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Livro: Almas Gêmeas – Nicholas Sparks

Título: Almas Gêmeas
Título Original: Every Breath
Autor(a): Nicholas Sparks
Ano publicação: 2018
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Onde comprar: Amazon

Hope Anderson está numa encruzilhada. Aos 36 anos, ela namora o mesmo homem há seis, sem perspectiva de casamento. Quando seu pai é diagnosticado com ELA, Hope resolve passar uma semana na casa de praia da família, na Carolina do Norte, para pensar nas difíceis decisões que precisa tomar em relação ao próprio futuro.
Tru Walls nasceu numa família rica no Zimbábue. Nunca esteve nos Estados Unidos, até receber uma carta de um homem que diz ser seu pai biológico, convidando-o a encontrá-lo numa casa de praia na Carolina do Norte. Intrigado ele aceita e faz a viagem.Quando os dois estranhos se cruzam na praia, nasce entre eles uma ligação eletrizante e imediata. Nos dias que se seguem, os sentimentos que desenvolvem um pelo outro os obrigam a fazer escolhas que colocam à prova suas lealdades e reais chances de felicidade.

Falar de Nicholas Sparks é saber que iremos encontrar um romance, um desfecho talvez nem tão feliz e muitos momentos de reflexão. Isso por hora pode se tornar clichê, já que esse é o seu vigésimo segundo livro publicado.  Dessa vez o autor viaja até o Zimbábue, no continente africano, até a Carolina do Norte, palco central de seus livros e onde tudo desenrola.

Hope Anderson é uma mulher muito encantadora que está de passagem por pouco tempo em Sunset Beach na Carolina do Norte para meio que se “despedir” do local, já que o chalé da família será vendido para custear as despesas da doença do pai. Do outro lado, na África encontramos com Tru Walls, um guia de safáris e vive no Zimbábue, no mesmo lugar ele tem um filho de dez anos, Andrew  que mora com a sua mãe, Kim. Tudo muda quando Tru recebe uma carta misteriosa de seu pai biológico, que nunca conheceu e vive na Carolina do Norte. O ponto central da história é o encontro dos dois nessa ilha meio que vazia antes do verão.

O interessante é que como de costume, o autor narra em terceira pessoa e inicia como se ele tivesse indo encontrar os personagens depois de descobrir um correio (daí o nome do livro), com cartas e ter pego essa linda e emocionante história de Hope e Tru.  A caixa de correios nessa ilha é meio que isolada, ao lado um banquinho para que as pessoas ao mesmo tempo depositar suas cartas e outras poderem ler, aprender, ajudar ao outro e ao mesmo tempo servir como uma terapia.

Será que existe uma “Almas Gêmeas” no Brasil? Seria muito legal se existisse, ou quem sabe alguém poderia trazer. Não é mesmo? Outro momento que marca toda a história dos dois personagens principais é o cachorro Scottie da Hope e seu namorado Josh, uma definição exata daquelas pessoas que matam a outra aos poucos. O cara enrola a mulher por seis anos em um namoro e quando ela tem um casamento de sua melhor amiga, que também é outro motivo dela estar ali. Eles acabam brigando e ele indo para Las Vegas viajar com os amigos, deixando Hope sozinha.  Além de ser muito egoísta e imaturo.

Existe momentos marcantes dentro do livro, a preocupação de Hope com o pai e ela relembrando seus ensinamentos, o apego de Tru com seu filho Andrew e sua ex-esposa. Aqui, atentamos também para o fato do livro ser dividido em duas partes, a primeira contém todo o início, na década de 90 temos a trajetória de amor e conflitos entre os dois, a segunda, anos mais tarde, momentos atuais, eles já mais velhos e um pouco mais lenta. A presença do autor é muito forte e ele vai conduzindo com maestria todo o enredo.

Nessa história percebi uma mudança na escrita do autor. Ele trouxe  uma história séria e comovente, porque Tru guarda segredos e um passado nem tão fácil, ao mesmo tempo Hope. O final como já conhecemos é de cortar o coração. Mas o legal, foi ver o autor viajar para longe.

A edição da editora Arqueiro ficou muito bonita. As cores vivas e usaram a capa da versão americana. Fiquei bem feliz de terem mantido a original. A tradução foi outro ponto que merece palmas, consegui sentir as sensações dos personagens e me situar dentro de Sunset Beach. Fora que temos um outro lugar mais para frente que nos ajudar caminhar para o encerramento dessa história.

Se vale a pena? Vale muito a pena para os amantes do autor e também para aqueles que querem ver uma mudança em sua escrita. Eu mesmo falo “mudança” porque não lembro dele viajar para outros lugares, iniciar uma história dali e trazer para a Carolina do Norte, palco de seus livros.

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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