Crítica “Operação Red Sparrow”
Operação Red Sparrow é um drama, thriller e suspense, sobre a bailarina Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) que após uma acidente de trabalho, precisa buscar uma outra fonte de renda. Recrutada por seu tio, Vanya (Matthias Schoenaerts), para servir à agência de serviço secreto Russa, é levada a uma escola secreta, e treinada como uma “pardal”. Assim, Dominika aprende a transformar seu corpo em uma arma letal de sedução.
O filme retoma características dos filmes de espionagem dos anos 70/80, com uma visão estereotipada da Guerra Fria. É repleto de nudez, tortura psicológica e, agressões físicas. Apesar de ser ambientado em uma Rússia contemporânea, parece estar parado no tempo. Falado em inglês com um sotaque russo bem forçado, “Operação Red Sparrow” apresenta características que prejudicam seu desenvolvimento. A falta de química entre o casal central, sua metragem estendida demais e o desenvolvimento das personagens são alguns deles.
O tio da protagonista, que em princípio parece ser um homem cheio de mistérios, aparece vez ou outra de maneira óbvia, sem nenhum acréscimo em sua personificação. Aos que esperam encontrar nele um vilão bem estruturado, se desapontarão com o quão vazio ele se torna a medida que a história é desenvolvida. Outra personagem que também é mal aproveitado é Korchnoi (Jeremy Irons), agente russo, que detém o poder dentro da inteligência. Por várias vezes, assim com o Vanya , esperamos que ele cresça como elemento de afirmação do mal, mas isso não ocorre e, a sua personagem também perde forças.
O casal central se aproxima pelo fato de Dominika ser contratada para seduzir e arrancar informações de Nate Nash (Joel Edgerton). De posse do que aprendeu na escola de pardais, ela se aproxima dele em busca de informações para o Estado Russo e para suas estratégias pessoais. O casal não é convincente. Edgerton está o tempo todo letárgico e Lawrence fria. Ainda assim a trama tenta convencer o espectador de que ali surge um romance baseado o interesse que cada um tem de se “dar bem” em suas agências. Os dois juntos são desinteressantes, fazendo com que a possibilidade de comprá-los como um casal seja impossível.
Após seu treinamento, Egorova é transformada em uma mulher fria e calculista que parece estar sempre a beira de um ataque. A instabilidade emocional da personagem é abordada logo no início do filme e, deveria ter sido desenvolvido, porém foi esquecido. A ausência desse aprofundamento prejudica a consistência da personagem, deixando-a “perdida” no desenvolvimento da história. Tentaram criar na personagem um exemplo de mulher forte, mas não deu certo. Sua frieza transpôs o ambiente fílmico e atingiu o espectador, não permitindo a empatia por ela e suas causas. Parece que a personagem entrou em um estado catatônico do qual só é tirada ao ser torturada – a cena mais expressiva de Lawrence.
O uso excessivo da nudez da atriz,constrangem. A exposição do corpo de Jennifer, gratuita em diversos momentos, transforma o filme em um meio de exibicionismo. Mesmo com uma bela silhueta esta só funciona sozinha. As cenas de sexo são ora insípidas, ora violentas. Em um roteiro que inicialmente, parece dizer que aquela mulher se vingará de toda sua dor, é convertido em ações presumíveis e sem encanto. Toda a oportunidade de desenvolver uma narrativa de vingança, afirmando sua instabilidade emocional diante das adversidades é descartado. Somado a um roteiro frágil por sua incapacidade de plots interessantes.
“Operação Red Sparrow” é rico visualmente, com belas cenas nos primeiros minutos, da apresentação de balé de Dominika. Porém, nenhum desses aspectos de beleza o sustenta. Seu produto final foi decepcionante.
Nota: 2/5
Assista aqui ao trailer:
Não gostei da ideia desse filme e ainda mais com todas essas cenas de violência abuso psicológico tortura, se ao menos a personagem tivesse sido valorizada e saído por cima na situação mas me parece que não é isso que acontece.
E não ocorre mesmo. Infelizmente me desapontou e muito.
Utilização do corpo da Lawrence? Não é uma novidade né? Só é uma pena pois ela realmente tem talento. Agora sobre o filme, é uma pena que eles tenham perdido a oportunidade de se aprofundar na instabilidade da personagem, tenho certeza que daria ótimas cenas. Sobre o casal, nem o que falar. Quando não tem Química, nem a cena mais explícita nos conecta a eles. Enfim, vejo que o filme tem mais erros que acertos.
Muito erros, infelizmente. Me desapontou e muito.