Lá da Gringa: Kulti – Mariana Zapata
Nome do Livro: Kulti
Autor(a): Mariana Zapata
ISBN: B00V12L3CU
Páginas: 580
Ano: 2015
Nota: 4/5
Sal Casilhas é uma jogadora de futebol obstinada pela vitória quando coloca seus pés em campo. Desde criança foi apaixonada por futebol, por influência do seu pai. Porém, houve um evento que despertou a vontade de seguir a carreira profissional, o nome da pessoa responsável por esse desejo se chama Kulti. Reiner Kulti é o ídolo mundial, Sal é fã do nível de sonhar se casando com o jogador e ter bebês com ele. Em um belo dia antes de começar a temporada dos campeonatos, um anúncio é feito e deixam todos embasbacados, principalmente a jovem atacante. Reiner Kulti será o novo assistente do treinador do time de Sal. Agora o time tem seu foco na mídia, não pelo sucesso das mulheres em campo, mas pelo novo funcionário. O amor de fã a deixa desorientada, mas será que seu ídolo irá corresponder suas expectativas?
Este é o segundo livro que leio da autora Mariana Zapata. O primeiro foi The Wall Winnipeg and me, que foi para mim uma das melhores leituras do ano passado. A forma que ela consegue construir os relacionamentos dos personagens é fascinante e forma que os conduzem é algo que deixa qualquer um empolgado de ler suas histórias. Kult não foi diferente.
Sal é uma personagem diferente das que vimos por aí. Ela foge totalmente de estereótipo da mocinha que encontra o amor. Ela está na contramão quanto isso, pois ela é independente, audaciosa e totalmente sem filtro com suas palavras. Ela é fã de futebol desde criança e carrega um amor ao seu ídolo desde então. Mal sabia ela que este seu ídolo estaria mais perto do que imaginava, pois seria um dos seus treinadores. Ela no princípio se assusta com esta relação, que antes era fã-ídolo, agora é jogadora-treinador. Quando ela começa a se comunicar com ele, logo se decepciona, pois o famoso jogador é mais frio do que as geleiras do Polo Norte. Porém, não se deixa-se abater e segue sua vida normalmente. No entanto, Kulti sente que deve ser amigo da jogadora, o que ele não sabia que este nível de relacionamento poderá ser alterar e talvez destruir a carreira de sal.
O livro narrado pelo ponto de vista de Sal, o que pra mim foi satisfatório. Ela não é carregado de melodramas quando algo de ruim acontece. Ela enfrenta seus medos e qualquer pessoa que vem contra ela e sua família. O irmão de Sal também é jogador de futebol e está na Europa, ela deverá administrar isso, pois Kulti e seu irmão tiveram um desentendimento dentro de campo. Porém, senti falta mais dos confrontos e da presença do seu irmão na trama, seria algo estimulante na leitura deparar com algumas conversas entre os irmãos.
Os sentimentos de ambos para com o outro são distintos, pois Sal tem no seu coração o amor de fã, mas ao se deparar com algumas atitudes rudes de Kulti, o que ela começa a sentir é raiva. Já o ex-jogador é um enigma, pois como é narrada pelo ponto de vista da mocinha, não conseguimos identificar detalhadamente o que ele está sentindo. Apenas em algum momento conseguimos perceber mais o que se passa com ele.
A escrita de Zapata como sempre é fascinante. Os livros dela não são pequenos ou uma leitura rápida, mas isso não é defeito ou algo desmotivador de começar a leitura, pois o mais incrível da autora é conseguir construir os relacionamentos dos personagens gradativamente, ou seja, não há amor instantâneo em suas histórias. O leitor consegue perceber as partes dos momentos que a relação vai mudando. Não é algo fácil de escrever e desenvolver, e a autora consegue fazer isso com esmero.
Para os fãs de romance e New Adult está é uma ótima indicação. Você encontrará personagens reais, sentimentos à flor da pele, confrontos e cenas bem construídas e diálogos que farão você rir ou suspirar. Zapata mais uma vez ganhou um espaço no meu coração e sonho que um dia alguma editora brasileira compre os direitos de publicação dos seus livros.
Jornalista como profissão e bookaholic por prazer. Amo livros, especialmente os New Adults. Sou viciado em séries, mas sempre paro pela metade para começar outras. Aerosmith, Bom Jovi e todas essas bandas antigas são minhas preferidas. Aliás, sou extremamente nostálgico.
Resenha também postada no blog Eu Conto Depois.