Crítica | Viva a Vida

“Viva a Vida” e a delicadeza dos reencontros que moldam o amor

No dia 30 de janeiro, Viva a Vida chegou aos cinemas brasileiros, trazendo uma história que passeia entre memórias e novas possibilidades. Sob a direção de Cris D’Amato e produção da Elo Studios, o filme tem como protagonistas Thati Lopes e Rodrigo Simas, acompanhados por Regina Braga, Jonas Bloch e Diego Martins, além de uma participação especial de Daniel Filho.

A trama se desenrola a partir de dois medalhões idênticos, ligando os caminhos de Jéssica (Thati Lopes) e Gabriel (Rodrigo Simas) em uma busca pelo terceiro medalhão – e por respostas sobre a misteriosa Hava. Enquanto isso, Hava, casada há anos com Ben, tenta reacender a chama da paixão no casamento. Entre desencontros, descobertas e momentos de leveza, Viva a Vida reflete sobre como o amor pode surgir e renascer em contextos inesperados.

Thati Lopes brilha em um registro mais dramático, fugindo um pouco do humor pelo qual é mais conhecida. Sua entrega é um dos pontos fortes do filme, embora a relação entre Jéssica e Gabriel pudesse ser mais bem desenvolvida. Em certos momentos, o roteiro enfraquece a conexão entre os dois, deixando um espaço que poderia ter sido melhor aproveitado.

A ambientação em Israel é um dos grandes trunfos da produção. A direção de arte de Yurika Yamasaki valoriza os cenários históricos e culturais, enquanto a trilha sonora de Zezé D’Alice adiciona camadas de emoção à narrativa, transportando o público para dentro desse universo simbólico.

O roteiro de Natalia Klein tem seu maior acerto na maneira como trabalha a memória e o resgate do amor perdido, especialmente na relação de Ben com suas lembranças. Regina Braga e Jonas Bloch entregam atuações sensíveis, que ajudam a sustentar a carga emocional da história e garantem uma conclusão tocante.

No fim, Viva a Vida é um filme que se apoia na nostalgia e nos encontros inesperados para refletir sobre os laços afetivos que nos moldam. Com um tom leve e uma mensagem acolhedora, ele se encaixa perfeitamente no estilo de uma boa sessão da tarde – aquela que deixa o coração aquecido