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Resenha | As Últimas Testemunhas – Svetlana Aleksiévitch

“As Últimas Testemunhas – Crianças na Segunda Guerra Mundial” (Last Witness)
Tradução: Cecília Rosas
Capa: Daniel Trench
Páginas: 272
Acabamento: Brochura com Orelha
Lançamento: 14/09/2018
Selo: Companhia das Letras

Neste livro doloroso e potente, a Nobel de literatura Svetlana Aleksiévitch reuniu os relatos francos de vários sobreviventes da Segunda Guerra que, quando crianças, testemunharam horrores que nenhum ser humano jamais deveria experimentar.

O compilado de relatos que Svetlana Aleksiévitch usou em seu livro é de tamanha intensidade que me pego pensando em como poderei descrever esse livro. Creio que a melhor palavra para “As Últimas Testemunhas – Crianças na Segunda Guerra Mundial” seja “impactante”. A cada dizer é como se o leitor fosse acertado em cheio por um potente soco.

A autora já vem se destacando por outros livros sobre os horrores da guerra e seu impacto na vida da das pessoas. E seu nome deve ser guardado, pois é preciso ter imensa sensibilidade e coragem para se dedicar a pesquisa, coleta de dados e relatos sobre um assunto tão doloroso quanto esse. Em “As Últimas Testemunhas”, assim como em seus livros anteriores, a autora é um mero instrumento condutor dos relatos. Ela praticamente desaparece, ou sequer aparece a não ser em uma breve citação no início do livro. Essa postura é bastante questionada por alguns leitores e críticos. Diante disso me questionei também sobre essa autoria e, honestamente não sei se ela é necessária. Alguém precisa assumir, nesse caso, a autoria ou o que está em jogo é dar voz às pessoas que já tanto sofreram e foram caladas?

Deixo a questão como ponto de reflexão para todos que se aventurarem a ler a obra de Svletana, ou melhor as obras, pois por mais que doa o que encontramos nessas páginas, também somo motivados a conhecermos mais esse capítulo da história mundial em busca de evitarmos que situações dessas se repitam.

Comovente e cruel.

Yasmine Evaristo

Artista visual, desenhista, eterna estudante. Feita de mau humor, memes e pelos de gatos, ama zumbis, filmes do Tarantino e bacon. Devota da santíssima Trindade Tarkovski-Kubrick-Lynch, sempre é corrompida por qualquer filme trash ou do Nicolas Cage.

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