Crítica do Filme “Rei Arthur – A Lenda da Espada”
Vida longa ao rei!
Arthur (Charlie Hunnam) é um jovem das ruas que controla os becos de Londonium e desconhece sua predestinação até o momento em que entra em contato pela primeira vez com a Excalibur. Desafiado pela espada, ele precisa tomar difíceis decisões, enfrentar seus demônios e aprender a dominar o poder que possui para conseguir, enfim, unir seu povo e partir para a luta contra o tirano Vortigern, que destruiu sua família.
O mito do Rei Arthur e de sua espada, Excalibur, no decorrer dos séculos, já foi representado inúmeras vezes em canções, peças de teatro e literatura. Na sétima arte, não foi diferente, então, temos variadas versões que nos dizem como esse rei seria, suas origens, sua formação como nobre e personalidade. Agora, em 2017, temos uma nova oportunidade de (re) leitura do ícone dos romances de cavalaria, no filme “Rei Arthur: A Lenda da Espada” (King Arthur: Legendo Of Sword), dirigido pelo britânico Guy Ritchie (Snatch – Porcos e Diamantes, 2000; Sherlock Holmes, 2009).
Na guerra entre o Rei Uther, o Pendrágon (Eric Bana, de Tróia e Munique) e os magos, detentores dos poderes sobrenaturais, pelo domínio do território britânico, existe um traidor: o irmão do rei. Vortigern (Jude Law, de Closer – Perto Demais, 2004), faz um acordo com um dos magos, para que eles ajudem-no a eliminar o irmão e tomar o reino para si. Durante um ataque surpresa, o Pendrágon precisa salvar sua família, então assim, Arthur, seu filho, é deixado em um barco que posteriormente é resgatado por prostitutas da periferia de Londinon. Vortigern assume o reinado, e Arthur (Charlie Hunnam, de Sons Of Anarchy, 2008-2014) cresce em um prostíbulo, em meio aos marginais da cidade, se tornando um conhecido encrenqueiro da região, de personalidade forte e espírito de liderança.
O destino do futuro rei, não tarda a encontrá-lo e em meio a confusões, ocorre o encontro com a espada de seu pai, iniciando a guerra pela retomada do poder. As estratégias de guerra, misturadas a malandragem das ruas e a magia são o principal ingrediente para o desenvolvimento da trama do filme. O diretor mescla elementos conhecidos de seus trabalhos anteriores, como a união de “malandros” em um grupo (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, 1998), diálogos rápidos mesclados com flashbacks (Snatch – Porcos e Diamantes), câmeras lenta e cíclicas (Sherlock Holmes) que lembram a usual estética de videoclipe, presente em suas obras.
Há então, aventura, magia e com uma trilha sonora (ouçam aqui https://open.spotify.com/album/3T3Kfm4Z6OGCVqIpcpULP1) que intensifica a ação. Senti que a proposta do filme era essa, entreter com excesso de informações e impacto visual, mesclando elementos medievais a elementos do cinema contemporâneo de ação. Fiquei mais que satisfeita com o produto final, mesmo diante de alguns incômodos – algumas sequências de lutas, com animais/monstros em CGI soam muito artificiais, e a necessidade de olhos brilhantes como marca de que a magia está acontecendo, me empreguiçam ¬¬. As ironias nas falas de Arthur, e sua relação com seus amigos de pobreza e de cavalaria é outro ponto, que favorece a dinâmica do filme. Assim como nos primeiros trabalhos de Guy, ao fim, o que eu queria era ser parte daquela gangue.
Nota: 3,5/5
Talvez Guy tivesse que adaptar mais de 10% da lenda Excalibur para o filme. Ainda assim, sinto que Guy Ritchie adaptou a história de uma maneira impressionante, colocando como evidencia que era o diretor indicado de Rei Arthur A Lenda Da Espada transformando-o em filme epico cheio de ação e efeitos especiais. Apesar das críticas ruins, sinto que é um filme divertido.
Exato Jaime. Creio que a preocupação do Guy não foi a de contar a lenda de Arthur, mas de a recriar de acordo com a estética de seus filmes anteriores. O resultado é um filme muito divertido, com boas sacadas irônicas. Não há nele novidades quanto ao estilo Ritchie de dirigir, mas também não se desmerece.
Se você gostar de música, atente para a trilha do Pemberton, que é orgânica e funciona super bem com o que vemos em cena.
Abraços.