Crítica | Doutor Sono
Crítica escrita por Doug Araújo
Estreia nos cinemas brasileiros “Doutor Sono”, dirigido por Mike Flanagan (Ouija, 2016) sequência do celebrado “O Iluminado” (Stanley Kubrick, 1980), ambos derivados da obra do cultuado escritor Stephen King. A continuação chega 39 anos depois do filme de Kubrick. Convém informar ao amigo leitor que é necessário assistir ao filme anterior para ficar a par dos fatos que levaram o personagem principal ao lugar em que ele se encontra.
Danny Torrance, interpretado pelo ator Ewan McGregor, agora um homem maduro que luta contra o vicio em álcool, tanta seguir com uma vida normal e superar o traumático evento ocorrido no Hotel Overlook alguns anos atrás. Assim como a sequencia do filme “It – A Coisa” – outra adaptação para a telona de uma obra do Stephen King – Doutor Sono seque bem fiel ao livro e não altera a obra do escritor como fez Kubrick. Nos momentos iniciais do longa metragem vemos como Danny (Roger Dale Floyd) e Wendy Torrance (Alex Essoe) tentam superar o trauma vivido no Hotel Overlook e principalmente como o garoto tenta lidar com seu dom, sendo orientado pelo menor Dick Halloran (Carl Lumbly).
Passado alguns anos tudo parece caminhar para normalidade na vida de Danny (McGregor) até que ele se depara com um dilema: se sacrificar para ajudar uma jovem dotada dos mesmos poderes que os seus. Ela está em apuros assim como ele quando criança. A esperta Abra Stone (Kyliegh Curran) está sendo perseguida por um grupo diferente de iluminados que precisam sugar a vida e energia de outros superdotados para viverem por mais tempo. Aqui Stephen King brinca com a lenda dos vampiros trazendo-os para o seu universo.
O grupo dos vilões é comandado por Rose The Hat (Rebecca Ferguson) e Crow Daddy (Zahn McClarnon) que não são exatamente aterrorizantes, mas bem convincentes em seus papeis. O filme apresenta boas sequências de ação, mas peca por ser quase um roadmovie. Alex Essoe no papel de Wendy Torrance não obtém a redenção que sua personagem precisava. Um dos motivos pelo qual Stephen King não gosta da versão do Stanley Kubrick é justamente pelo diretor ter desenvolvido pouco a personagem interpretado em seu filme por Shelley Duvall.
Contudo, um ponto positivo no longa é ouso dos efeitos, sejam eles de câmera invertida ou mesmo dos efeitos especiais. Apesar dos tropeços “Doutor Sono” está longe de ser um filme ruim. Pelo contrario o espectador que for ao cinema terá uma boa experiência e sairá satisfeito com mais essa adaptação da obra literária de Stephen King.
Utilidade publica: o filme não possui cena pós créditos.
Assista aqui ao trailer