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Crítica “Paraíso Perdido”

Paraíso Perdido (2017)

Direção:  Monique Gardenberg
Elenco: Erasmo Carlos; Felipe Abib; Hermila Guedes; Humberto Carrão; Júlio Andrade; Lee Taylor; Malu Galli; Marjorie Estiano; Nicole Puzzi ; Seu Jorge
José (Erasmo Carlos) tem três filhos, sendo um deles adotivo, e é avô de um casal de jovens. Sua família, marcada por perdas e desencontros, tenta ser feliz numa antiga boate chamada Paraíso Perdido, onde cantam músicas populares e românticas.

Deixe tudo lá fora (das salas de cinema) ao assistir “Paraíso Perdido” de Monique Gardenberg. Depois de 11 anos de hiato cinematográfico a diretora nos encapsula no micro universo de casa noturna Paraíso Perdido (que da nome ao filme) para tratar de temas como amor, homossexualismo, preconceito e violência em uma trama que gira em trono de conflitos familiares permeados por traição, paixões, vingança e muita música brega.

Monique em seu longa mostra muita habilidade e competência ao trabalhar com um elenco excepcional. As atuações são naturalistas e fogem dos estereótipos. Cada um dos personagens tem o seu drama, mas nenhuma historia se sobrepõem ao outra e justas acabando se fundindo e ajudando a construir um cenário maior dentro do filme. Sobre as atuaçãos podemos dizer que é um bom ano para Marjorie Estiano, pois se trata do seu terceiro desempenho espetacular fazendo dela o Nome do Ano no cinema brasileiro.

Outro destaque vai para a figura enigmática e atraente do ator Jaloo, sua presença ressalta tanto o lado musical do filme quanto as fragilidades humanas que ele emprega a seu Ímã, talvez um dos nomes mais acertados do nosso cinema recente. Seu poder de atração ecoa em todo o elenco e no próprio filme em si, ao mesmo tempo que não é nada egoísta e acaba dividindo holofotes com cada personagem  que emana do filme.

Mesmo o filme tendo um ar novelesco, não se deixe enganar, a diretora desenvolve uma trama elabora e complexa pontuando por temas (amor, homossexualismo, preconceito, violência) extremamente pertinentes em nossa sociedade atual. A maternidade e as escolha feitas durante esse período da vida também é aborda no filme.

Paraíso Perdido é de uma casa noturna do Baixo Augusta. O dono é José (Erasmo Carlos, nosso eterno Tremendão), num papel impar em sua carreira. Logo na abertura do filme, o patriarca José nos convida a deixar tudo – a dor, a insatisfação, a realidade – lá fora e se entregar à magia daquele espaço. Nela circulam e realizam shows sua excêntrica família composta pelos seus filhos Ângelo (Júlio Andrade), Eva (Hermila Guedes) e Teylor (Seu Jorge) seu filho adotivo; a neta Celeste, (Julia Konrad) filha de Angelo e; Ímã (Jaloo) filho de Eva e atração principal da casa. Juntam se a eles o policial Odair (Lee Taylor) e sua mãe Nádia (Malu Galli), Joca (Felipe Abib) namorado de Celeste e Milene (Majorie Estiano).

Paraíso Perdido é o principal cenário do filme e também seu esqueleto. Passamos boa parte do filme inserido nesse lugar mágico, mas essa magia é quebrada quando Gardenberg decide nos apresentar a vida diurna de seus personagens. Essa quebra de rtimo no filme pode incomodar alguns espectadores, mas não prejudica o seu andamento e entendimento.  Por  110 minutos esqueça tudo lá fora e deixe se levar por esse filme.

Nota 4,5/5

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