Crítica “Super Dark Times”
Tempos Obscuros (SuperDark Times,2017)
Direção: Kevin Phillips
Roteiro: Luke Piotrowski e Bem Collins
Elenco: Owen Campbell, Charlie Tahan, Elizabeth Cappuccino, Max Talisman, Amy Hargreaves, Sawyer Barth
Quatro amigos vivem uma vida normal de adolescentes em uma pacata cidade nos anos 90, ois deles melhores amigos de infância, quando resolvem brincar com uma espada samurai gerando uma tragédia na vida deles. Agora eles terão que lidar com as consequências, colocando em prova suas amizades.
Com uma pequena abertura bastante noventista, “SuperDark Times” (2017) traz, inicialmente, um ar de séries como “StrangerThings” (2016) e “Everything Sucks!” (2018) podedo ser comparado ao suspense de estilo “Conta Comigo” (Stand By Me, 1986).
O primeiro ato tem o ar do típico filme sobre adolescentes americanos, dos anos 90, que abordaria temas como: adolescentes deslocados, bullying, a garota cobiçada, etc., mas não se deixe enganar, pois esse filme traz algo muito mais intenso.
O filme todo se passa na percepção do protagonista Zach (Owen Campbell), fazendo com que o telespectador veja tudo do seu ponto de vista, inclusive as próprias conclusões tiradas sobre os outros personagens.
Apesar de possuir um ritmo mais lento que as aventuras do gênero, a trilha sonora, tem vibe new wave o que ajuda a deixar as cenas mais pesadas e agonizantes, proporcionando ansiedade ao telespectador. Esta faz você sentir, juntamente do personagem, as consequências que essa tragédia vai trazendo para a vida dele e entender melhor como ele lida com isso.
É o primeiro longa-metragem do diretor Kevin Phillips e dividiu opiniões do público por finalizar deixando perguntas no ar, o que me fez lembrar de “Donnie Darko” (2001). Os fãs já terem criaram teorias para tentar explicar ao filme e preencher essas lacunas.
A maior sensação que tive enquanto assistia ao filme era de que eu não estava preparada para o que estava por vir. Eu simplesmente não tinha ideia do que iria acontecer a cada cena. Isso angustia, provoca ansiedade. Sem contar que há técnicas escolhidas para aumentar essa tensão- que canalizam essa sensação -, como cochichos, cenas ilógicas e bizarras de pesadelos e, movimentos de câmera – incomuns – para a transição das cenas. Ocorre a quebra de parte da tensão nas cenas de romance entre o protagonista e a garota cobiçada por ele, interpretada pela atriz Elizabeth Cappuccino, retomando assim a sensação de filme de adolescente americano dos anos 90.
“SuperDark Times” é único, com um tema comum faz você desmoronar junto aos personagens. A atuação de Owen Campbell permite que você sinta o que o personagem está passando com apenas um olhar. Não é um filme que podemos considerar trivial, o que pode trazer desgosto a alguma parte do público, mas a sensação que ele transmite é particular, desde que você se permita adentrar naquela história. Vale muito a pena assistir.
Bruna Dutra, estudante de psicologia apaixonada por artes, especialmente Cinema. Considerada estranha desde criança por sua fixação por filmes de terror e serial killers, nunca deixou essa definição afetar suas apreciações. Músicas dos anos 80 é o seu segundo nome e uma boa refeição (especialmente churrasco e x bacon) é o seu ponto fraco.