Lobisomem |Crítica
Universal e Blomhouse acertam novamente ao recriar a lenda do Lobisomem.
Não é segredo que a tempos o estúdio Universal tem o desejo criar um multiverso com seus filmes de monstros para chamar de seu. Assim como a Marvel realizou o seu universo compartilho dos seus super-heróis a Universal tem o interesse em fazer seu Monstroverso com Dracula (1931); Frankenstein (1932); A Múmia (1932); O Homem Invisível (1933); A Noiva Frankenstein (1935); O Lobisomem (1941) e O Monstro da Lagoa Negra (1954). O filme originalmente planejado como pontapé inicial e grande projeto da franquia ‘Dark Universe’ foi A Múmia (2017) estrelado por Tom Cruise. No entanto, o filme foi um completo fracasso de crítica e comercial, fazendo com que a ideia a franquia fosse cancelada e o foco direcionado a filmes individuais dos monstros com um orçamento menor.
Em 2020 junto a produtora Blomhouse a Universal lança O Homem Invisível dirigido por Leigh Whannell. Da escrita concisa, personagens agradáveis, direção inteligente, uma performance principal poderosa e um vilão genuinamente assustador, O Homem Invisível acerta ao apresentar o personagem título para uma nova geração de espectadores como também o recriá-lo dentro dentro do enredo dos relacionamentos tóxicos e abusivos.
Em 2025 a pereceria é repedida e Lobsomem ganha releitura original e emocional sobre o folclore calcada no suspense, terror psicológico e terror corporal. Na trama acompanhamos o drama de Blake (Christopher Abbott) marido e pai de São Francisco que herda a remota fazenda de sua família no Oregon após o misterioso desaparecimento de seu pai. Esperando uma mudança de cenário para consertar seu casamento tenso com Charlotte (Julia Garner), Blake convence sua filha Ginger (Matilda Firth) a passar algum tempo longe da cidade. Sua jornada para o isolamento rural rapidamente se transforma em caos quando um predador invisível ataca. Abrigados dentro da velha casa da propriedade, a provação da família se transforma uma batalha externa pela sobrevivência em um pesadelo interno, enquanto Blake começa a exibir sinais de uma metamorfose horripilante. O que se segue é uma noite de terror crescente, onde a família deve lutar não apenas com o monstro lá fora, mas também com o que se desenvolve dentro de suas paredes.
A direção de Whannell eleva Lobisomem ao horror imersivo. O design de som é excepcional, transformando cada rosnado e estalo em choques viscerais que exigem ser vivenciados em um cinema. É um filme que usa o silêncio tão efetivamente quanto o som, deixando a tensão ferver antes de entregar socos de áudio de cortar o coração. Mas é o roteiro que une tudo explora bem a dinâmica familiar, sobrevivência e as implicações aterrorizantes de perder o controle. O diálogo autêntico garante o ritmo e faz com que o público nunca esteja longe da próxima descarga de adrenalina.
Lobisomem é mais do que um filme de monstros – é uma história de transformação, conexão e os instintos primitivos que nos unem e dividem. É tanto sobre os horrores da condição humana quanto sobre a ameaça com presas à espreita nas sombras.
Ficha Técnica:
Estréia: 16/01/2025
Duração: 01h40 aproximadamente
Terror, Suspense
Título Original: Wolf Man
Direção: Leigh Whannell
Roteiro: Corbett Tuck, Leigh Whannell
Elenco: Christopher Abbott, Julia Garner, Matilda Firth
Distribuição: Universal Pictures