem não conhece a trajetória da banda. Em alguns momentos o salto temporal que é dado demora a ser estabelecido por datas, fatos ou algum indicativo. Em outros momentos não, pois os anos são apresentados junto as turnês e lançamentos dos discos.
Outra sensação que existe em todo o filme é a de “fábula” no qual as coisas são belas, até o momento que o sucesso e a ganância corrompem o “mocinho” e este passa por um processo de decadência e sofrimento. O maniqueísmo existente por trás desse argumento coloca a bissexualidade de Freddie no lugar de uma das culpas de sua decadência, mesmo ao mostrar a manipulação que ele sofria por meio da confiança em Paul Prenter (Allen Leech).
A trilha sonora do filme contém grandes sucessos da banda e suas reproduções sempre são uma imersão. Não há quem não cante ao menos uma das músicas, ou estale os dedos, ou bata os pés e as mãos em algum momento. A energia que transita na sala de cinema ao som de sucessos como “We Will Rock You” ou “Radio Gaga” será uma injeção de ânimo em quem assistir ao filme.
Ao fim, a apresentação da banda no Festival Live Aid, encerra “Bohemian Rhapsody” de maneira a afirmar o que foi supracitado: apesar dos conflitos o amor – próprio, familiar e fraternal – permite que aquelas pessoas se amem novamente.
Ouça aqui a trilha sonora
Bohemian Rapsody (2018)
Distribuidora: Fox Filmes do Brasil
Direção: Bryan Singer, Dex Fletcher
Roteiro: Anthony McCarten
Elenco: Rami Malek, Lucy Boynton, Ben Hardy, Joseph Mazzello, Mike Myers, Gwilym Lee, Aidan Gillen, Allen Leech, Tom Hollander, Aaron McCuster
Direção de Arte: Rachel Aulton, David Hindle
Montagem: Newton Thomas Sigel