Crítica “Sicario: Dia do Soldado”
Sicario: Dia do Soldado (Sicario: Day of the Soldado, EUA, 2018)
Direção: Stefano Sollima
Elenco: Benicio Del Toro, Josh Brolin, Isabela Moner, Catherine Keener, David Castaneda
Roteiro: Taylor Sheridan
Distribuidor brasileiro: Sony Pictures
É curioso como “Sicario: Dia do Soldado” parece um filme de faroeste. Dois heróis que são amigos enveredam por missão cheia de detalhes escondidos para salvar a América das areias movediças do terrorismo. Vilões são humanizados, a honra e a dignidade são exaltadas mais que o propósito em si da missão desses heróis que funcionam como soldados não oficiais do governo americano. As semelhanças com o gênero faroeste não param por aí, e isso é mostrado sem afetação passando quase despercebido, exceto quando um dos mocinhos descarrega sua arma contra mafioso como se fosse o próprio Django de Franco Nero.
O uso desses recursos não é negativo e funciona bem, assim como manter durante toda a história o ar de suspense. Existe um esforço para que a trama se destaque, pois filmes de ação temos aos montes, histórias de conspiração terrorista onde os governos sujam as mãos com o sangue de seu povo é outro fato já bastante conhecido pelo público.
Mas “Dia do Soldado” cumpre bem sua missão, utilizando os bons atores que possui para segurar a história, toda baseada na luta contra os terroristas que mesmo diante da poderosa máquina norte americana conseguem se infiltrar nos EUA, convertem americanos para os propósitos terroristas e utilizam fontes de capital que são o ponto fraco contemporâneo: o tráfico de drogas.
Esse contexto é abordado de forma bem sutil, não é o foco principal do filme, mas fica ali registrado que cada vez mais o que decide as lutas de poder nem sempre é o poder militar vangloriado pelos americanos. A força humana em si tem uma capacidade de se adaptar e se reerguer que o exemplo da Guerra do Vietnã parece não ter sido a lição aos americanos. É uma análise interessante se pensarmos que este é apenas um bom filme de ação. Cada vez mais os conflitos ultrapassam as fronteiras dos países e o ‘simples’ atentado de um homem bomba em supermercado nos Estados Unidos possui origem na África e passa pelo México.
Embora “Dia do Soldado” seja a continuação de “Sicario: Terra de Ninguém”, é mais interessante pensar nele distante de seu antecessor, até porque a comparação pode ser injusta. Mas o verdadeiro foco desse filme é a criação/formação desse soldado (que podem ser dois soldados, fica o palpite). E o grande mérito do filme é que isso só fica absolutamente claro na última cena, mesmo que seja óbvia. Esse soldado que dá nome ao titulo do filme aparece e é construído aos poucos sem grandes surpresas para nós que assistimos, mas podemos testemunhar a formação desse personagem de maneira bem mais interessante do que se costuma fazer nesse tipo de filme, onde se utilizam de efeitos extravagantes e motivos como a vingança. Não, aqui o soldado é simplesmente predestinado, dotado de forte instinto, sorte e certo carisma. Exatamente como nos westerns.
Nota: 3,7/5
Trailer Oficial:
Boa crítica. Eu gostei muito mais do segundo do que do primeiro filme, é um longa que nos prende. É incrível como Benício Del Toro trabalha tão bem. No sicario dia do soldado a historia está bem estruturada, o final é o melhor, é super interessante e nos faz refletir, além de ser um filmaço. Recomendo a todos.