Crítica | 1917
Drama de guerra: a solidariedade em tempos de desesperança
Por Doug Araújo
O novo filme do diretor Sam Mendes (Beleza Americana e 007 – Operação Skyfall), “1917”, consagrou-se um dos grandes vencedores da ultima edição do Globo de Ouro como Melhor Filme de Drama e Melhor Direção. Em função disso teve suas sessões antecipadas nos dias 18 e 19 de janeiro e estreia oficial no circuito nacional marcada para dia 23, também desse mês.
O valente soldado Blake (Dean Charles Chapman) – conhecido no seu batalhão por sua facilidade na leitura de mapas – junto de seu colega Schofield (George Mackay) recebem a missão de entregar uma ordem, superior, de cessar um ataque. Na verdade essa ordem é uma armadilha que culminará na morte de 16.000 homens. Com as comunicações cortadas os dois soldados precisam correr contra o tempo. Para Blake a missão tem um peso ainda maior, pois seu irmão mais velho – o tenente Blake (Richard Madden) – está entre 16.000 que seriam poupados, no caso da missão ser bem sucedida.
Um dos grandes méritos do filme é fazer parecer que o longa foi gravado como um grande plano sequência o que revela um excelente trabalho de edição e montagem. Outro destaque é conta da trilha sonora assinada por Thomas Newman que enriquece ainda mais a experiência do filme.
Dentro da temática de filme de guerra, principalmente sobre a 1ª Guerra Mundial, “1917” tem uma carga emocional que faltou em “Dunkirk”, de Christopher Nolan. Muitos dos planos são filmados atrás dos personagens permitindo que o expectador tenha uma experiência mais próxima da veracidade, com o clímax proposto por Sam Mendes. O diretor se destacou no momento certo, sendo injusto considerar a obra a grande zebra da temporada de premiações, pois o longa metragem possui muitos méritos.
“1917” é um filme sobre um tratado de solidariedade e amizade em tempos de miséria e desesperança. Ele prova que a união de um coletivo ajuda a superar as barreiras impostas pela guerra.
Ficha Técnica
1917
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Sam Mendes e KrystyWislon-Cairns
Elenco: Geroge MacKay, Dean-Charles Chapman, Mark Strong, Andrew Scott, Richard Madden, Claire Duburcq, Colin Firth, Benedict Cumberbatch
Design de produção: Rod McLean, Elaine Kusmishko, Stephen Swan, Dennis Gassner e Simon Elsey
Montagem: Lee Smith
Pingback: Cinema | Estreias da semana – 23/01/2020 | Entrando Numa Fria