Resenha: Mosquitolândia, por David Arnold
Nome do livro: Mosquitolândia
Nome Original: Mosquitoland
Autor(a): David Arnold
Tradução: Alyne Azuma
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580577792
Ano: 2015
Páginas: 352
Nota:
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“Meu nome é Mary Iris Malone, e eu não estou nada bem.” Após o inesperado divórcio dos pais, Mim Malone é arrastada de sua casa em Ohio para o árido Missis – sippi, onde passa a morar com o pai e a madrasta e a ser medicada contra a própria vontade. Porém, antes mesmo de a poeira da mudança baixar, ela descobre que a mãe está doente. Mim foge de sua nova vida e embarca em um ônibus com destino a seu verdadeiro lugar, o lar de sua mãe, e acaba encontrando alguns companheiros de viagem muito interessantes pelo caminho. Quando a jornada de mais de mil quilômetros toma rumos inesperados, ela precisa confrontar os próprios demô- nios e redefinir seus conceitos de amor, lealdade e sanidade. Com uma narrativa caleidoscópica e inesquecível, Mosquitolândia é uma odisseia contemporânea, uma história sobre as dificuldades do dia a dia e o que fazemos para enfrentá-las.
Mary Iris Malone, ou simplesmente [Mim] (um acrônimo usado por ela), é uma adolescente de 16 anos vivendo uma fase bem difícil. Jovens que estão nesse termo irão se identificar bastante.
Seus pais acabam de se divorciar e ela está morando em outra cidade com sua madrasta e seu pai. Ela sente que aquela cidade, a qual ela chama de Mosquitolândia, não é o seu lar. Ela não consegue se encaixar e tudo é mais difícil do que parece.
Até que ela toma uma decisão. Viajará 1.524 quilômetros até Cleveland, lugar onde sua mãe está. [Mim] toma essa decisão após parar de receber cartas da mãe e tem total certeza de que sua madrasta está envolvida nisso. Portanto, ela pega um dinheiro que encontrou numa latinha da sua madrasta e parte rumo ao seu destino. Daí então, a trama vai se desenrolar.
[Mim] conhece várias pessoas em sua viagem, umas engraçadas e outras vão lhe ensinar algo de certa forma (até mesmo o leitor irá refletir sobre isso), Carl o motorista, Arlene uma senhora fofa que está indo visitar seu sobrinho, mas também conhece pessoas más como e o homem do poncho. Walt, um menino especial que adora coisas brilhantes e Caleb, uma garoto agressivo e estranho. E Beck, o garoto da poltrona 17, por quem ela se encanta! Um acidente de ônibus muda o rumo de toda a história. [Mim], Walt e Beck começam uma viagem cheia de aventuras e cumplicidade.
Durante toda a história, [Mim] vai escrevendo em seu diário, cartas para Isabel. Nele, iremos conhecer um pouco do passado e coisas que estão acontecendo no presente. São revelados os motivos que ensejam os sentimentos que atormentam [Mim] e um grande segredo que ela nunca contou para ninguém. O ponto alto do livro são as relações familiares e a busca pelo autoconhecimento. Mim está a todo tempo tentando compreender a si mesma e descobrir qual seu lugar no mundo. Às vezes, ela faz uso da sua maquiagem de guerra para enfrentar seus medos. E o fato de ela admitir que não estivesse bem é o começo de uma difícil mudança interior.
Mas do que uma viagem para visitar sua amada mãe, Mim termina realizando durante esses mil quinhentos e tanto quilômetros uma viagem para dentro de si. A narrativa é fluida, mas repleta de significados. O livro é dividido em partes que representam o local onde Mim está e quanto quilômetros faltam para chegar a Cleveland. Mim costuma desenhar algumas coisas que ilustram situações vividas por ela.
O livro me surpreendeu muito. Imaginava que seria uma aventura adolescente, mas me proporcionou muitas reflexões. Família, amizade, escolhas de vida são palpáveis na obra. David Arnold escreve muito bem. A sutileza e intensidade das suas palavras nos prendem.
Com certeza um livro lindo e mais do que indicado. A diagramação ficou perfeita. E as figuras dentro do livro deixaram a obra ainda mais bela.