Crítica | 1917
Por Marcello Ananias
O novo filme de Sam Mendes, 1917, aposta em seus trabalhados e extensos planos sequência, contando com uma grande entrega por parte dos atores e um roteiro envolventes para não deixar cair o ritmo do desenrolar do filme. Planos que se fazem valer de fotografias para além de lindas, reveladoras. Fotografias que impactam e ajudam a dizer o que não está sendo dito literalmente em cena.
Com ambientações que igualmente tiram o fôlego, os atos do filme se desdobram da forma mais fluída e natural possíveis, discorrendo de várias formas diferentes como os horrores da guerra subvertem a humanidade e trazem à tona essa pulsão de destruição que se espelha cada vez mais conforme entramos junto com o filme em zona de guerra. Vale aqui também elucidar o trabalho do ator George MacKay como protagonista que entrega uma atuação carregada de sentimento e emoção, que transmitem e dão fala às angústias de um sujeito em meio a esse cenário catastrófico da guerra.
Contrariando filme de guerra, com cenas de ação focadas em movimentação rápida de câmera e persistentes cortes, o plano sequência evoca um constante sentimento submersão, e deixa quem está assistindo extasiado pela tensão. Digno de uma experiência cinematográfica.
É um filme forte e delicado, que aborda as questões históricas e principalmente humanas através da perspectiva de um diretor que se mostra extremamente competente e promissor para tal tarefa.
1917 (2019)
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Sam Mendes e KrystyWislon-Cairns
Elenco: Geroge MacKay, Dean-Charles Chapman, Mark Strong, Andrew Scott, Richard Madden, Claire Duburcq, Colin Firth, Benedict Cumberbatch
Design de produção: Rod McLean, Elaine Kusmishko, Stephen Swan, Dennis Gassner e Simon Elsey
Montagem: Lee Smith