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Crítica “Três Anúncios Para Um Crime”

Três Anúncios para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, 2017)
Direção: Martin McDonagh
Roteiro: Martin McDonagh
Elenco: Frances McDormand, Sam Rockwell, Woody Harrelson, Caleb Landry Jones, Abbie Cornish, Lucas Jedges, Zeljko Ivanek, Amanda Warren, Sandy Martin, Peter Dinklage, Sandra Weaving
Fotografia: Bem Davis
Trilha Sonora: Carter Burwell
Edição: Jom Gregory
Direção de Arte: Inbal Weinberg

Inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, Mildred Hayes (Frances McDormand) decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o Delegado Willoughby (Woody Harrelson), responsável pela investigação.

 

Depois de meses passados do homicídio de sua filha e, nenhum culpado encontrado, Mildred Hayes faz uma jogada ousada. Em três outdoors, antes abandonados, publica três anúncios objetivos com indagações profundas e polêmica sdirigida a William Willoughby, o venerado chefe da polícia da cidade. Quando seu segundo oficial de comando Dixon (Sam Rockwell), um “filhinho de mãe” imaturo com uma inclinação para a violência, se envolve, a batalha entre Mildred e a aplicação da lei de Ebbing se torna exacerbada.

A raiva e seus desdobramentos é o fio condutor em Três Anúncios. As ações dos personagens principais e secundários estão diretamente conectadas. Nada do que fazem ou falam e gratuito. Em uma crescente de raiva, ódio e violência as ações de Hayes são complementadas pelos atos de Willoughby, Dixon e demais moradores da cidade.  Frances McDormand, indicada ao Oscar 2018 de melhor atriz, fez um trabalho secional. A personagem de Frances nos momentos íntimos e privados consegue transmitir a tristeza de desconsolo de uma mãe ao perder o filho, mas sua raiva e sede por justiça ainda fala mais alto.

Falando em atuação outro personagem que merece destaque é o de Sam Rockwell, também indicado ao Oscar 2018 na categoria melhor ator coadjuvante, que tem um dos arcos mais interessantes do filme. Dixon é um policial politicamente incorreto (ignorante, racista e truculento) digno de repulsa dos espectadores. Mas ao longo de filme vamos percebendo que sua conduta e motivação são para mascarar sua fragilidade. Sua violência desmedida é o escape para seus problemas de trabalho e familiares.

Três Anúncios para um Crime é um drama sombrio e cômico do diretor e roteirista Martin McDonagh.  Ele optou por priorizar as atuações ao invés de utilizar recursos visuais para contar sua historia, escolhendo uma fotografia evocativa da frieza, distanciamento emocional dos personagens e injustiça, mas também com cores mais quentes o que nos da a ideia de tentativa de recomeço.

Nota: 5/5

Assista ao trailer aqui:

 

2 comentários sobre “Crítica “Três Anúncios Para Um Crime”

  • Não assisti mas vi o quanto foi aclamado no oscar, não é um gênero que me agrada mas pude perceber que é um filme forte, creio que até melancólico. Ainda não senti vontade de vê-lo. Quem sabe futuramente.

    Resposta
  • Acho que priorizar as atuações pode ter sido um acerto da produção. Ver as nuances de cada personagem, suas motivações e fragilidades deve ser um ótimo fio condutor para o telespectador se conectar com a trama. Acredito que o livro deve ser um drama para ser notado é visto.

    Resposta

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