CinemaCríticasLançamentos

Crítica | O Que Te Faz Mais Forte

O Que Te Faz Mais Forte (Stronger, 2017)
Duração:
1h22
Direção: David Gordon Green 
Roteiristas: John Pollono (baseado no livro de Jeff Bauman e Bred Witter
Elenco: Jake Gyllenhaal, Tatiana Maslany, Miranda Richardson
Trilha Sonora:Michael Brook
Direção de fotografia: Sean Bobbitt
Edição: Dylan Tichenor

“O Que Te Faz Mais Forte” (Stronger, 2017) conta a historia de Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal), um sobrevivente do ataque terrorista que ocorreu em 15 de Abril de 2013, em Boston. Jeff tem um relacionamento de idas e vindas com Erin (Tatiana Maslany) e num momento de rompimento ele promete estar lá pra vê-la cruzar a linha de chegada da Maratona de Boston. Uma explosão aconteceu neste dia na linha de chegada da Maratona e ele foi uma das mais de 260 pessoas feridas.

O jovem perde as duas pernas e precisará de força, empenho e esperança para passar pelos períodos mais difíceis de sua vida. Na companhia de sua mãe Patty (Miranda Richardson), Erin e sua família ele vai descobrir como sair mais forte desta tragédia.

Jeff Bauman é um rapaz comum de 28 anos. Trabalhador da Cotsco, amante de beisebol – principalmente do Red Sox -, uma paixão que ele compartilha com a família. Neste momento ele e a namorada estão separados . Ela aparece no Bar em que ele assiste aos jogos para arrecadar fundos para sua participação na Maratona de Boston, em nome do hospital que trabalha. Jeff sempre ausente em seu relacionamento vê uma chance de surpreender Erin e se compromete a estar na linha de chegada com um cartaz para surpreende-la mesmo a corrida sendo no mesmo dia do jogo de seu time favorito.

Ao procurar pelo melhor lugar para ver Erin, o rapaz esbarra em um homem muito suspeito e se distrai com o movimento do impacto. Esse contato é o marco do inicio dessa tragédia. No final da corrida, quando os primeiros corredores começam a atravessar a linha de chegada duas explosões causadas por bombas – feitas de panela de pressão – atingem a multidão. Patty recebe um telefonema e vai com a família para o hospital saber da condição do filho. Ao serem recebidos pelo médico vem o alívio de saber que ele está vivo mas, a dor de que ele perdeu as pernas no ataque.

Jeff desde que recebe a notícia trata o assunto com bom humor, sempre fazendo uma brincadeira aqui e ali e surpreendendo a família. Jake está fantastico e segundo o próprio Jeff está muito fiel a realidade. Após ler a biografia e ter muitas conversas com o autor, o ator consegue nos entregar uma representação da realidade que não deixa a desejar, transmitindo todos os sentimentos e sensações que faz o público se envolver e se emocionar.  Somamos isso a qualidade da maquiagem que engana o espectador ao dar veracidade a amputação das pernas.

 Ao voltar para casa, Jeff se depara com uma nova realidade. Ele considerado um herói nacional e vê em cima de seus ombros um grande peso.  O sentimento de dor e perda após ataques terroristas já é conhecido dos estadunidenses, principalmente  apos o 11 de Setembro. É  importante perceber como isso impulsiona e une a população de maneira inesperadas. As pessoas se aproximam  pela perda de entes queridos e pela esperança de dias melhores, assim como grupos que se atraem, pois acreditam que os ataques são parte de uma conspiração política do próprio país. O personagem é o porta voz dos Estados Unidos. Sua dor é semelhante a de muitos.

O caminho da reabilitação é cheio de altos e baixos e Jeff se vê sozinho nessa trilha. O filme apresenta além da protagonista todos aqueles que fizeram parte dessa vivência.  Os vários personagens são a conexão de Jeff com a superação.

Este drama biográfico traz muitas emoções e lágrimas, é muito difícil ver as consequências desse acidente, mas é sensacional acompanhar a sua recuperação. O amor e a esperança nos leva a encontrar a força que existe dentro de nós.

* essa crítica foi escrita pela colaboradora Anna Carolina Perucci

Yasmine Evaristo

Artista visual, desenhista, eterna estudante. Feita de mau humor, memes e pelos de gatos, ama zumbis, filmes do Tarantino e bacon. Devota da santíssima Trindade Tarkovski-Kubrick-Lynch, sempre é corrompida por qualquer filme trash ou do Nicolas Cage.

2 comentários sobre “Crítica | O Que Te Faz Mais Forte

  • Nossa que resenha emocionante, dramas biográficos sempre me trazem muita emoção e esse me parece um daqueles que você chora sem perceber. Mas que bonito ver a superação e amor dos personagens

    Resposta
  • Ver esse caminho tão difícil, cheio de seus altos e baixos, deve deixar um senso reflexivo muito grande no telespectador. É uma maneira bem prática de se abordar um assunto que fere os cidadãos americanos. Tenho certeza que deve ser daqueles que filmes que te tocam de verdade, inesquecíveis.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.