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Crítica “The Post: A Guerra Secreta”

The Post A Guerra Secreta Steven Spielberg Liz Hannah Josh Singer Meryl Streep Tom Hanks Sarah Paulson Bob Odenkirk Tracy Letts Bradley Whitford Bruce GreenwoodThe Post: A Guerra Secreta (The Post ,2017)
Duração: 1h 56min
Diretor: Steven Spielberg
Roteiristas: Liz HannahJosh Singer
Elenco: Meryl Streep, Tom Hanks, Sarah Paulson, Bob Odenkirk, Tracy Letts, Bradley Whitford, Bruce Greenwood
Trilha Sonora: John Williams
Direção de fotografia: Janusz Kaminski
Edição: Sarah Broshar, Michael Kahn

Steven Spielberg dirige Meryl Streep e Tom Hanks em The Post: A Guerra Secreta, um drama sobre a parceria dea Katherine “Kay” Graham, primeira mulher editora-chefe do jornal The Washington Post e, seu editor Ben Bradlee. Essa improvável parceria surge enquanto os dois correm contra o tempo para alcançar o The New York Times na cobertura da manobra do governo para ocultar segredos de Estado.

Primeira emenda da Constituição

É vedado ao congresso criar legislação que favoreça estabelecimento de religião ou proiba o livre exercício, ou restrinja a liberdade de expressão ou de imprensa, ou o direito das pessoas de se reunir pacificamente e de requerer do governo reparação de prejuízos.

É comum ao longo da história há situações na qual o cidadão precisa decidir entre escolhas de cunho pessoal e escolhas de cunho coletivo. Em meio a uma dessas situações Spielberg desenvolve seu novo filme. O resultado, que recebemos, é um drama inspirado nos fatos reais de quando os jornais The Washington Post e The New York Times denunciaram o estudo secreto conhecido como Pentagon Papers.

Esse estudo continha dados sobre ações do governo estadunidense, de mais de uma década, relacionadas a disputas bélicas. Eles foram provas das verdades omitidas a população. Sua revelação colocou em cheque a reputação do estado norte-americano sobre a veracidade dos fatos sobre a Guerra do Vietnam.

De posse das informações desse relatório o The New York Times sai na frente denúncia. Com isso ele é vetado pelo Presidente Nixon de publicar qualquer conteúdo confidencial, por colocar o país em situação de risco. Por um acaso do destino, a redação do The Washington Post também tem acesso a uma parte das informações e decide entrar nessa corrida, por um furo de notícia. O diretor desenvolve todo seu filme em torno dessa busca por informações e do questionamento do quanto vale, ou não, divulgá-las. O assunto, já tinha sido abordado em outra produção, do ano de 2003, Segredos do Pentágono, com James Spader e Claire Forlani no elenco.

The Post A Guerra Secreta Steven Spielberg Liz Hannah Josh Singer Meryl Streep Tom Hanks Sarah Paulson Bob Odenkirk Tracy Letts Bradley Whitford Bruce Greenwood

Em princípio o filme não delimita muito bem qual o conflito existente entre as personagens. Parece que será apenas uma história de bastidores, na qual cada um exercerá a função de possibilitar os acontecimentos da trama. Porém, ganha força ao estabelecer o crescimento de Kay Graham (Merryl Streep) e o apreço da equipe por descobrir os fatos em busca de divulgar a verdade aos leitores e aumentar a visibilidade do jornal, com o furo de notícia. Desmascarando os bastidores políticos e apresentando o funcionamento de uma redação de jornal, Spiba volta, em 2017/18, com o que ele sabe fazer de melhor: seu cinema autoral.

Como em suas obras mais antigas (E.T., Contatos Imediatos do Terceiro Grau, etc.), neste filme, o diretor desenvolve a “Jornada do Herói”. De herdeira insegura, sem espaço de fala, à líder do “The Post”, a personagem se fortalece e mostra, paralelo aos fatos, a luta dessa mulher por respeito. Assim, Katherine amadurece e vence as limitações impostas a ela por ser mulher. Em uma época que esse tipo de “trabalho” era encabeçado apenas por homens, unido ao fato de seu pai deixar a empresa para que o genro administrasse, ao  ficar viúva, não há quem acredite em sua capacidade de gerir a empresa.

Com uma interpretação natural, Merryl mantém a força de Kay ativa. Hanks, em sua companhia, compõem uma dupla agradabilíssima. Desde Munique (2005) que eu não sentia essa força em Spielberg. O diretor consegue desenvolver um filme atrativo, no qual o suspense é presente e, incita a curiosidade sobre o desenvolver da trama. Isso é importante, pois se tratando da adaptação de uma história real e de conhecimento mundial, o desfecho tende a ser conhecido. Logo, a capacidade da produção, roteiro e direção de manter o espectador seduzido, afirma a qualidade do longa e de sua narrativa.

A produção é da 20th Century Fox e Amblin Entertainment estreia dia 21 de janeiro de 2017 nas salas do Brasil. Assista aqui ao trailer:

 

Yasmine Evaristo

Artista visual, desenhista, eterna estudante. Feita de mau humor, memes e pelos de gatos, ama zumbis, filmes do Tarantino e bacon. Devota da santíssima Trindade Tarkovski-Kubrick-Lynch, sempre é corrompida por qualquer filme trash ou do Nicolas Cage.

2 comentários sobre “Crítica “The Post: A Guerra Secreta”

  • Esse filme me fez lembrar (questão da censura) a ditadura militar que o Brasil sofreu e também da novela senhora do destino que retratou aquela época inclusive com destaque para um jornal que foi censurado. A luta da mulher para destruir o machismo é outro ponto belíssimo na trama

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  • Merryl sempre consegue atuações boas e retas – que acabam lhe rendendo indicações de oscars para coleção. Vejo que ela o papel não lhe permite ir além, por mais que a mesma ganhe destaque gradativo na trama. Apesar dos pesares eu espero ter a oportunidade de ver esse filme que apesar de ser baseado em fatos históricos, pode ser bem atual.

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