Resenha: O cachorro amarelo, por Georges Simenon
Título: O cachorro amarelo
Título Original: Le Chien jaune
Série: Comissário Maigret
Tradução: Eduardo Brandão
Autor: Georges Simenon
Páginas:135
Ano: 2014
Editora: Companhia das Letras
Avaliação: 3/5
Onde Comprar: Compare preços
Este romance leva Maigret até a cidade costeira de Concarneau, na região francesa da Bretanha. Após o assassinato de um mercador de vinhos, o comissário passa a desconfiar de Emma, uma garçonete submissa. A chave para a resposta, contudo, está num misterioso cachorro amarelo que vaga pelas redondezas e costuma repousar aos pés dela.
Eu não conhecia a obra de Georges Joseph Chistian Simenon, na verdade, é um daqueles autores que nunca tinha ouvido falar, e isso não vergonha, é impossível conhecer todos os autores, mas a gente vai corrigindo isso e buscando conhecer aqueles que nos interessam, e assim decidi por conhecer um pouco da sua obra. Nascido em 1903 da Bélgica ele já escreveu 75 romances e 28 contos protagonizados pelo comissário Maigret, sua obra completa ultrapassa quatrocentos livros, sua característica é o realismo sombrio, o que o levou a ser adaptado várias vezes tanto para o cinema quanto para séries de TV, ele morreu em 1989.
O Cachorro amarelo se passa em uma pequena cidade portuária francesa, quando um cidadão leva um tiro a queima-roupa enquanto tentava acender um charuto. Maigret é chamado quando outros atentados começam a acontecer, sempre tendo como ponto em comum, um cachorro amarelo, que está sempre nas cenas dos crimes. O Comissário então, se instala na pensão da cidade, de onde alguns dos atentados acontecem e o levam a suspeitar de Emma, uma jovem garçonete que conhece a todos, sabe das rotinas das pessoas que frequentam o estabelecimento, essa suspeita aumenta quando, o cachorro amarelo deita sobre os pé da moça, num gesto de reconhecimento e carinho!
” – Oito dias atrás eu lhe teria respondido que não acreditava nos oráculos, mas, faz uns cinco anos talvez, Éramos alguns amigos jantando na casa de uma atriz em Paris. Na hora do café, alguém propôs ler as cartas. Sabe o que me anunciou? …
– A mim disseram: O senhor vai ter uma morte feia. Uma morte violenta. Cuidado com os cachorros amarelos…” (p. 68)
A escrita do Georges é bem fluída, porém não é o tipo de policial que me agrada, as informações, apesar de mostradas pelo ponto de vista do investigador, não revelam o que ele realmente pensa sobre o caso, isso faz com que o leitor apenas leia para saber a qual conclusão o investigador chegou, ao invés de tentar ele próprio, desvendar o mistério, a nossa imaginação fica limitada com o pouco de pistas que nos são fornecidas. Já a atmosfera criada, é envolvente, sedutora, causa medo e curiosidade, ele é um mestre na ambientação. O comissário Maigret é irônico, e suas colocações são bem divertidas, um personagem muito carismático.
Gostei do desfecho da trama, e apesar de ter sido levada a deduzir outro final, não me surpreendeu, isso fez com que gostasse menos do livro. Apesar das poucas 135 páginas, não foi uma leitura rápida, não tinha aquela vontade de chegar até o final e descobrir quem era o responsável pelos crimes. A diagramação, apesar de simples, está bem bonita, a capa é bem sugestiva e leva o leitor direto ao argumento do comissário, a edição não possui orelhas, o que para mim não chega a ser um problema, e as letras são bem grandes e favorecem uma leitura confortável! Não é o melhor policial que eu li, mas indico para quem quer apenas saber os fotos, sem tentar desvendar os mistérios por detrás dos crimes!