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Resenha “Com Amor, Simon”

Com Amor, Simon (Simon vs. the Homo Sapiens Agenda)
Autora: Becky Albertalli
Páginas: 303
Gênero: Ficção Juvenil
Lançamento: 07/04/2015

 

É bem difícil não falar do livro sem pensar no filme e vice-versa. Isso significa que ambos são relevantes e conseguem explorar muito bem a seu modo aspectos diferentes de uma mesma história. Temos a aventura de um jovem que se descobrindo gay, tenta se posicionar no mundo e enfrenta as dificuldades do primeiro amor.

O livro se preocupa em detalhar a vida familiar e social desse jovem. Assumindo inicialmente abordagem muito dentro do politicamente correto, claramente demonstrando ao jovem leitor o que é correto, quase compromete a história. Esse posicionamento fica esquecido logo na primeira parte e conseguimos nos envolver com a aventura daquele jovem Simon, já bastante carismático. É provável que o grande mérito desse livro esteja justamente nesse carisma de Simon. Mesmo com suas limitações naturais de maturidade, ele é justo, bondoso e carente, na medida em que desperta em nós leitores aquele envolvimento como torcida para o sucesso de suas aventuras que não são poucas.

É natural um jovem recém saído da proteção da infância, se atrapalhar nas demandas da vida adulta. É previsível não saber como lidar com os sentimentos das pessoas mais próximas como a irmã mais nova e a melhor amiga e com isso causar magoas nas mesmas. A grande questão é como esse novo adulto enfrenta seus erros e os ajusta.

Simon não só tem a certeza de ser gay, mas tem que lidar com o fato de se apaixonar por um desconhecido. A história gira em torno de seu contato com um amigo da internet que estuda em sua escola e se assume gay anonimamente em um blog acessado por todos os alunos. Simon tenta a todo momento descobrir a identidade do jovem ao mesmo tempo que conversa com ele por e-mail.  Na medida que o tempo passa essa conversa se aprofunda. Ambos criam laço que não se ampara no sexo, mas em entender os gostos pessoais e comportamentos, ao mesmo tempo em que dão força um ao outro na difícil questão de assumir a sexualidade para a família. Isso é um ponto positivo a se destacar, pois apesar do sexo estar na mente dos jovens 24 horas por dia, eles precisam de alguém para se apoiar afetivamente, para conversar de seus problemas de maneira confidente e segura e sabemos da dificuldade que a maioria tem para encontrar isso.

É interessante que até certo ponto o livro poderia ser quase chato, mas sua virada está justamente ao fato do leitor se envolver na história de Simon. O mistério da identidade de seu amor apenas serve como tempero na trama toda, pois o envolvimento da família e dos amigos é muito forte e demonstra a importância dela na vida de um jovem gay, que tende a sofrer mais da solidão que os jovens heterossexuais. Por isso, o livro não se limita ao público LGBT, é uma aventura para todos perceberem a vida alheia e quem sabe haver mais empatia do que ódio em nosso mundo.

 

Vitor Damasceno

Estudante de cinema atualmente vivendo em Buenos Aires.

2 comentários sobre “Resenha “Com Amor, Simon”

  • Amo livros e filmes mas os livros são minha paixão, o fato de trazerem muito mais detalhes da histórias e conhecimentos mais profundos a respeito dos personagens é incrível. Creio que ler com amor simon é indispensável para quem se apaixonou pelo filme, pois por se tratar de uma história tão cheia de duvidas e aceitações o livro tem informações mais claras para entender melhor os personagens principescamente o simon

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  • Acho que empatia é o nome que define o objetivo dessa obra. Ver as relações do protagonista com entes mais próximos deve mostrar o quanto esse convívio é importante para aqueles que sofrem todo dia por não ser como a sociedade de um modo geral, julga ser o correto.

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