MaXXXine | Crítica

O terceiro filme da trilogia de terror de Ti West aposta no lado obscuro da Hollywood dos anos 1980.  No filme “X“, lançado em 2022, acompanhamos uma esquipe de filmes pornô dos anos 70 serem metodicamente massacrados em uma fazenda texana. No ano seguinte, em “Pearl” assistimos os devaneios da vilã, obcecada pela juventude de X, se transformarem em carnificina. “MaXXXine“, o capítulo final amarra a história no cenário da Hollywood dos anos oitenta, aterrorizada pelo assassino em série Night Stalker. 

Pearl X Maxxine 

Sendo a única sobrevivente dos acontecimentos de X, ao longo de 1h45min de filme observamos as dificuldades de Maxine Minx (Mia Goth) em lidar e até mesmo se livrar do que aconteceu no Texas. Já estabelecida em Los Angeles, a acompanhamos suas ambições de fazer a transição do pornô para o cinema mainstreaming e seu objetivo de se tornar a próxima grande estrela de Hollywood. Ela consegue o papel principal no filme de terror satânico The Puritan II, dirigido pela durona por Elizabeth Bender (Elizabeth Debicki) e coestrelado pela sua ambiciosa Molly Bennett (Lily Collins).

Minx é perturbada por pesadelos e flashbacks traumáticos. Ela também é perseguida por uma figura muito real, mas misteriosa, de luvas pretas, inspirada no gênero “giallo” de filmes de terror italiano.  Às vezes, em seu lugar, ele envia como o investigador particular John Labat (Kevin Bacon). O ator em questão entrega uma performance maravilhosamente vulgar e mesquinha que a todo momento lembra a atriz que não importa o que faça sua vida estará sempre em perigo.  

Uma Final Girl nada convencional

Embora o filme celebre o arquétipo “garota final” do terror como um instrumento de pura vontade, ele também a complica. Maxine aos poucos vai mais se aproximando mais de Pearl, tornando-se mais fria e determinada. Você quer torcer por Maxine, mas é difícil se livrar da sensação inquietante do que aconteceria se você a irritasse. MaXXXine é um passeio de terror na Hollywood suja e decadente dos anos 1980.