Resenha: Starters, por Lissa Price
Nome do livro: Starters
Nome Original: Starters
Tradução: Ivar Panazzolo Júnior
Série: Starters #1
Autor(a): Lissa Price
ISBN: 9788581630144
Páginas: 368
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012
Avaliação: 4/5
Onde Comprar: Compare Preços
Sinopse: Seu mundo mudou para sempre. Callie perdeu os pais quando a guerra de Esporos varreu todas as pessoas entre 20 e 60 anos. Ela e seu irmão mais novo, Tyler, estão se virando, vivendo como desabrigados com seu amigo Michael e lutando contra rebeldes que os matariam por uma bolacha. A única esperança de Callie é Prime Destinations, um lugar perturbador em Berverly Hills que abriga uma misteriosa figura conhecida como o Old Man. Ele aluga adolescentes para alugar seus corpos aos Terminais — idosos que desejam ser jovens novamente. Callie, desesperada pelo dinheiro que os ajudará a sobreviver concorda em ser uma doadora. Mas o neurochip que colocam em Callie está com defeito e ela acorda na vida de sua locadora, morando em uma mansão, dirigindo seus carros e saindo com o neto de um senador. Parece quase um conto de fadas, até Callie descobrir que sua locatária pretende fazer mais do que se divertir — e que os planos de Prime Destinations são tão diabólicos que Callie nunca podia ter imaginado…
Antes do livro ser publicado aqui saiu um conto chamado Retrato de Uma Starter – Uma Descoberta de poucas páginas para servir de introdução. Ler ou não o conto não fará diferença no entendimento da trama, já que ele pouco acrescenta para a história.
A sinopse do livro retirada do skoob não faz jus ao que o livro me apresentou. Da forma como foi escrita parece que Callie vive um conto de fadas quando se torna doadora no banco de Corpos, mas não é assim que a trama se apresenta. Aliás, longe disso.
Essa é uma distopia narrada em primeira pessoa por uma menina de dezesseis anos e, mesmo esta sendo uma forma narrativa comum em distopias ultimamente, a trama é muito envolvente e até mesmo inovadora. O problema fica no background da história de como as coisas chegaram ao ponto em que estão, mas pode ser que as falhas sejam explicadas na sequencia do livro: Enders. Como toda boa distopia, existem partes baseadas em clássicos distópicos como Fahrenheit 451 de Ray Bradbury. Aqui vemos telas de televisão parecidas com as descritas em Fahrenheit 451 onde se pode interagir com aquilo que se está assistindo.
Somos apresentados a um mundo a frente no futuro, pois a tecnologia já é bem mais avançada, onde houve uma guerra que terminou com uma arma química sendo jogada nos EUA, os chamados Esporos, que ocasionaram na morte de toda a população não vacinada contra eles. Quando os EUA tomaram conhecimento desta arma a vacina foi feita e quem a tomou primeiro foi a população idosa e jovem, pois seriam os mais fracos contra a doença. Não houve tempo para os demais serem vacinados e isso acarretou na morte de muitas pessoas. Os sobreviventes com menos de 20 anos são conhecidas como Starters, enquanto que a população acima dos 60 anos é chamada de Enders.
Conhecemos Callie três anos após a guerra dos Esporos, morando com o irmão de sete anos e outros adolescentes e crianças em um prédio abandonado. A opção seria ser levado a uma instituição para menores sem parentes, onde seriam maltratados e obrigados a trabalhar na construção civil e outras tarefas pesadas – que não podem ser executadas por Enders devido a estes estarem em idade avançada. Em seguida conhecemos o mundo em que Callie vive. Este é dominado por Enders que são os únicos com direito a voto, trabalho, e a tomar as decisões sobre o futuro dos Starters. A tecnologia do momento já permite que uma pessoa consiga viver até os duzentos anos, com tratamento de doenças, plásticas e outras cirurgias estéticas. Porém nada pode parar a idade e a debilidade que ela causa aos ossos e músculos.
“(…)Fazia muito tempo que eu não era feliz. Muito tempo desde que a vida se resumia a gloss para os lábios, música e amigas bobas. Muito tempo desde que minhas maiores preocupações eram as provas da escola ou se havia me esquecido de fazer a lição de casa. Estava tentando ficar segura, ser livre e conseguir sobreviver.”
