Crítica “Jumanji: Bem Vindo à Selva”
Jumanji:Bem-Vindo à Selva (Jumanji: Welcome to the Jungle, 2017)
Direção: Jake Kasda
Roteiro: Chris McKenna, Erik Sommers
Adaptação da obra “Jumanji” de Chris Van Allsburg
Elenco: Dwayne Johnson, Karen Gillan, Kevin Hart, Jack Black, Nick Jonas
A nova adaptação do romance de Chris Van Allsburg homenageia o filme de 1995, adapta a história as perspectivas atuais e repete clichês de filmes de aventura comédia, no qual pessoas com personalidade diferentes precisam trabalhar em equipe para conseguirem sair de alguma situação de risco.
Caminhando pela praia, um homem encontra um jogo de tabuleiro para casa. Acreditando que o filho gostará desse jogo, entrega a ele, que prefere jogar videogame. O ano é 1996. A noite, enquanto dorme, a caixa de jogo passa por uma transformação e o que antes era um tradicional tabuleiro vira um cartucho de game. Ao colocar o jogo em atividade, algo acontece àquele garoto.
20 anos depois, quatro alunos do ensino médio cumprindo tarefas na detenção, se deparam com o jogo. Eles são quatro tipos bem diferentes um do outro. Os estereótipos são claros aqui: o nerd, a bonitona fútil, a tímida estranha e o negro jogador. Captados para dentro do jogo, eles assumem aparências que destoam de suas personalidades. O nerd magrelo e covarde, Spencer (Dwayne Johnson) agora é um herói alto e forte. A mais bela da escola, Bethany (Jack Black), é um arqueólogo/cartógrafo gordo e de meia idade. O forte jogador, Fridge (Kevin Hart), perde metade de seu tamanho e toda a sua força. A menina tímida e rabugenta, Martha (Karen Gillan), é o mulherão que domina artes marciais em uma micro-roupa.
A partir da chegada deles em Jumanji o necessário é recuperar o cristal roubado da estátua do jaguar – pelo vilão Van Pelt (Bobby Cannavale) – para então, poderem voltar pra casa. Assim, como na primeira adaptação para o cinema, do livro, o filme é repleto de situações surreais, perseguições de animais e perigos inimagináveis. Porém, nesse novo filme reproduz a estrutura de um videogame. Cada jogador tem uma limitação de vidas, cada descoberta nova é uma fase e, quando estas se iniciam toca uma música padrão. As fugas, corridas, perseguições lembram realmente as posturas dos avatares de jogadores de games com players compartilhados.
Além de ser uma boa ideia trazer elementos dos hábitos de jogos atuais para a adaptação, o diretor, Jake Kasdan, homenageia o longa metragem dos anos 1990, como na caixa do tabuleiro que é a mesma – inclusive na parte de dentro – ou na cabana, construída dentro de Jumanji, por Parrish (Robin Williams).
As relações entre as personagens se desenvolvem a partir da necessidade de confiarem um no outro. Daí surgem situações cômicas, pautadas, como sempre na oposição do que eles são na realidade com o que eles são no jogo. Exemplificando, posso citar o fato de Bethany se divertir ao fazer xixi pela primeira vez, já que ela agora é um homem, ou Martha usar de sua habilidade – leia ser gostosa – para distrair os vigias de um galpão que eles precisam saquear. As piadas funcionam? Funcionam. Elas são legais? Nem sempre. Há momentos que parecem um roteiro de Zorra Total, ou piadinha de grupo de família, de tão batidas que elas são.
“Jumanji: Bem-Vindo a Selva” é mais um filme de aventura que aborda o tema “unidos venceremos”. Assim como Power Rangers, as diferenças entre a equipe é superada pelo bem do coletivo. Parece tentar conscientizar, mas só entretém.
Nota: 3/5
Assista aqui ao trailer
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