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Critica “Motorrad”

Motorrad (2017)
Direção: Vicente Amorim
Roteiro: L.G. Bayão
Elenco: Guilherme Prates, Carla Salle, Emilio Dantas, Juliana Lohmann,Pablo Sanábio,Rodrigo Vidigal, Alex Nader, Jayme Del Cueto.
Direção de Fotografia: Gustavo Hadba
Direção de Arte: Tiago Marques
Montagem: Lucas Gonzaga​

Um dos grandes desejos de Hugo (Guilherme Prates) é conseguir fazer parte do grupo de MotoCross do seu irmão mais velho Ricardo (Emilio Dantas). Decidido, ele rouba algumas peças para que possa montar sua motocicleta. Quando consegue o feito, encontra com a turma do irmão em uma cachoeira remota, aonde fazem uma trilha e se deparam com um antigo muro. Hugo sugere que eles desmontem o muro e sigam a aventura, mas acabam encontrando Paula (Carla Salle) dona do ferro-velho de onde Hugo roubou as peças. Ela os convida para um caminho ainda mais radical, só que a diversão vira uma corrida pela sobrevivência quando eles passam a ser perseguidos por motoqueiros sádicos, sobrenaturais e vestidos de preto.

O cineasta Vicente Amorim fez um esforço louvável ao realizar o filme Motorrad no gênero thriller.  Foi o único representante brasileiro no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2017, que angariou distribuição em vários países. Esse fato já é notável pois o gênero thriller é pouco trabalhado, no Brasil. Em seu filme o diretor mistura terror, ação e características dos slasher movies. Como o gênero escolhido é pouco explorado pelos cineastas brasileiros, Motorrard assume um papel experimental – onde ganha um clima e narrativa similar ao das historias em quadrinhos. Uma vez que o desenvolvimento dos personagens e visual do filme ficou a cargo do quadrinista Danilo Beyruth, o tom do que pretendiam abordar foi facilmente estabelecido.

A fotográfica também é outro elemento de destaque no filme. A Serra da Canastra, local no qual foi rodada a historia, é mais que uma locação, é uma personagem silenciosa e desoladora. Na maior parte do longa a cor cinza se sobressai bem com suas nuances, trabalhadas para criar a ideia de desolação e finitude. A montagem vibrante de Lucas Gonzaga potencializou o caráter dinâmico da obra, sendo peça fundamental para a adesão gradativa do desenrolar da fatídica aventura.

motorrad

Apesar de iniciar de uma forma bem interessante, numa seqüência de quase dez minutos sem uma única palavra dita em cena – o que nada prejudica em, estabelecer bem a premissa da trama – o filme fraqueja em seu desenrolar. Devido a má estruturação do roteiro, ao pouco desenvolvimento dos personagens, as cenas mal construídas e a passagem do tempo pouco elaboradas a trama se perde ao longo do filme. O roteiro não se preocupa em responder as perguntas que são estabelecidas ao longo da historia. Quem são os motociclistas vestidos de preto? Por que estão perseguindo o grupo e querendo matá-los? O que está causando interferência nos aparelhos eletrônicos? O que tem escondido na oficina onde começa a história? Quem é Paula, a jovem por quem o “protagonista” se apaixonou? Essas dúvidas permanecem sem explicações.

Motorrard segue fielmente as regras dos filme de terror, mas seu roteiro possui muitos furos e pontas soltas. Seu crédito é ser um filme experimental desse gênero, proporcionando ao cinema nacional uma nova perspectiva a ser explorada.

Nota: 2/5

2 comentários sobre “Critica “Motorrad”

  • Adoro o cinema nacional e que bacana ver essa inovação no cenário cinematográfico brasileiro. Apesar de ser um terror creio que assistiria sim, mas não gosto de filmes que deixam pontas soltas e perguntas sem respostas pois fico sempre querendo saber mais.

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  • Vejo que o filme peca em nos deixar no desconhecido, ou seja, vários questionamentos não são solucionados. E só pelo que você pontuou são muitos.
    É uma pena que o roteiro tenha deixado falhas pois poderia ser um bom modelo pra outros filmes brasileiros do gênero. Apesar disso, fico feliz pela tentativa.

    Beijos

    Resposta

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