Neste contexto acompanhamos Callie enquanto ela decide alugar seu corpo na empresa Prime Destinations, por um preço que lhe proporcionaria comprar o tratamento médico que o irmão precisa e uma casa para viverem (e os demais trâmites ilegais para que uma menor de idade fosse dona de algo). O aluguel consiste em a doadora do corpo ter um chip inserido em seu cérebro para que a consciência da inquilina idosa pudesse mover seu corpo enquanto a idosa permanece segura na sede da Prime Destinations. Em um mundo onde uma pessoa vive até os duzentos anos, sendo que desde os sessenta ela já é idosa, pagaria-se muito dinheiro para poder ser jovem novamente, mesmo que em um corpo emprestado e por tempo limitado. Porém, após começar seu terceiro aluguel que deveria durar um mês, Callie se vê despertando em seu corpo ainda no período de duração do contrato de aluguel e sem a menor ideia de por que isso aconteceu.
Conhecemos Callie durante todo o livro e percebemos que ela teve de amadurecer muito rápido. Esse amadurecimento é bem explicado já que ela nos conta que seu pai, em preocupação sobre a guerra, lhe ensina a atirar com armas de fogo e prepara um plano de fuga de sua casa até um local seguro, caso a casa viesse a ser invadida pelo governo – como aconteceu (para levar os jovens para as instituições). Então a menina se vira muito bem no ambiente em que foi obrigada a viver e se adapta bem à situação em que se vê envolvida após o aluguel de seu corpo.
A narrativa de Lissa Price é muito fluída, por ser em primeira pessoa permite que nos conectemos com a personagem principal e não temos longas explicações sobre o que aconteceu a ela. Mesmo tendo motivos para isso Callie não fica reclamando ou chorando. É uma garota durona que precisa ser forte e é. Toma decisões rápido, é inteligente e ainda assim inocente como alguém tão jovem deve ser, confiando naqueles que lhe oferecem ajuda. Temos algumas partes da narrativa onde a autora compara os acontecimentos com o clássico de contos de fadas Cinderela.
As críticas feitas à sociedade atual no livro são sobre a futilidade e a desigualdade de classes. Onde poucos tem tanto e muitos não tem nada.
Outro ponto positivo é que o famoso triângulo amoroso das distopias Young Adult praticamente não existe aqui. O amigo por quem Callie talvez tivesse um interesse maior, não passa de um amigo até o final do livro e o seu interesse amoroso atual lhe reserva uma enorme surpresa.
Durante o livro tem algumas partes em que vemos uma inversão de papéis entre os EUA e o resto do mundo, o que chega a ser cômico:
“(…)Nós trabalhávamos no ramo de turismo antigamente, na época em que as pessoas ainda podiam viajar. Agora ninguém pode sair dos Estados Unidos. Os outros países estão todos paranoicos por causa dos malditos esporos. E ninguém quer vir até aqui. O México… você acredita que eles construíram aquela muralha para impedir os americanos de atravessarem a fronteira?”
A edição da Novo Conceito está com uma capa linda, metalizada com uma imagem de Callie que é descrita no livro e no conto introdutório. Percebi alguns erros de digitação que passaram despercebidos pela revisão, mas que não causam dano à trama. A diagramação é muito confortável para a leitura, com um bom espaçamento e tamanho de fonte. A capa da sequência Enders seguirá o mesmo padrão de Starters.
O livro termina em cliff hanger e deixará os leitores ansiosos pela sequência.
Oi Franciely,
Me parece que Starters é uma distopia bem criativa, que foge um pouco do lugar comum do genero.
O simples fato de não ter triangulo amoroso já merece aplausos hehehe.
Pretendo ler assim que tiver a oportunidade.
Abraço,
Alê
Alêm da Contracapa
Fran!
Amei a leitura desse livro, aguardo a continuidade.
Gosto de ficção distópica, nos leva a um lugar totalmente desconhecido e novo.
Vim agradecer, além da visita feita ao blog, o carinho e a força que suas palavras me deram. Obrigada por me fortificar!!
Bom final de semana!!
Luz e paz!
cheirinhos
Rudy
Blog Alegria de Viver e Amar o que é Bom!
” Da próxima vez que o seu dia começar a desabar, aqui está o que fazer: Mergulhe na graça de Deus. Sature seu dia em Seu amor. Marine sua mente em Sua misericórdia. Ele quitou suas contas, pagou sua dívida.” (Max Lucado).