Barbie | Crítica
Quando as primeiras imagens de Margot Robbie e Ryan Gosling como Barbie e Ken surgiram nas redes sociais iniciou-se um burburinho, incluindo teorias e especulações sobre o tão aguardado live action da boneca mais famosa do mundo. E podem confirmar que os boatos são verdadeiros! O filme é ótimo e a Rolling Stone americana chamou “o filme mais subversivo do século 21”.
Greta Gerwig construiu um mundo fantástico a la Wes Anderson (exceto pela fixação pela centralização) que deixariam Katy Perry mordida de inveja. O fato mais curioso é que apesar de tudo parecer artificial ele é envolvente.
Por falar em música a trilha é bem conduzida e varia entre Cyndi Lauper, Spice Girls e Lizzo dando um tom divertido ao andamento da história.
De início temos a Barbie alfa (Margot Robbie) que come a sua comidinha de mentirinha, toma seu banho de mentirinha e desce magicamente pra seu carro para acompanhar a rotina da Barbieland. Acompanhamos ela nas decisões da Barbie presidente (Issa Rae), nas entregas de prêmios para as Barbies cientistas, nas decisões da suprema corte de Barbies. Além disso, ao final do dia ela vai a praia encara uma horda de Kens disputando sua atenção e, no fim do dia, oferece uma festa do pijama com as suas companheiras Barbies. No outro dia sua rotina se inicia novamente com os mesmos rituais, mas algo não está de acordo como deveria. A torrada está queimada, seu banho não está mais quentinho e o leite está vencido. Dessa maneira, ela vai procurar ajuda da Barbie Estranha (Kate McKinnon) que será a sua guia na jornada da heroína.
Igualmente determinado a acompanhar a Barbie em sua jornada Ken (Gosling) vai descobrir que no mundo real as coisas são diferentes da Barbielândia. Como consequência o boneco conhece a masculinidade tóxica e volta determinado a ser um redpill (ou incel como preferir). Assim sendo, a partir deste ponto a discussão feminista se torna uma subtexto que vira texto de uma forma sublimemente divertida e leve.
Nesse ínterim, Barbie conhece Gloria (America Ferrera) e Sasha (Ariana Greenblatt) que vivem as suas vidas infelizes no mundo real e vão ajudar a boneca a concluir sua jornada de descobrimento.
As sequências de dança e cantoria são extremamente divertidas e envolventes e deixam a sensação de quero mais, nem mais e nem menos na medida certa.
Com uma carreira relativamente pequena, Greta Gerwig realiza sua quarta produção. Sempre focando no universo feminino e às vezes feminista, sem ser pedante ou panfletária. Ao contrário de Lady Bird (1997), um drama come of age, e Adoráveis Mulheres (2019), Barbie é leve e ousado em alguns momentos. Em síntese ,a melhor comédia que você vai ver no cinema nos próximos tempos.
Ficha Técnica
Barbie (2023)
Direção: Greta Gerwig
Elenco: Margot Robbie, Ryan Gosling, Issa Rae, Will Ferrell, America Ferrera, Simu Liu e Ariana Greenblatt
Roteiro: Noah Baumbach e Greta Gerwig
Cinematografia: Rodrigo Pietro
Edição: Nick Houy
Distribuição: Warner