Crítica “Boneco de Neve”
Boneco de Neve (The Snowman, 2017)
Direção: Tomas Alfredson
Roteiro: Peter Straughan, Hossein Amini
Baseado no livro de Jo Nesbø
Elenco: Michael Fassbender, Rebecca Fergusson, Charlotte Gainsburg, J. K. Simmons, Val Kilmer, Jonas Karlsson, Toby Jones, Chloë Sevigny
Baseado no livro do autor Jo Nesbø, o filme homônimo “Boneco de Neve” (The Snowman, 2017) é sobre a investigação de uma série de desaparecimentos de mulheres em Oslo, capital da Noruega. O detetive Harry Hole (Michael Fassbender) luta contra o alcoolismo e contra o tédio provocado pela falta de investigações devido a baixa criminalidade na cidade. Porém ao tentar descobrir quais segredos sua nova parceira de investigações, Katrine Brat (Rebecca Ferguson) ele se encontra em uma trama de assassinatos. Procurando desvendar esse mistério, a trama se adensa a medida que o detetives se aproximam do assassino.
Dirigido por Tomas Alfredson, conhecido pelo suspense/drama “Deixa Ela Entrar” (Låt den rätte komma in, 2008) e “O Espião Que Sabia Demais” (Tinker Tailor Soldier Spy, 2011) o filme prometia um suspense bem amarrado. Prometia… ele parece ter sido feito de maneira relapsa. Há uma série de elementos que são apresentados para, talvez, caracterizar as personagens que se perdem no meio do nada (aguardando alguém me dizer “qual é” a das fotos que o Arve Stop, J. K. Simmons, tira das moças).
E sobre as personagens, não achei nada que fosse repulsivo ou atrativos neles. Todos são “monocromáticos”, o que é ruim em uma trama sobre serial killers que, normalmente, tenta delimitar as pessoas boas e as ruins que estão inseridas nela. A tentativa de me apegar a essas personagens foi inútil. Nem pelos conflitos do Harry relacionados ao alcoolismo ou ao amor que ele tem por Rakel (Charlotte Gainsbourg), sua ex-namorada, me atraíram.
Uma pena, pois estou lendo o livro no qual o filme foi baseado e a personagem do investigador é muito interessante. Não apenas ele, a sua parceira, os outros detetives com os quais ele trabalha e Rafko (Val Kilmer, assombrosamente envelhecido), são personagens que crescem gradativamente a cada aparição criando uma curiosidade sobre quais serão seus atos. Ainda sobre Rafko, a personagem é tão mal tratada no filme. Ele soa como um velho maluco, a sua vontade de ser bem visto novamente, de ser respeitado de novo sequer é citada.
Sei que deveria evitar as comparações com o que estou lendo, mas é inevitável, pois esses mínimos detalhes que fortalecem a personalidade de cada um, por estarem ausentes, fazem com que as pessoas que estão na narrativa sejam desinteressantes.
O clima frio, da Noruega, aumenta a tensão causada pelos crimes. a única pista que se tem de quem será o Assassino do Boneco de Neve é dada na primeira sequência, na qual um triste acidente acontece com um garoto desconhecido. Esse é o melhor ponto do filme, por deixar até o fim a dúvida de qual é a real história daquele jovem após aquele desfecho.
Apesar desse ponto de partida, do elenco e da ambientação, o filme não atende ao que propõe. Em todo seu desenvolvimento fica a sensação de que nem tudo o que poderia foi feito. Uma pena, pois ele poderia ser um grande suspense de investigação policial, nos cinemas, nesse fim de ano. 2017 não foi um bom ano para Fasbender nas grandes telas. Aguardo 2018 para que ele esteja a frente de algum bom projeto.
Nota: 2/5
Assista ao trailer aqui:
Que pena pelo David, opa, Fassbender, mas to curioso pra ver, rsss
Veja sim Vítor, Fassy é lindo demais. Hahahaha
O livro é sempre mais interessante, mas deveria ter os pontos fortes destacados, uma pena né :/ Ainda não vi!
Uma pena mesmo Monyque, mas fazer o quê? Culpa da pressa em lançar o filme. Lamentável.