Crítica “Por Trás dos Seus Olhos”
Por Trás dos Seus Olhos (All I See Is You, 2017)
Diretor: Marc Forster
Roteiristas: Marc Forster, Sean Conway
Elenco: Blake Lively, Jason Clarke, Danny Huston, Ahna O’Reilly, Miguel Fernández, Wes Chatham, Xavi Sánchez, Sirinya Bishop Yvonne Strahovski
Direção de Fotorgrafia: Matthias Koenigswieser
Direção de Arte: Tristan Mur Navarro, Siranat Ratchusanti
Montagem: Hughes Winborne
“Por Trás dos Seus Olhos”, dedica boa parte de seu tempo explorando as dificuldades e peculiaridades da vida de uma jovem cega. Para quem não vive isso, as dificuldades se ressaltam. Mas o filme aborda a dependência dela com o marido e brinca com as possibilidades de uma vida nova quando se tem oportunidade de recuperar a visão.
Há alguns anos, em consulta médica, descobri que estava com problema sério nos olhos e, que se não tratasse teria que recorrer a transplante de córnea. Além desse susto, quando coloquei lentes de contato adequadas levei outro susto pois percebi que sem elas não enxergava nada. Era como se minha visão se convertesse de uma TV analógica com chuvisco para uma resolução 4K. Este é um exemplo, para demonstrar que situações de limitações físicas, provavelmente, são melhor compreendidas por quem passou por isso. Quando a limitação é superada ou contornada a sensação de renascimento é absurda. E isso é bem explorado no filme.
Muitos cineastas já se arriscaram nessa narrativa sensorial. Lembro que a experiência de ver “Ensaios Sobre a Cegueira’’ (2008) de Fernando Meirelles foi extremamente agressiva. É um filme difícil de assistir e não pensar sobre ele depois. A lista de filmes com esse tema é longa e as possibilidades de abordagem são infinitas.
“Por trás de Seus Olhos” fica na corda bamba: não chega nem perto de um fracasso, mas perde a oportunidade de ser grandioso. A história te envolve, mas você pode não concordar/entender o desfecho. O fato é que provavelmente isso significa que comprou a história do filme.
A jovem que era quase totalmente cega (via borrões) tem a oportunidade de recuperar significativamente a visão. E isso se converte em renascimento. Uma nova mulher se abre ao mundo, aparentemente muito forte. Aparentemente. Compreendi que ela era forte. Perguntei a outras pessoas, que tiveram opiniões distintas. Com isso percebi que o filme se presta a isso: deixa para você decidir o que é aceitável ou não nas escolhas conflitantes da jovem.
Nota: 3,1/5
Trailer Oficial:
https://www.youtube.com/watch?v=fXCR8FovC2g
Adoro as criticas porque consigo entender melhor os filmes que ainda não vi. Na minha opinião ela é uma mulher forte mas que não sabia como viver sozinha porque sempre dependeu do marido, acho que depois de recuperar a visão ela quis sair dessa zona de conforto e explorar o mundo que ela não enxergou por anos
Vejo que as escolhas feita pela protagonista depois de ter a oportunidade de enxergar de fato, são polêmicas. Fiquei pensando nisso. Espero ver um dia pois eu que sou totalmente dependente de óculos e tenho alta dependência tenho uma base pra compreender esse ponto.
Beijos
Nathalia, assista também “Ensaios sobre a cegueira”. Abraço!