Resenha | O museu das coisas intangíveis, de Wendy Wunder
A importância da amizade na adolescência
A vida não é algo fácil de se levar. Não digo isso em tom de reclamação, mas sim como a afirmação de que estar no mundo sempre será um misto de alegrias, medos, frustrações e esperança. Assim é a vida de Hannah uma adolescente de 16 anos que vive em Nova Jersey. Ela é a protagonista é narradora de “O museu das coisas intangíveis”, de Wendy Wunder.
Wendy também é autora do livro “A menina que não acredita em milagres”, também lançado, no Brasil, pela Editora Nova Conceito. Ese livro vai falar sobre certo período na vida de Hannah e de sua amizade com Zoe. As duas garotas são companheiras uma da outra desde a infância. Enquanto Hannah sonha em sair da cidade e se dedicar aos estudos para, com isso, poder dar à mãe uma vida melhor, Zoe vive o hoje.
Apesar das diferenças elas são duas amigas muito unidas, que se cuidam e se amam. Zoe tem um irmão caçula, Noah, portador de uma síndrome que o provocou uma grande capacidade de adquirir conhecimentos, mas ao mesmo tempo o limitou no entendimento de subjetividades. Para ajudar seu irmão a ter um breve entendimenro de como as pessoas e suas menteses funcionam, Zoe criou em seu porão o museu que da nome ao livro. Esse museu consiste em uma instalação temática. Feita pela jovem com os materiais que ela tem em mãos, as instalações recebem o nome dos sentimentos ou sensações que ela quer que o menino aprenda. Esses sentimentos, como medo, negligência, gula ou fé, foram escolhidos para serem os títulos dos capítulos do livro.
[…] Quando você divide um sentimento com alguém, ele passa a ter peso e tamanho. Mesmo que você seja uma daquelas pessoas que conseguem perceber isso, ele se torna uma coisa tangível, com características como forma, peso e calor. (p. 72)
Entretanto o livro que parece ser só uma história fofa de amigas, após algumas situações se transforma em uma road trip, quase um “Thelma e Louise” da adolescência. Zoe em meio ao seu surto mais complicado convida Hannah para fugir em uma aventura. O objetivo dela é ir atrás de um chamado que ela escuta, mas ao mesmo tempo de materializar para a amiga um museu prático de coisas intangíveis.
A partir desse ponto, qualquer coisa que eu falar é spoiler, então serei menos objetiva e não citarei exemplos do que se passa exatamente no livro. Mas preciso apontar que a jornada das duas adquire tanta intensidade que eu me assustei com essa reviravolta. Apesar do drama excessivo que é adicionado a medida que a viagem progride, não há perda do foco na relação de amizade entre as duas. Na verdade o que acontece são as várias situações que colocam as ideias delas em contraponto e revelam que ser amigo é também discordar.
E daí em diante tudo é sublime. E o fim… Esse é daqueles que te emocionam. Um amor de livro sobre o amor de uma amizade.
O museu das coisas intangíveis
Autora: Wendy Wunder
Tradução : Maria Angela Amorim De Paschoal
Capa comum: 256 páginas
Data de lançamento: (12 de novembro de 2018)
Selo: Editora Novo Conceito