Crítica “Unicórnio”
Unicórnio (2017)
Direção: Eduardo Nunes
Elenco: Bárbara Luz, Patrícia Pillar, Zé Carlos MachadoNuma rústica casa de campo, a jovem Maria aguarda ao lado da mãe a volta de seu pai, um sujeito que abandou a família. A relação entre as duas sofre uma mudança quando um novo vizinho chega à região.
”Unicórnio” de Eduardo Nunes (“Sudoeste”, 2016) é baseado na obra de Hilda Hilst, escritora brasileira. No elenco temos a estreante Bárbara Luz, interpretando Maria e Patrícia Pilar, como sua mãe. O longa foi exibido na Mostra Generation do Festival de Berlim, em 2017.
Um filme de grande beleza visual, com cores impactantes e atraentes representando o imaginário de uma garota, é o que a nova obra e Nunes nos oferta. O ser mítico pode ser associado a inocência da menina e a toda sua docilidade que Luz consegue transmitir.
Ela e Pilar compõem uma bela família, cercada pela aura de fábula que a mescla os contos de Hilst. Ambas são cercadas por dúvidas e descobertas que acentuam o clima fantástico que habitam na obra. As duas atrizes são “deliciosas” em cena. Possuem empatia e se mostram confortáveis ao atuarem.
O texto recheado de simbolismos permite que os espectadores tenham múltiplas visões do que é dito. Os diálogos soam estranhos, as situações beiram ao absurdo e isso tudo complementa a proposta do filme. Porem, o tempo é mal aproveitado. Não apenas o tempo interno da narrativa, mas também sua metragem. O belo visual e o apelo provocado pelo misterioso não conseguem fazer com que a narrativa flua. O tédio pode se apossar do público ao longo das duas horas de projeção.
Ainda assim, o filme é poético e a novata, Bárbara Luz, é um encanto a parte interpretando Maria.
Nota: 2,5/5
Assista aqui ao trailer: