Resenhas

Resenha: O Jogo de Ripper, por Isabel Allende

O_JOGO_DE_RIPPER_1390855947PNome do Livro: O Jogo de Ripper
Nome Original: El Juego del Ripper
Autor(a): Isabel Allende
Tradução: Luis Carlos Cabral
Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 9788528617573
Nota: 3/5
Páginas: 490
Ano: 2014
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O Primeiro e aguardado romance policial de Isabel Allende. Ripper é um inocente jogo de RPG que envolve cinco participantes de diferentes países, reunidos via Skype, para desvendar enigmas criminais. Amanda, filha de um policial da divisão de homicídios de São Francisco, é viciada em crimes sinistros e neste jogo de mistério online. Quando o vigia de uma escola é assassinado e uma série de mortes misteriosas começa a acontecer em São Francisco, os cinco jogadores de Ripper se envolvem com os casos. Afinal, eles logo se dão conta de que os crimes parecem ter sido cometidos por um mesmo assassino. Mas o que deveria ser apenas um entretenimento vira questão de vida ou morte quanto Amanda percebe que o cerco do serial killer se fecha em torno de alguém que ela ama. Um plano perverso, premeditado até o último detalhe, está prestes a se tornar realidade. A escritora chilena Isabel Allende faz sua estreia no gênero policial em um romance repleto de intrigas, humor e ironia.

Desde quando li O canto das Sereias publicado pela editora Bertrand Brasil, não apostava tanto em livros no estilo policial. Fui fisgado pela leitura envolvente, misteriosa que aduz o seu leitor a descobrir junto com os personagens o suspeito e responsável pela morte de outro personagem chave da obra. O Jogo de Ripper, marca a estreia da autora nesse meio literário chamando e despertando interesse em muitos leitores fãs de RPG.

Amanda, mestra do jogo, onde cinco participantes de diferentes localidades se reúnem via skype para jogar o RPG denominado: Ripper. O jogo nada mais é do que decifrar, encontrar enigmas criminais e descobrir o assassino. O Ripper foi criado como influência no crime de Jack, Estripador. Até que os crimes baseados no fictício do jogo começam a ganhar realidade por vários homicídios que começam a surgir em São Francisco. Então Amanda se vê numa encruzilhada; descobrir quem está matando pessoas, caso contrário, alguém que ama muito irá sofrer as conseqüências. A garota é tão esperta que agora conta com a ajuda de seu avô e do inspetor da Divisão de Crimes de Homicídios. Adivinhem?  Bob Martin, seu pai.

A premissa do enredo fica basicamente no que escrevi acima, a escrita de Allende desenvolve rapidamente, após um início meio confuso e conturbado. Isso quando ela mistura flashbacks e não passa ao leitor o tempo que está retornando. E ainda se faz com bastante exagero. Diferente quando frisa o jogo de RPG (Role-playing game), empolgando os olhos dos leitores e pedindo que continue a leitura. Para quem não conhece o estilo do jogo, eis uma pequena definição: “um tipo de jogo em que os jogadores assumem os papéis de personagens e criam narrativas colaborativamente. O progresso de um jogo se dá de acordo com um sistema de regras predeterminado, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente. As escolhas dos jogadores determinam a direção que o jogo irá tomar”. – Wikipédia

Para quem não é familiarizado com o estilo de linguagem do mundo dos RPG’s podem se atrapalhar um pouco. No desenvolvimento da trama, encontrei outras falhas da autora. Eu não gosto muito de livros que narram demais e esquecem os diálogos entre os personagens. Ainda não sei como um autor consegue fazer muito essa maestria, mas fazem.  E confesso que vão desgastar muitos por esse feito. Fora os pequenos problemas que podem ser sanados se você leitor insistir na leitura, as suas 400 e poucas páginas conseguem atingir o seu objetivo, infelizmente no meio para o final.

A edição da editora Bertrand Brasil ficou muito caprichada, chamativa e sem exageros. A diagramação ficou sem erros e a tradução como sempre arrebentou em mais uma obra. A revisão ficou muito direta, sem firulas de linguagens. E saibam que traduzir algo assim, exige muito conhecimento. Allende mesmo por ter pecado em alguns momentos, o corpo central do enredo, “morte”, ela conseguiu se equiparar em muitos autores, quem sabe King? E não perdoou nenhum personagem que tenha que partir dessa vida. Você leitor vai ficar de boca aberta e quase caindo no chão quando o assassino é finalmente revelado. Bingo!!!

Enfim, mesmo por alguns percalços de início, ela soube encontrar o seu caminho e matar o enredo com chave de ouro. Se a autora superou as expectativas? Eu vou dizer que sim. Por ser o seu primeiro livro nesse estilo. Eu pretendo acompanhar seus novos livros e aposto que ela deva sanar os erros apresentados aqui. Leiam!!!

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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