Especial Ally Condie: Destino e Travessia (parte 6)

“Quando ouvi falar em Destino, a primeira coisa em que notei (não tem como não notar!) foi a capa, que é belíssima! E ela faz todo o sentido depois que você conhece a história do livro. Nela, vemos Cassia usando vestido verde que ela usa no Banquete do Par, evento em que lhe será apresentado o seu futuro marido. Ela não tem escolha. É a Sociedade quem decide isso para ela. Isso e todas as coisas da vida, até mesmo a morte. Ela está presa… numa espécie de bolha. A capa é genial, delicada e linda! Sem mais.

Mas vamos falar do que Destino se trata: o livro começa com esse tal Banquete do Par. Cassia está ansiosa e confiante porque finalmente vai conhecer o companheiro que estará ao seu lado por toda a sua vida. Então, surgem no telão o nome e o rosto dele: Xander Carrow. Cassia fica feliz por uma boa razão: geralmente os companheiros são pessoas desconhecidas, de lugares diferentes, mas ela teve a sorte de ter um amigo como escolhido. Mas então, no cartão que lhe é entregue com todas as informações sobre o seu par, a tela se apaga. Rapidamente retorna, exibe um rosto completamente diferente (e desconhecido) e se apaga novamente. Cassia fica cheia de dúvidas, porque, afinal, a Sociedade, que nunca comete erros, acabou de cometer um! Ela então se vê desejosa por descobrir e principalmente por escolher.

Eu havia colocado bastante expectativa sobre Destino. Muitos leitores e blogueiros literários estavam elogiando o livro. Não via, então, a hora de poder lê-lo! Ganhei o livro num sorteio e, depois de uma longa demora para tê-lo em mãos, finalmente comecei a leitura. Eu lia uma página e a minha ansiedade para saber o que aconteceria na seguinte aumentava 10%. Lia e aumentava, lia e aumentava, lia e aumentava… Até que percebi que eu havia terminado o livro e o que eu esperava simplesmente não aconteceu. As minhas expectativas não foram correspondidas.

Apesar de ter uma narrativa que flui perfeitamente, Destino não tem um clímax, muito menos um bom desenvolvimento. Tudo acontece de forma tão… idiota. Tudo bem que tudo ali tem uma simbologia interessante. Mas é, digamos, simbolicamente idiota! A relação entre Cassia e Xander e até mesmo entre Cassia e Ky, o dono do rosto desconhecido, não convencem. Sem falar que a autora pretendia criar um triângulo amoroso, mas acabou escanteando uma de suas vertentes: Xander, que não aparece na história nem um terço do que Ky aparece.

Entretanto, se por um lado Ally Condie pecou nesses pontos, por outro acertou nisto: o funcionamento da Sociedade. É ótimo ler um livro distópico que lhe apresenta de forma sólida e interessante as características do mundo que ambienta a história. E Destino tem isso! Um dos pontos que mais me chamou a atenção foi a questão da morte. Todos morrem aos 80 anos. É justo? Não. É igualitário? Sim. A Sociedade preza pela igualdade e todos aceitam isso, porque sabem que durante esses 80 anos terão uma vida digna, feliz e boa.

Por fim, Destino foi um livro que me decepcionou, mas que trouxe boas reflexões. E é isso: Destino é mais uma reflexão do que uma aventura de tirar o fôlego. Seria uma mentira dizer que não quero ler a continuação, Travessia. A capa do segundo livro, assim como a do primeiro, é linda e já mostra que as coisas podem melhorar (ou pelo menos se tornar menos tediosas). Nela, Cassia quebra a bolha em que se encontra presa, mostrando que ela quer sair dessa bolha em que a Sociedade a prendeu. Espero que a história realmente melhore, porque Destino conseguiu me fazer querer ler Travessia, infelizmente não pelo fato de o final ter me deixado ansioso, mas porque odeio começar uma série e não terminá-la.”

 Parabéns ao Arthur, pela coragem de desafiar a Sociedade alterando as regras e mudando alguns conceitos, dessa forma que percebo como já mencionado “o aceitar” está sendo transformado. Será que todos vocês concordam com ele?

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