Crítica: “Jigsaw: Jogos Mortais” (2017)
Jigsaw: Jogos Mortais (Jigsaw, 2017)
Diretor: The Spierig Brothers
Roteirista: Pete Goldfinger, Josh Stolberg
Elenco: Matt Passmore, Tobin Bell, Callum Keith Rennie, Clé Bennet, Laura Vandervoot, Mandela Van Peebles, Britany Allen
De volta aos cinemas, na franquia de filmes (leia mais aqui) que fez sucesso na primeira década dos anos 2000, o assassino em série Jigsaw faz novas vítimas que precisam lutar pela sua sobrevivência.
Em um dia “comum” de trabalho, a polícia local persegue um criminoso que atesta precisar clicar em um botão de um controle remoto para garantir que ficará vivo. Após balearem o rapaz, os detetives que participaram da ação, Halloran (Callum Keith Rennie) e Keith Hunt (Clé Bennett) se deparam com um “enforcamento” relacionado ao caso. Com a ajuda do legista Logan Nelson (Matt Passmore) e sua auxiliar Eleanor Bonneville (Hannah Emily Anderson) é descoberta no corpo enforcado um pen drive, contendo uma gravação de áudio, com a voz que estava silenciada há uma década.
Jigsaw está de volta, sequestrando pessoas e, por meio de jogos obrigando-as a repensarem o tipo de valor que elas dão a vida. Os escolhidos dessa vez, são pessoas que omitem suas más ações. Desde o início, o que o assassino pede a eles é que se diga a verdade. Que cada um confesse o que já fez de ruim na vida. Mas, as pessoas não sabem lidar muito bem com seus erros e acabam preferindo lutar da sua maneira em vez de seguirem as regras.
Enquanto as vítimas tentam vencer o jogo pro(im)posto, a polícia averígua todas as possibilidades de conseguir provar que John Kramer morreu, porém não é isso que é entendido. A cada tópico levantado, para esclarecer que ele morreu, uma prova de sua existência vem a tona. Seu sangue nas unhas de uma vítima, sua voz no áudio… seu método, transparecendo a cada corpo que surge.
O filme tem um visual fácil de apreciar. Os excessos cometidos nos anteriores, que tornavam as cenas, as vezes confusas, foram substituídos por ambientações que, ainda em lugares fechados ou bagunçados servem para caracterizar e, não criar uma falsa sensação de sujeira. As armadilhas usadas para atormentar as vítimas se assemelham as que já vimos nos anteriores, como injetáveis, ou correntes no pescoço que te direcionam para lâminas afiadas. E por falar em armadilhas usadas, foi criado na história um motivo para que em dado momento vários instrumentos de tortura, dos outros crimes sejam exibidos.
Infelizmente o filme não acrescenta nada aos anteriores que seja importante para completar a trama. Ele funciona, inclusive, isolado sem que exista a necessidade do espectador ver algum dos anteriores para entendê-lo. Ainda assim, ele consegue ser superior ao último (“Jogos Mortais 3D”) e entreter. Provoca ânsia em algumas cenas de mutilação (para mim podia ter mais sangue), um friozinho na barriga ao esperar o próximo passo das vítimas e, principalmente, nos deixa matar a saudade daquela carinha de quem não tem nada a perder do John Kramer.
A conhecida reviravolta no fim do filme foi bem razoável. Algumas coisas em aberto do filme anterior, sequer são citadas. O filme acabou e eu ainda estou querendo saber: onde está o Dr. Gordon? Seria isso uma deixa para um nono ou até décimo filme? considerando que Jigsaw virou um “estilo de vida”, enxergo essa possibilidade. Aguardemos.
Nota: 2,5/5
Veja o trailer aqui: