Crítica “Operação Red Sparrow”

Red Sparrow, 2017 – Estados Unidos

Direção: Francis Lawrence

Roteiro: Justin Haythe

Operação Red Sparrow (Red Sparrow, 2018)
Elenco: Jennifer Lawrence, Joel Edgerton, Matthias Schoenaerts, Charlotte Rampling, Mary-Louise Parker, Ciarán Hinds, Joely Richardson, Bill Camp, Jeremy Irons
Fotografia: Jo Willems
Trilha Sonora: James Newton Howard
Montagem/Edição: Alan Edward Bell
Direção de Arte: Amber Brabant, Laszlo Demeter, Zsuzsa Kismarty-Lechner, Tibor Lázár

Outrora talentosa bailarina, Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) encontra-se em maus bocados quando é convencida a se tornar uma Sparrow, ou seja, uma sedudora treinada na melhor escola de espionagem russa. Após passar pelo árduo processo de aprendizagem, ela se torna a mais talentosa espiã do país e precisa lidar com o agente da CIA Nathaniel Nash (Joel Edgerton). Os dois, no entanto, acabam desenvolvendo uma paixão proibida que ameaça não só suas vidas, mas também as de outras pessoas.

Quem espera de Red Sparrow um filme de espionagem com cenas de ação e violência do inicio ao fim pode se decepcionar. Aqui a violência e muito mais psicológica do que física. Jennifer Lawrence, mesmo com um sofrível sotaque russo, é a femme fatale treinada pela agencia russo Red Sparrow, que funciona como uma espécie de serviço secreto do governo que utiliza de métodos psicológicos – bem como das artimanhas do corpo, sedução e sexo – para alcançar os objetivos do governo russo no campo da espionagem.

O filme segue o estilo dos filmes clássicos de espionagem, na qual personagem principal está tentando sair de uma situação na qual foi colocada a força. A jornada de herói de Dominika Egorova foi apressada e mal construída causando certo distanciamento de sua dor e motivações pessoais. O roteiro é bem engajante e interessante mais é prejudicado pelo ritmo lento e cenas longas e repetitivas que muitas das vezes nada acrescente a trama chegando a ser cansativo. Fotografia e iluminação no filme são bem trabalhados ajudando na construção de atmosfera e ambientação dos personagens. A trilha sonora funciona muito bem, em alguns momentos e foi utilizada como parte da tensão vida pelos personagens. Jennifer Lawrence repete a parceria de filmes anteriores com o diretor Francis Lawrence, o mesmo que dirigiu a franquia Jogos Vorazes.

A atriz conseguiu fugir do seu estilo exagerado de atuação e entrega uma personagem bem equilibrada sendo explosiva nos momentos necessários e bem demonstra quietude e raiva silenciosa quando preciso. Joel Edgerton está bem no filme, mas faz um personagem bastante genérico do gênero espionagem. É aquele agente que possui certo prestigio, mas em uma de suas missões algo dá errado. Agora, ele tem que fazer de tudo para recuperar a confiança de seus pares. Vale destacar a atuação dos coadjuvantes Jeremy Irons e Charlotte Ramplin (essa sim tem cara de russa e consegue segurar o sotaque russo). Outra surpresa agradável do elenco é Mary-Louise Parker como uma auxiliar de um senador americano, bêbada e corrupta.

Operação Red Sparrow, mesmo com problemas narrativos, consegue ser um filme bem amarrado entregando um final satisfatório. Pode ser um pouco decepcionante para quem espera altas doses de pancadaria.

Nota: 3,5/5

Assista aqui ao trailer: