Resenha: O Espantalho, por Michael Connelly
Nome do Livro: O espantalho
Nome Original: The scarecrow
Tradutor(a): Cássia de Arantes Leite
Autor(a): Michael Connely
ISBN: 9788560280827
Páginas: 379
Editora: Suma
Ano: 2011
Avaliação: 5/5
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A carreira do repórter policial Jack McEvoy está por um triz. Demitido pelo jornal onde trabalhou por sete anos, o Los Angeles Times, que passa por profunda crise, ele é encarregado de passar seus últimos dias treinando sua substituta, Angela Cook, recém-saída da faculdade de jornalismo. Mas os planos de Jack são outros. Ele quer se despedir em grande estilo, assinando uma última grande reportagem. O tema escolhido: Alonzo Winslow, um pequeno traficante de 16 anos, encarcerado após confessar o estupro e o assassinato de uma ex-cliente. Jack quer usar o rapaz como personagem de um estudo de caso sobre os caminhos que levam ao crime, mas conta à mãe de Alonzo outra história para conseguir sua colaboração. Ele diz que quer explorar a possibilidade de que o filho dela tenha sido condenado injustamente. Mal sabem Jack e Angela, sua companheira na empreitada, que Alonzo de fato confessou um crime que não cometeu, e o verdadeiro assassino ainda está solto – e ciente de que o veterano repórter está em seu encalço.
Michael Connelly, como eu vivi tanto tempo sem te conhecer?Eu simplesmente amo romances policiais e o Sr Connelly me pareceu um mestre em escrevê-los! Também minha gente, ele já foi repórter policial por mais de 10 anos, tem muita bagagem pra compor muitos personagens e histórias legais!
Em O Espantalho vamos conhecer um pouco mais sobre a história de Jack McEvoy, personagem de O Veredicto de Chumbo, também repórter policial e que está às vésperas de perder o emprego. O jornal no qual ele trabalha, o Los Angeles Times está passando por dificuldades financeiras e algumas demissões serão necessárias, inclusive a de Jack. Porém ele não pretende sair por baixo e resolve investigar um crime aparentemente cometido por um traficante de 16 anos. Alonzo Winslow confessou o assassinato da ex-cliente, porém Jack acredita que existam muitas coisas por detrás desse crime e decide que esta será a sua última matéria e ela virá em grande estilo.
Além de preparar sua última matéria, ele tem que treinar Ângela Cook, uma jornalista recém formada que está sendo contratada para ocupar o seu lugar, ela então, vai se tornar sua companheira para provar a inocência de Alonzo. Muitas coisas serão descobertas pelos dois repórteres, inclusive que o verdadeiro assassino está à solta e à procura de McEvoy.
” Você sabe o que fazer. A confiança é construída com base no desempenho. O que você não pode esquecer é que os tiras nesta cidades têm uma rede impressionante. A notícia sobre um jornalista se espalha rápido. Se você for uma pessoa imparcial, todo mundo vai saber. Se você foder com a vida de um deles, todo mundo vai ficar sabendo e você não vai mais conseguir entrar em lugar nenhum.” (p. 35)
A narrativa de Connelly é incrivelmente envolvente, o começo da história é lenta, eu demorei um pouco pra engatar na leitura, mas conforme a gente vai conhecendo as personagens e vai se apropriando e percebendo como as coisas estão acontecendo, é difícil largar o livro. A história é contada de duas perspectivas, uma em terceira pessoa e a outra em primeira do ponto de vista do nosso protagonista. Isso é muito interessante e genial da parte do autor, a gente fica na dúvida até que ponto uma história tem a ver com a outra e isso cria uma ansiedade e expectativa de saber aonde a história vai nos levar e é quando a gente pega esse fio da meada que a história começa a ficar eletrizante. A trama desenvolvida é como uma grande rede onde tudo pode estar interligado, não se pode deixar passar nada pois tudo tem um valor para a história, amo quando os autores fazem isso e nada fica perdido.
Jack McEvoy é genial e perspicaz, apesar de passar por vários apuros e situações perigosas e tensas ele não se amedronta, é focado e vai à busca do que precisa saber. Adoro personagens assim, e o Connelly, pelo visto, pois este foi o primeiro livro do autor que eu li, sabe construir um bom personagem de romance policial. McEvoy foi apenas um coadjuvante no livro O Veredicto de Chumbo, e pelo visto fez por onde ganhar uma história só sua, ele deve ter se comportado bem. (risos)
Enfim, saldo da leitura: ganhei um novo autor de romance policial favorito, acho que ainda não tinha lido nada tão bom, estou com um sério problema, pois quero todos os livros do autor. O livro está super indicado pra quem gosta do gênero, se é que mais alguém além de mim ainda não tenha lido Michael Connelly.