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Mundo sombrio de Sabrina – Parte 4 | Crítica

Fazendo um pastiche da estética interessante que trouxe interesse para a série na primeira temporada e sem conseguir se apoiar na metáfora do crescimento da segunda temporada, resta so desfecho se apoiar nos erros da terceira sem conseguir replicar os seus poucos acertos.

Cancelada pela Netflix antes que pudesse ter uma prometida Parte 5 que contaria com um crossover com Riverdale (alardeado por citações aqui e acolá) a série que sempre apostou em promessas acabou sem as cumprir. Desde sua popular estreia, adaptando os quadrinhos da Archie Comics e com doses pesadas de soft horror, “O mundo sombrio de Sabrina” teve bastante hype no Brasil pelo saudosismo com a série de comêdia que a precedeu.

Pelo caminho descobrimos que Sabrina Spellman é meio bruxa, meio mortal, filha de Lúcifer (Luke Cook), rainha do inferno (ou pelo menos uma de suas versões é), cantora nas horas vagas e nesta temporada, o recpetáculo perfeito para as entidades destruidoras do universo. Comum a estas séries de fantasia e terror, a cultura do “mais e maior” parece não ter feito bem à produção. Aparentemente já sem rumo, a temporada aposta numa “paródia da paródia” de si mesma. Ao referenciar a estrutura de desafios da terceira temporada (troque aqui os reis do inferno e a busca pelas relíquias pelas aparições dos terrores) ou ao buscar repetidamente fazer referências à aparição dos monstros lovecraftianos nos quadrinhos da Archie Comics, a temporada final gasta e gasta tempo sem chegar a lugar nenhum.

A trama, que aposta na inserção dos Terrores Sobrenaturais, nunca muito bem explicados e que remetem à coqueluche lovcraftiana atual, volta a dar destaque nas artimanhas teatrais de Padre Blackwood (Richard Coyle) e em personagens que já tinham seu arco completo. Aqui falamos tanto de Lilith quanto da Srta. Wardwell (interpretadas por Michelle Gomez, cujo talento é desperdiçado). Regras do universo são quebradas a qualquer momento, personagens tem seu passado alterado em passes de mágica e momentos de choque desaparecem da mente assim que acontecem. Tudo isso com a certeza que um diálogo expositivo resoloverá todos os problemas.

A conclusão, infelizmente, é um climax com cara de final de novela espírita da Globo, só que sem os múltiplos finais felizes. Não chega a ser exatamente uma surpresa para quem é fã da personagem e conhece seus quadrinhos que chegaram no mesmo esgotamento. Agora é esperar que alguém faça um novo resgate da veia humana que a série original tinha, que ao tomar liberdades e trazer tudo para o humor adolescente entendeu melhor o que significa ser uma bruxinha em crescimento. O “mundo sombrio” não precisa ser sério para ser bom. Pena que essa lição se perdeu….

Ficha Técnica: O Mundo Sombrio de Sabrina – Netflix

  • Título Original: Chilling Adventures of Sabrina
  • Ano produção: 2018-2020
  • Distribuidora: Netflix
  • Dirigido por: Lee Toland Krieger, Maggie Kiley e Rob Seidenglanz
  • Classificação: 16 anos
  • Gênero: Drama, Suspense, Terror
  • Países de Origem: EUA

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