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Crítica “Acrimônia”

 

É curioso como “Acrimônia” é um filme difícil de definir. Peculiar é que isso é algo positivo, pelo fato dele quase te convencer dos argumentos que começa a propor mas que abandona para seguir outro caminho. A sabedoria popular ensina que quando queremos abraçar o mundo corremos o risco de  chegar a lugar nenhum. Honestamente não é o caso desse filme de vingança, transtorno mental e porque não, comédia.

Melinda, interpretada pela excelente atriz Taraji P. Henson, começa o filme revoltadíssima com o marido e conta toda sua jornada em sessão de terapia. Sabemos que ele fez algo errado, que ela foi abandonada e que dedicou tudo que tinha ao casamento. Somos apresentados a essa história com detalhes, como se fossemos uma vizinha fofoqueira. Conhecemos sua vida desde o inicio, testemunhamos comportamentos inicialmente duvidosos da família e do futuro marido. E a medida que os anos vão passando é notório que a qualquer momento Melinda vai explodir, seja pela insatisfação ou por um fato alheio ou externo. E acontece tudo isso ao mesmo tempo!

A trama te conduz para um fundo do poço e você consegue perceber todos os aspectos que vão levar para a tragédia. É interessantíssimo que o diretor Tyler Perry tem a habilidade de prender pelos detalhes da história, como a dificuldade da esposa em lidar com traição ou pelo comportamento abusivo do marido e a interferência da família da moça em sua vida. São detalhes apresentados com força, que o cineasta tem a proeza de desconstruí-los e apresentar diferentes nuances.

Realmente se há um ponto negativo é o possível diagnóstico da terapeuta não ter sido reverberado com a força que merece. Melinda talvez tenha Transtorno de Personalidade Limítrofe o que explicaria o comportamento explosivo e a dificuldade de controlar emoções. Por outro lado, essa explosão de emoções só é realmente vista quando o gatilho da traição é acionado. Mesmo assim, o comportamento dela é identificado em muitas pessoas que mesmo não tendo nenhum transtorno exageram nas reações.

Talvez essa é a discussão que o diretor propõe. Não sobre os limites da sanidade, mas da fluidez do comportamento humano que utiliza muitas máscaras.

O filme pode ser acusado de vago, reforçar padrões machistas ou até brega. A verdade é que ele está longe de ser um filme ruim. Ok, não espere diálogos profundos ou boas colocações de roteiro. E muito menos um grande final. O que você pode esperar é uma atuação vigorosa de Taraji e uma trama com muitos pontos de vista.

Nota: 3,7 de 5

 

Acrimônia (Acrimony, EUA, 2018)

Direção e roteiro: Tyler Perry

Elenco: Taraji P. Henson, Jazmyn Simon, Lyriq Bent, Danielle Nicolet, Ajiona Alexus.

Diretor de fotografia: Richard J. Vialet

Distribuição internacional: Lionsgate

Produção: The Tyler Perry Company

Distribuição brasileira: Paris Filmes

 

 

 

 

Trailer Oficial:

Vitor Damasceno

Estudante de cinema atualmente vivendo em Buenos Aires.

Um comentário sobre “Crítica “Acrimônia”

  • Adorei as criticas do filme, obrigada por compartilhar! Eu gostei por causa do Taraji P. Henson, adoro os filmes desta atriz. Em Proud Mary em incredible. Ela sempre surpreende com os seus papéis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Perssonalmente considero um dos melhores filmes ação 2018 . Más seguramente o êxito de Proud Mary deve-se a participação dela no filme, porque tem muitos fãs que como eu se sentem atraídos por cada estréia cinematográfica que tem o seu nome exibição. Além, acho que a sua participação neste filme de suspense realmente ajudou ao desenvolvimento da história. Ninguém poderia fazer o papel de Taraji melhor do que ela.

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