Resenha: Adeus à Inocência, por Drusilla Campbell
Nome do Livro: Adeus à Inocência
Nome Original: Little girl gone.
Autor(a): Drusilla Campbell
Tradução: Robson Falcheti Peixoto
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581632766
Ano: 2013
Páginas: 270
Avaliação: 3/5
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Madora tinha 17 anos quando Willis a “;resgatou”;. Distante da família e dos amigos, eles fugiram juntos e, por cinco anos, viveram sozinhos, em quase total isolamento, no meio do deserto da Califórnia. Até que ele sequestrou e aprisionou uma adolescente, não muito diferente do que Madora mesmo era, há alguns anos… Então, quando todas as crenças e esperanças de Madora pareciam sem sentido — e o pavor de estar vivendo ao lado de um maníaco começava a fazê-la acordar —, Django, um garoto solitário, que não tinha mais nada a perder depois da morte trágica de seus pais, entrou em sua vida para trazê-la de volta à realidade. Quem sabe, juntos, Django, Madora e seu cachorro Foo consigam vislumbrar alguma cor por trás do vasto deserto que ajudou a apagar suas vidas?
Eu devo confessar, em primeiro lugar que eu nem estava com tanta vontade de ler este livro, e que se ele não tivesse sido enviado pela editora eu não o teria solicitado. O que de veras me fez querer lê-lo foi a curiosidade despertada em mim, pelos comentários divergentes a respeito da verossimilhança da história. De um lado pessoas que amaram e que super entenderam as reações das personagens, do outro lado leitores indignados com a apatia de alguns deles. Eu não poderia tomar parte sem saber o que realmente se passava na história, então mergulhei de cabeça e peito abertos na leitura.
Madora é uma jovem de 17 anos, com problemas familiares, ela perdeu o pai e morava com a mãe em Yuma, no Arizona. depois da morte do marido, a mãe da jovem Madora praticamente abandonou a filha à própria sorte, negligenciando seus estudos, fazia uso de drogas e convivia com gente da pesada. Isso não poderia ser uma boa coisa, para um jovem que perdeu o pai e que passa pelo momento de tantas descobertas que é a adolescência, Madora então se envolve com gente da pesada, e em umas das festas que vai conhece Willis Brock, ela havia sido drogada, estava passando muito mal, e ele apareceu como uma salvação para ela.
Em algum outro tempo e lugar, somos apresentados a Django, um garoto de 12 anos que perdeu os pais em um trágico acidente de carro. Seu pai era um grande astro do rock, Django sempre teve de tudo, uma bela casa, uma família perfeita, apetrechos tecnológicos dos mais modernos, empregados à disposição, um meio irmão mais velho, filho do primeiro casamento do pai. Django é um ótimo aluno, considerado até com uma inteligência acima do normal e muito bem educado. Na ocasião da morte dos seus pais, e pela obrigatoriedade do testamento, ele tem que ficar com sua tia, irmã da sua mãe, que tem uma carreira brilhante mas não tem filhos. Em algum momento, as vidas de Django e Madora se cruzam, e a fragilidade e a força de ambos, cada um à sua maneira, é que vai atraí-los.
Adeus à Inocência tem como base para o seu desenvolvimento a Síndrome de Estocolmo, na qual o sequestrado se encanta, se apaixona pelo sequestrador. Na história, o sequestro não acontece da forma convencional, na qual a vítima é levada à força pelo agressor, Madora foi de livre e espontânea vontade morar com Willis, e é como se ele a tivesse resgatado de sua vida medíocre, e agora ela fosse amada e cuidada por alguém que a ama de verdade, o oposto da vida que tinha com sua mãe, então ela só tem que fazer tudo o que ele quer. Isso começa mudar quando Willis leva pra casa uma menina grávida, Linda, e a deixa trancada num trailer que fica ao lado da casa, no final da rua quase deserta, onde eles moram.
“O telefone tocou, ele automaticamente pensou que fosse sua mãe. Automaticamente. Ela estava morta, ele enfim acreditava nisso; mas ele ainda era como um daqueles cães estúpidos. Assim que ouvia o telefone, clique, a voz dela surgia em sua cabeça. Django, meu querido, é a mamãe. Não havia nada que ele pudesse faze para impedir essa reação, e ele temia que, quando fosse velho, ainda ouvisseDjango, meu querido, é a mamãe toda vez que o telefone tocasse.” (p. 213)
A narrativa é bem gostosa, é contada com muito cuidado pela autora que usou a terceira pessoa, e mostra sem sombra de dúvida o lado psicológico de cada personagem. Cada um deles é bem construído, muito bem desenvolvidos, e com o passar da história, as coisas vão se clareando, tanto para nós, quanto para a Madora principalmente. É muito angustiante ver a relação de Madora com Willis, a dependência que ela tem dele, e de como é difícil o processo que ela tem que passar, até chegar à conclusão de quem ele realmente é. Por sua vez, Willis é um pervertido, não no sentido sexual, pois esse nem é o objetivo dele, ele procura meninas frágeis, em situação de vulnerabilidade e quer tomar conta delas. Tudo isso tem uma razão que é explicada também durante a história. O que eu achei muito interessante é que a maioria dos personagens envolvidos têm suas história bem desenvolvidas, então você conhece um pouco do drama pessoal de cada um, que é o que vai justificar suas atitudes na trama. Eu curti muito isso, achei que a autora acertou muito em dar um panorama geral de todos eles, a história fica muito mais amarrada e justificável. Ponto para a autora! O desenrolar da história é muito interessante , mas não esperem um livro cheio de ação e movimentação, em algum momento ela acontece, mas o livro é basicamente psicológico.
Só posso concluir dizendo que a Drusilla me ganhou com cada um desses personagens, eu mais do que recomendo se você quer uma história tensa, intensa e dramática, que envolve cada um dos personagens que aparecem, como se cada história daquela pudesse ser a principal. A verdade é essa, se ela quisesse, poderia fazer um livro para cada um daqueles personagens.
oi! ela viveu anos com um maniaco e tipo assim, não percebeu? :p eu acho que já ouvi falar desse livro por aí, mas ele não é do tipo que me prende pela capa, com a sua resenha pude conhecer os lados bons dele e quem sabe eu leia!
beijos…