Resenha| Com amor, Simon – Becky Albertalli

1 de agosto de 2021 Philip Rangel

“Ele falou como você pode decorar os gestos de uma pessoa, mas nunca saber o que se passa na cabeça dela. E ter a sensação de que todos somos como casas com aposentos enormes e janelas pequenininhas. Sobre como você pode se sentir muito exposto, de uma forma ou de outra. Sobre como ele se sente tão escondido e tão exposto, em relação a ser gay.”

Durante o meu período de férias, agora do meio do ano (julho/2021), tive uma vontade de ler algo mais levinho, depois de assistir a série: “Love, Victor” pelo Star +. Nada mais justo do que ler o livro que foi responsável dessa série, eu também já vi o filme e ainda assim, queria compará-lo. Becky Albertalli conquistou uma multidão de fãs em “Com Amor, Simon”.

Simon Spier é um garoto comum do ensino médio, e como todos os garotos de sua faixa-etária, momentos de descobertas acabam guardando um segredo. Simon sabe que é gay e nunca se sentiu mal por isso, o problema que ele guarda todo esse segredo consigo. Ainda não seria o tempo de contar para seus amigos e seus familiares. Mesmo a escola possuindo diretrizes anti bullying, ele sabe como todos irão tratar a sua sexualidade.

O grande problema aparece quando o seu segredo é revelado para Martin que acessa o email fake de Simon e descobre mensagens dele com outro garoto gay que também guarda esse segredo. A escola não pode descobrir, porque existe um perfil no Tumblr que publica fofocas. Por deixar aberto seu email por descuido, agora sofre de chantagem. Ele precisa apresentar Abby, sua amiga, para Martin e ele a convidá-la para um encontro. O garoto sem ter como recuar, acaba aceitando a provocação para não revelar o seu segredo e a sua conversa com Blue.

“Mas estou cansado de sair do armário. Tudo o que eu faço é sair do armário. Tento não mudar, mas estou sempre vivendo essas pequenas mudanças. Arrumo uma namorada. Tomo uma cerveja. E, todas as vezes, preciso me reapresentar para o universo.”

Becky Albertalli monta toda uma referência em sua cultua pop, apresentando personagens carismáticos e uma trilha que me encantou. O livro é tão levinho, que foi muito aceito por muitos leitores, não poderia ter sido diferente. Estabelecendo um clichê que alavanca os seus personagens no meio de um mundo que vivemos norteado de informações, mudanças e uma abertura de quem realmente somos. A dificuldade de seus amigos, como: Leah, Nick e Abby, poderia ter se tornado difícil, mas quando se tem amigos, algo se torna mais fácil. O problema é que nem sempre é fácil pelo estereótipo criado do “ser família entre um homem e uma mulher”.

Gostei da revelação de quem realmente seria Blue, veio de uma forma diferente, aos poucos que contribuiu muito com o resultado esperado. Talvez intenção da autora seria o tema “gay, descobertas e aceitação”, que me lembro bem, ter ajudado muitos adolescentes. A série “Love, Victor”, veio dessa mistura entre livro e filme e se tornou uma das mais queridinhas de muitos adolescentes. Aceitar a sexualidade e se descobrir é uma forma de libertação que não é doença, mas um jeito sadio de viver e encarar o mundo.

Não deixem de ler, por favor!!! Você leitor irá me entender.

Com amor,

Philip.