Resenhas

Sol e Solidão em Copacabana, de Aliel Paione | Resenha

Assim como nos outros livros da Trilogia do Sol, “Sol e Solidão em Copacabana” pode ser lido de forma independente. Mas creio que para aqueles que se interessarem pela prosa e narrativas com toques de historicidade de Aliel Paione, valha a pena ler a resenha de seu livro anterior.

No novo livro, Paione conclui a trilogia iniciada em 2017, desenrolando o romance durante o tumultuado século XX brasileiro, entrelaçando a busca pelo amor com os eventos políticos que marcaram a história do país. No centro desta narrativa está Verônica, protagonista de um intricado triângulo amoroso envolvendo João Antunes, um homem ambicioso, e sua própria filha Henriette, personagens já familiares aos leitores de suas obras anteriores.

Dessa forma, o enredo se desenrola em meio a uma metrópole em transformação social e política, destacando as nuances da Era Vargas e a industrialização que remodelou as relações humanas. Segundo o autor, a inspiração para esta saga surgiu de uma reportagem no antigo Jornal do Brasil sobre o cabaré Mère Louise, situado em Copacabana no século passado. Esse elegante espaço frequentado por políticos e membros da alta sociedade carioca serviu como pano de fundo para Paione, que habilmente entrelaça romance ficcional com fatos históricos, desde as Revoluções de 1922 até o suicídio de Getúlio Vargas em 1954.

Em uma entrevista, o autor revela: “As conturbadas relações amorosas evidenciam a complexidade do ser humano, em que sonhos, conquistas e fracassos associam-se metaforicamente à história brasileira dos personagens.” O desfecho surpreendente de “Sol e Solidão em Copacabana” permite uma leitura independente, explorando as intricadas relações e reflexões sobre a realidade do Brasil.

Esta obra marca o terceiro capítulo da trilogia, composta por “Sol e Sonhos em Copacabana” e “Sol e Sombras”. No primeiro, a trama se inicia no cabaré, explorando o triângulo amoroso entre Verônica, o diplomata Jean-Jacques Chermont Vernier e o senador Mendonça. Já em “Sol e Sombras”, João Antunes, um homem ambicioso, protagoniza um novo triângulo amoroso ao conhecer Verônica e sua filha Henriette em Cavalcante, Goiás.

Vale destacar que as obras de Aliel Paione foram requisitadas para integrar a biblioteca do Congresso Americano, em Washington, por solicitação do Consulado americano em São Paulo. Este reconhecimento, ao incluir os livros do autor no acervo da maior biblioteca do mundo, é uma evidência da qualidade e importância de seu trabalho, proporcionando uma perspectiva literária única sobre a rica história brasileira.

Assim, “Sol e Solidão em Copacabana” não apenas encerra uma trilogia fascinante, mas também oferece uma oportunidade de imersão na complexidade das relações humanas e na história do Brasil, através da lente habilidosa de Aliel Paione.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.