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Critica “Paris 8”

Paris 8 (A Paris Education, 2018)
Direção: Jean-Paul Civeyrac
Roteiro: Jean-Paul Civeyrac
Elenco: Andranic Manet, Diane Rouxel, Jenna Thiam

Etienne vai a Paris para estudar cinema na Sorbonne. Ele conhece Mathias e Jean- Noël, que compartilham sua paixão por filmes. Mas, conforme passam o ano estudando, precisarão enfrentar os desafios da amizade e do amor, assim como escolher suas batalhas artísticas.

O diretor Jean Paul Civeyrac em seu último longa, Paris 8,  acompanha as dificuldades de Etienne (Andranic Manet), que se muda para Paris para estudar  cinema na Sorbonne.  Filmado em widescreen preto e branco, com mais de duas horas de duração a obra conta com muitas cenas dedicadas a longas discussões sobre filmes, livros e o desespero da existência.

Mesmo se passando na Paris do século XXI o filme retira as inconveniências modernas da vida, deixando o elenco sem as aparentes distrações e implicações proposta pelo uso da tecnologia.  Tudo é destilado através do olhar muito específico de um amante do cinema francês, o próprio Etienne. Ele parece viver em uma bolha de filmes de arte, pré-anos 60, literatura clássica e a música, de Johann Sebastian Bach, que é utilizada como trilha sonora.

Filme é narrado de maneira episódica. A cada seqüência é inserindo títulos de capítulos que dividem a história em quatro seções e um breve epílogo.  Civeyrac nos faz acompanhar o primeiro ano de Etienne na escola de cinema. Nesse ano ele rapidamente se junta a dois colegas: o alegre e bastante prestativo Jean-Noel (Gonzague Van Bervesseles) e o arrogante e sedutor Mathias (Corentin Fila), que fala sobre filmes como se ele fosse o próximo Jean-Luc Godard, mas ainda não colocou suas palavras em ação.

Há um pouco de drama envolvendo um triângulo amoroso entre Etienne, sua colega de apartamento Anabelle (Sophie Verbeeck) e Mathias. Mas esse conflito parece ser menos importante do que as questões candentes que mantêm o rapaz e seus amigos acordados à noite: eles se tornarão grandes autores um dia? Será que eles vão mesmo fazer filmes? Ou o escopo de seus sonhos será diminuído pela realidade?

A falta de “modernidade”, o uso de alguns diálogos improváveis e as duas hora de duração poderiam prejudicar o filme, mas graças a excelente atuação do jovem elenco juntamente com o final ambíguo e sugestivo faz de  Paris 8 um filme indispensável para os amantes de cinema.

Nota 3,5/5

3 comentários sobre “Critica “Paris 8”

  • Adorei a ideia do preto e branco mesmo relatando uma Paris moderna, a trilha sonora em ? Bach é só amor. Gostei do tema de abordagem, creio que é uma pergunta que todos nós nos fazemos “será que vou conseguir realizar meu sonho?” principalmente na faculdade onde as duvidas e medos surgem com mais força. Não sei se me agrada muito essa ideia da divisão do filme ser por episódios mas quero muito assisti-lo

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    • Boa noite Luana! Vamos começar pelo final: A divisão do filme em episódios é justamente para pontuar momentos da importantes da vida do protagonista. Tal divisão não impede o o entendimento do filme. Sim todos nos fazemos esse famigerada pergunta: “Será que vou conseguir realizar o meu sonho?”. Acredito que essa pergunta seja atemporal e ela pode ser feita em qualquer etapa da vida. Pra você que é fã de musica clássica a trilha sorana de Paris 8 não só vai lhe agradar com dará um toque a mais no filme. Bom espero que goste do filme.

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  • Apesar dos pontos “negativos” apontados durante a critica, acredito que a proposta do filme é algo a se pensar, ou melhor, a maneira como ele foi feita merece créditos. Afinal, quais são os filmes atuais que procuram se distanciar da modernidade e focar mais em questões da essência? Quase nenhum, acredito. Enfim, acho que o filme foi feito com uma ótica diferente e isso é bom, é diverso.

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