Entrando Você Numa Fria: Especial Raphael Draccon

Olá, leitor! A editora LeYa entrevistou o autor Raphael Draccon, falando mais um pouco sobre o seu mais novo lançamento, o livro “Fios de Prata- Reconstruindo Sandman”.

•  Quando começou a escrever?

Por incrível que pareça, a coisa toda começou com Bruce Lee. Aos seis anos eu vi “Operação: Dragão” e me prometi que seria tudo o que ele era: que seria escritor, faixa-preta e que trabalharia com cinema. Foi preciso vinte anos para
cumprir toda a promessa.

• O que inspira suas histórias?

Todas elas sempre tem um lado voltado a algo espiritual. Provavelmente pela minha formação nas artes marciais, e por ser filho de uma mestra yogue, esses sempre me foram assuntos relevantes. A literatura fantástica para mim é uma
metáfora do pior e do melhor da essência do ser humano. A questão não é a cena de um cavaleiro enfrentar um dragão, são os sentimentos de honra, desespero, coragem, saudade, sacrifício e superação que existem por detrás do ato de um homem comum desafiar algo maior do que ele. Isso é o que
me inspira.

• Por que uma releitura de Sandman?

Porque eu devo muito a Neil Gaiman. Se você olhar a resposta anterior perceberá que é uma resposta que poderia vir dele também, pois ele passa isso em suas histórias. Sandman toca em uma camada de espiritualidade e fantasia jamais alcançada antes. Fios de Prata – Reconstruindo Sandman é uma declaração de amor a tudo isso que nós, eu e ele, amamos e uma referência ao Gaiman, que acabou se tornando um personagem do livro.

• Como explica seu grande número de leitores na Web?

Eu sempre acredito que os leitores se identificam com o que é sincero. Bernard Cornwell escreve literatura histórica porque ele é apaixonado por isso. Neil Gaiman é um sonhador ambulante, que até se veste como Morpheus. George R.R. Martin tem a aparência que Merlin e Gandalf teriam se comessem fast food. Eles acreditam no que escrevem. Acho que é por isso que os leitores se identificam com os meus livros, porque eu só escrevo livros que eu gostaria de ler e que tenham uma parte de mim ali. Viver disso ainda será sempre diferente de viver isso.

• Como vê o crescimento da literatura fantástica no Brasil?

Era algo inevitável, desde que alguns autores demonstrassem o poder dela. Desde a época dos contos dos Grimm até o cinema de hoje, a literatura fantástica sempre foi a mais popular do mundo.Só que no Brasil estávamos presos a estereótipos que associam literatura brasileira à obrigação e avaliação acadêmica. Hoje o leitor passou a confiar em uma nova geração de autores que tem brilhado como fachos de luzes em cenários antes de completo breu. E contribuir para esse setor ganhar a confiança dos leitores e dos livreiros brasileiros como vemos é hoje é algo digno das melhores metáforas da literatura fantástica.

O livro já pode ser adquirido pelo site Submarino. E você leitor, o que achou?