Livro: Tudo que Acontece Aqui Dentro – Júlio Hermann
Título: Tudo que Acontece Aqui Dentro
Autor: Júlio Hermann
Ano de Lançamento: 2018
Páginas: 192
Editora: Faro Editorial
Compre o livro: Amazon
Amar é afogar-se com os próprios sentimentos e continuar respirando.
Tudo o que acontece aqui dentro é uma seleção de crônicas sobre o amor em seus diversos estágios, sobre aprender com as experiências da vida… trata-se de um tipo de testamento das coisas do coração. É também um romance narrado pelas memórias de quem as viveu, por cartas que deveriam ter sido rasgadas, registros dos sentimentos pessoais de quem revelou bem mais de si que a maioria de todos nós. Uma das coisas mais bonitas é a maneira com que vamos enfeitando a alma enquanto esperamos alguém chegar “São cartas que escrevi enquanto ainda sentia a ferida arder. Os momentos felizes e os dias em que pensei que não iria aguentar”.Júlio tem um dom. Ele consegue exprimir sobre sentimentos com muita beleza e, ao compartilhar em escritos, permite que nós também possamos nomear o que muitas vezes sentimos e ficamos de algum modo aflitos, por não compreender. É o momento em que o nosso coração encontra a paz. Ele transforma o grito preso nas gargantas em literatura. São linhas que costuram o aprendizado sobre amor com o olhar de uma geração.
Tudo que acontece aqui dentro é um livro que você vai ler e dizer: “Esse livro foi feito para mim em todo o sentido”. Um livro que acabei e fiquei me vendo dentro dele na escrita do autor Júlio Hermann marcando a sua estreia em seu primeiro livro lançado pela Faro Editorial.
No enredo vemos o autor retratar diversas fazes de um relacionamento, de uma maneira muito sensível que me emocionou, uma vez que pude rever alguns momentos de meus relacionamentos do passado e sentir na pele como tudo ocorreu em diversos momentos do texto. É como se eu relembrasse tudo de uma forma mais vive que não tinha coragem de rever esses momentos gravados em minha memória. É através de cartas que nunca serão lidas que Júlio coloca tudo para fora. E cada momento percebi de desilusões, saudades entre outros temas passados por ele mesmo.
A insegurança e a incerteza podem nos atrapalhar muito em nossos relacionamentos, uma vez que, retira a coragem de encarar retornos positivos ou não. Outrora, não conseguiremos expressar realmente os nossos sentimentos com o próximo. O autor traduz seu coração engajando com o nosso, apresentando cada início uma música para acompanhar a sua leitura daquela crônica norteada de amor.
A linguagem e construção do texto é informal, retirada de seus escritos mesmo, o que deixa o leitor livre para sentir, reviver consigo mesmo o momento ocorrido em sua vida.
Apeguei-me muito a sua escrita, e com ela deixou uma coragem enorme de soltar sentimentos presos para a escrita. Entendo os motivos que levaram o autor ficar tão conhecido em seus sites, seu trabalho fora a escrita.
“Às vezes procuramos alguém para preencher os espaços deixados porque o vazio incomoda. Às vezes o vazio preenche tanto que somos nós por nós mesmos e tudo fica bem.
Passa tempo, passa vida, passa uma infinidade de instantes e tudo parece estar bem com a gente. Mesmo que não da mesma forma. Mesmo que tenha ficado lá atrás.
Eis que lá pelas tantas, quatro ou cinco da manhã, eu resolvo colocar o celular no silencioso para não precisar responder até o dia seguinte. Para não precisar deixar presente o que já ficou para trás.”
A edição da Faro Editorial é muito bonita e muito chamativa. A diagramação é muito colorida, possui ilustrações e as letras são meio que azuis. Os capítulos são curtos por serem crônicas e a linguagem é muito gostosinha de acompanhar. Para os amantes do kindle e outros e-readers, a editora não possui cópia digital. Deixando alguns leitores tristes. Contudo, pelo alto custo do livro digital, a editora resolveu não aderir em seus livros, ficando somente o impresso.
Fico muito feliz pela editora ter apostado em um autor como o Júlio. E vou correndo muito em breve ler seu novo livro já lançado pela editora. Indico muito a leitura!
“De vez em quando, o mundo desmorona na nossa frente. (…) De vez em quando, também, alguém aparece em meio aos escombros e nos ajuda a reconstruí-lo.”