Crítica “Hotel Artemis”
Hotel Artemis (Hotel Artemis, 2018)
Direção: Drew Pearce
Roteiro: Drew Pearce
Elenco: Jodie Foster, Sterling K. Brown, Dave Bautista, Sofia Boutella, Bryan Tyree Henry, Charlie Day, Jenny Slate, Zachary Quinto e Jeff Goldblum
Hotel Artemis se passa em um futuro talvez não tão distante, e inicia com um assalto a banco. Paralelo ao assalto, é mostrado nas TVs, em hologramas nossa, isso é tão Black Mirror (Charlie Brooker, 2011), uma revolução motivada pelo acesso a água que está acontecendo nas ruas do país.
Um dos assaltantes (Bryan Tyree Henry) é gravemente ferido e seu irmão (Sterling K. Brown) o leva ao Hotel Artemis, um hotel criado com o objetivo de tratar bandidos feridos, desde que estejam associados a ele. O que os irmãos não sabem é que um dos pacientes internados está ali para cometer um assassinato que trará grandes consequências.
Aparentemente se trata de um filme de ação, mas no decorrer da história você percebe uma mistura de drama, ação e aventura, o que pode decepcionar o telespectador que estiver na expectativa de um filme mais focado no gênero ação. Ainda assim, a união desses elementos, proporciona a boa construção dos dilemas vividos naquele local pelas pessoas que se encontram ali.
Com uma paleta de cores semelhante a dos filmes do Wes Anderson, mas com uma pitada sombria de Tim Burton, o clima de tensão é construído. O longa contém um elenco que não é de se jogar fora, mas o pouco uso de alguns atores fazendo-os interpretarem personagens que não trazem tanto envolvimento para a trama, esperdiça uma série de atuações que poderiam ser mais marcantes. Um exemplo é Jeff Goldblum que parece ter sido escalado para fazer uma referência sutil ao filme “A Mosca” (David Cronenberg, 1986) do que um papel consistente com seu talento. Os personagens são interessantes, mas pouquíssimos explorados trazendo uma certa curiosidade sobre quem realmente são. As histórias parecem não ser totalmente desenvolvidas. Deixam um gosto de quero mais.
Jodie Foster, que estava sumida das telonas – e voltou muito parecida com o Michael J. Fox -, faz o personagem mais explorado. Mostrando, da maneira Jodie Foster de ser, as angústias, os segredos, os vícios e a bondade ainda existentes na enfermeira Jean. A personagem é a que tem a história mais desenvolvida no filme.
Hotel Artemis consegue prender a atenção do espectador ao o desenvolver a história. Proporciona risadas na hora certa e com piadas boas. Diria que é um filme foi feito para agradar não só um tipo de público e sim divertir e envolver muita gente. Ele apenas peca na falta de exploração das personagens, deixando-as cruas para os telespectadores.
Ainda assim, vale muito a pena conferir.
Bruna Dutra, estudante de psicologia apaixonada por artes, especialmente Cinema. Considerada estranha desde criança por sua fixação por filmes de terror e serial killers, nunca deixou essa definição afetar suas apreciações. Músicas dos anos 80 é o seu segundo nome e uma boa refeição (especialmente churrasco e x bacon) é o seu ponto fraco.
Assista ao trailer aqui: