Velozes e Furiosos 10

18 de maio de 2023 Redação

“Velozes e Furiosos 10” inova por trazer mais drama, porém peca em sua qualidade

“Velozes e Furiosos 10” chega no dia 18/05 nos cinemas brasileiros. Quem assume o volante desta vez é o diretor Louis Leterrier, após a saída polêmica de Justin Lin devido a decisões criativas no andamento de seu roteiro.

No novo capítulo da saga, conhecemos Dante (Jason Momoa), filho do traficante brasileiro Hernan Reis (Joaquim de Almeida). Assim sendo, o homem está no Rio de Janeiro e busca a sua vingança contra Toretto e sua família pela morte de seu pai e pelo dinheiro roubado do cofre de Hernan.

O longa começa contextualizando o público, com o flashback de Toretto e Brian (Paul Walker) roubando o cofre, mas por um novo ponto de vista. Dessa maneira conhecemos as razões pelas quais o pai pediu a vingança: por tirarem o principal de sua família, a riqueza. Dante,sádico, narcisista e louco não quer a morte de Toretto e seus familiares, mas sim uma forma de castigá-los pelo passado. A ameaça do vilão é tão grande que faz com que Ciper (Charlize Theron) seja obrigada a se juntar a Toretto para sobreviver.

Da mesma forma, outra novidade é a aparição de Brian (Leo Abelo Perry), filho de Toretto e Elena Neves, criado pelo protagonista e por Letty (Michelle Rodriguez). A criança, com a idade de 10 anos, é introduzida de forma bastante segura na história. O garoto, sobretudo, é carismático e apaixonado por carros, assim como o pai.

Velozes e furiosos 10 — 17/02/2023 Fast X: El director adelanta detalles del final de Fast and Furious 10 SOCIEDAD CULTURA UNIVERSAL PICTURES

Muito drama e personagens novos

Além disso, as cenas de ação são rápidas e até legais, entretanto em um grau bem inferior ao que já vimos antes, dessa maneira aqui existe pouca novidade.,Talvez a bomba rolando, sim rolando, pelas ruas de Roma deva ser considerada uma novidade. Ainda assim temos belas lutas com Shaw e Han, bem como o início de um acerto de contas entre Letty e Ciper. Esse acerto é mostrado por meio de uma cena incrível e bem coreografada e tudo isso é bem costurado na narrativa, porém nada inovador.

Do mesmo modo, preciso destacar um ponto positivo, pois esse capítulo em especial, enfatizou o drama dos personagens e reforçarou conexões a partir do conceito de família. Novos personagens foram adicionados com uma carga dramática na medida., Isabel, por exemplo, é a irmã mais nova de Elena e ainda se sente muito diferente da irmã, por ser apaixonada por corridas de rua. Da mesma forma,Tess (Brie Larson), filha do Sr. Ninguém( Kurt Russell), responsável por ficar ao lado da família de Toretto, os ajuda como pode. Aimes (Alan Ritchson), novo comandante da Agência, após o sumiço de Sr. Ninguém, me lembrou tanto em figurino, como em trejeitos, Hobbes (Dwayne Johnson).

Pontos negativos de “Velozes e Furiosos 10”

Em contrapartida, o filme peca em quatro aspectos: primeiramente com o personagem de Jason Momoa. O ator é excelente e dedicado, porém em no 10″parece que seu personagem está em outra frequência. Tanto em suas falas como em seu trejeito, como, por exemplo, na cena em que lambe a faca com sangue. Comparar este vilão, a todos os anteriores é até incoerente, pois, todos seus antecessores, têm um tom vilanesco, mas nunca exagerado. Cada um passava seu recado e sua motivação sem exageros. Além disso, se Dante já era um personagem planejado para franquia, poderia ao menos ter sido mencionado em “” Velozes e Furiosos 5: Operação Rio”(2011).

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Segundo ponto e talvez o mais polêmico, é sobre Brian O’ Conner ( Paul Walker). Se parte da premissa básica parte de um capítulo em que Brian esteve presente, subentende-se que deviam voltar com ele para-os dias atuais… Existe até uma homenagem com trilha o instrumental da música See You Again, bem nas entrelinhas. Muito se especulava que o irmão de Paul Walker iria representar o personagem e continuar o seu legado, contudo não sabemos por qual motivo isso não acontece. Ademais, o mais curioso é que Mia (Jordana Brewster) volta para a ação e sempre cita Brian como aquele que está cuidando das crianças. Isso só torna a situação estranha, pois um personagem de tanta importância para a mitologia da saga ser resumida a uma apenas bábá de seus filhos.

Em terceiro lugar, a necessidade de ficar se explicando a cada momento incomoda. Isso é algo que poderia ter sido feito de maneira discreta, menos didática. E, em conclusão, o último ponto que considero uma o falha é não usar o filho de Toretto em mais cenas. Talvez, se ele tivesse sido sequestrado desde o início do filme, o ritmo seria outro e devido às resoluções rápidas a situação fica jogada para escanteio.

Colocando na balança

Categorizar a franquia de “Velozes e Furiosos” passa por algo marcante e exagerado. Só para ilustrar, ao longo do filme 5 tivemos o roubo do cofre, no 6 a explosão de um avião, no 7, carros pulando de paraquedas. Além disso, se não bastassem esses exageros anteriores, no filme 8 aconteceu a explosão de um submarino e no 9, um carro indo para o espaço. Nesse capítulo, todavia, não temos nada de tão grandioso comparado aos outros filmes, além de elementos comuns aos filmes de ação como explosões, slow motion e efeitos especiais.

“Velozes e Furisos 10” é um filme bom para uma franquia tão longa, entretanto não se destaca entre os outros. Talvez depois de um tempo, ele será esquecido, mas nesse momento cumpre o seu papel de entreter e divertir, mesmo apostando em dramas como o seu novo diferencial.

Cena Pós Crédito ou uma dose extra de spoiler

Sim, após longas 2h21 minutos de duração ainda temos uma cena pós-crédito na qual Hobbes aparece, recebendo um telefonema, em que uma voz o culpa pela morte de seu pai, afinal ele foi responsável por apertar o gatilho.

Resta saber como esse início de uma conclusão irá se desenvolver nos próximos filmes da saga. Teremos um foco maior em Hobbs, ou se teremos uma divisão no embate entre Dante X Hobbs? Embora eu queira trazer uma resposta, precisaremos esperar o próximo filme dessa trilogia de encerramento para sabermos o que acontecerá.

Colaborador convidado: Marcos Tadeu, 30 anos, apaixonado pelas histórias no cinema e a forma como elas são contadas. Acredita no poder das narrativas e de como elas são necessárias para contar uma boa história.