Resenha: A Vez de Morrer, de Simone Campos
Nome do Livro: A Vez de Morrer
Autor(a): Simone Campos
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788535924596
Páginas: 256
Ano: 2014
Nota: 1.5/5
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Quando Izabel voltou a passar seus fins de semana em Araras, a casa da família estava praticamente abandonada. Desde a morte do avô, Izabel e sua mãe pouco se interessaram pelo lugar. A mãe, inclusive, sempre achou que a casa precisava ser vendida. Nas duas últimas décadas, a região serrana do Rio de Janeiro se convertera num veraneio para ricos e famosos, e pouco lembrava a Araras de antigamente, com seus sítios e chácaras familiares. O terreno, hipervalorizado como tudo no Estado do Rio, acertaria de vez a vida das duas. O que poderia vir a calhar, principalmente para Izabel, que vem descobrindo na pele as agruras de trabalhar como freelancer. Entre pagamentos atrasados e a escassez generalizada de serviços, pouco resta a ela senão distrair a cabeça na casa de Araras. E um fim de semana na serra logo vira outro e outro e outro. Aos poucos, o ar de abandono vai dando lugar a uma casa viva, como se aquelas ruínas estivessem sendo reconstruídas pela memória de Izabel. Sem perceber, ela se vê praticamente morando na serra. Como ocorre em todo ponto turístico, Araras é feita de duas cidades. Na temporada, vicejam as lojinhas e restaurantes, as ruas coalhadas de gente. Durante a semana, são os moradores que ocupam a praça, a sorveteria e as igrejas, que parecem brotar do chão. E é justamente essa segunda cidade que atrairá Izabel. O gerente da lan house, cheio de grandes aspirações profissionais, ou sua irmã, eternamente envolvida com a complexa cultura evangélica da região. Ou ainda o amigo do Rio, que pretende instaurar um polo tecnológico ao lado de Araras. Ou a amiga casada, que vai pra debaixo dos seus lençóis. No cruzamento dessas vidas, Simone Campos constrói peça a peça uma trama de alta voltagem sexual, um retrato de geração ao mesmo tempo ácido e delicado, violento e bucólico.
Não é surpresa para ninguém que a literatura nacional tem alcançado um nível de qualidade bastante alto, a prova disso é a quantidade de leitores nacionais jamais vistos antes. Assim que A Vez de Morrer chegou às livrarias, minha curiosidade foi jogada lá em cima, afinal, a última surpresa nacional que eu tive foi Dias Perfeitos de Raphael Montes, que sem dúvidas é um nacional que merece ganhar o mercado tanto nacional quanto internacional. Mas a verdade que o livro da Simone não conseguiu me convencer que deveria estar entre os melhores, pelo contrário, foi uma leitura bastante enfadonha.
O avó de Izabel morreu. Ele morava em um sítio em Araras e para fugir um pouco da rotina, Izabel decidi passar os fins de semana por lá e ir renovando-o. Afinal, ela passou grande parte da sua infância e da adolescência visitando o avô. Mais aos poucos, tanto o sítio como a cidade, vão conquistando Izabel de uma forma que ela não consegue se ver longe daquela vida, então ela resolve deixar seu emprego, sua casa, sua vida antiga para trás para começar tudo novamente em Araras.
“Minha querida, seu avô acaba de falecer. Me liga. Mamãe.” (Página 10)
Uma vez li uma entrevista em que o autor Stephen King dizia que, se o livro não o conquista-se ou não prende-se sua atenção nas primeiras trinta páginas, ele abandonava o livro. Bom, eu sou persistente. Esse livro definitivamente não conseguiu me conquistar nem nas trinta primeiras, nem nas noventa primeiras. Como vou dizer mais pra frente, a história caminha devagar e por mais que a escrita ajude bastante, ficamos praticamente estáticos na história — que na maior parte é bem morninha.
Se você já leu a sinopse ou o segundo parágrafo dessa resenha, já sabe praticamente quase toda a trama. Desde as primeiras páginas vamos acompanhar o dia-a-dia de Izabel renovando o sítio e passando seus dias por lá, tentando fugir da vida enfadonha que ela leva. A autora tem como objetivo — ou pelo menos o que eu entendi — mostrar de uma forma mais clara esse inconformismo e o desejo de mundança presente em cada um de nós, a forma como tentamos fugir da alienação em que a sociedade tenta impor sobre nós. Para este fim, a autora traz uma protagonista impetuosa e bastante impulsiva, o que na maioria das vezes acabava trazendo problemas. Problemas causados por irresponsabilidade.
“Criar expectativas, receita pro desastre.” (Página 223)
Se você for menor de idade, não recomendo essa leitura. Como dito acima, a autora remete ao leitor diversas críticas, entre elas a religião, músicas, sexo, drogas, máfias, emprego, vida familiar e por aí vai. Há algumas cenas de sexo bastante detalhadas, uso de drogas e palavras de baixo calão também, então afastem os menores de idade desse livro.
Na minha opinião, achei uma leitura totalmente cansativa, cheio de rodeios para chegar à lugar nenhum. Pensei várias vezes em abandonar a leitura, mas esperava que até o final algo de extraordinário acontecesse. Mas não aconteceu. Como sempre digo, não quer dizer que o livro não funcionou comigo que também não funcionará para você. Dê uma chance! Talvez este não seja o livro que eu precisava neste momento, mas às vezes pode ser o livro certo para você.
Tive a mesma sensação.Livro cansativo e sem propósito.A leitura não rende. Um dos piores que já li. Esperava muito mais.Decepcionante!!!
Achei o romance cansativo.Afinal de contas ela morreu?Não entendi.