Resenhas

Resenha: 1222, por Anne Holt

download (3)Título: 1222
Autora: Anne Holt
Editora: Fundamento
ISBN: 9788539505326
Ano: 2013
Nota: 4/5
Páginas: 303
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A 1222 metros de altitude, um acidente de trem. Uma impiedosa nevasca. Um hotel centenário. E um assassinato! Uma ex-policial, tão astuta e brilhante quanto sarcástica e antissocial, é a única pessoa capaz de solucionar o mistério da morte de um dos 269 passageiros de um trem descarrilado. Isolados do resto do mundo por causa da neve, uma atmosfera de medo, hostilidade e desconfiança instala-se no hotel onde eles se refugiaram.
Mas Hanne não quer se envolver. Ela sabe que a verdade cobra um preço muito alto. Ao longo dos anos, sua busca por justiça lhe custou o amor de sua vida, sua carreira na polícia de Oslo e a própria mobilidade.
No entanto, encurralada por um assassino, encurralada pela pior nevasca da história, Hanne – e os outros passageiros – não tem saída.
Em uma situação extrema, as máscaras logo caem… E, nesse grupo, muitas pessoas não são o que parecem. Aliando sua capacidade de dedução a seu instinto, Hanne mergulha em um enigma difícil e surpreendente.

 

O livro começa com o acidente do trem de Hanne, que viaja para mais alguns exames. Ela é uma ex-policial que, após levar um tiro na coluna durante a caçada a um fugitivo, fica com as pernas imobilizadas. O acidente com o trem ocorre a 1222 metros de altitude, na montanha Finsenut. Devido a uma nevasca que há décadas não acontecia, os 269 sobreviventes ficam presos em um hotel até que possam ser resgatados.

Hanne me impressionou já nas primeiras páginas pelo seu mal humor e capacidade de ser absurdamente antissocial mesmo diante da situação complicada em que se encontram. Fiquei me perguntando se ela sempre foi assim, ou se a raiva do mundo surgiu após seu acidente incapacitante.

– Finalmente está cedendo? Realmente quer ajudar?
Eu não queria ajudar nada. A única coisa que eu queria era que me levassem daquela montanha, para longe de todas aquelas pessoas e da tempestade e a maldita neve, que conforme o tempo passava, tornava mais difícil a visão lá fora. Tentar ver alguma coisa em todo esse caos onde não havia nada para focar fazia com que eu me sentisse enjoada e tonta.
Página 42

Os sobreviventes do acidente são apresentados de forma rápida e sem excesso de informações, o que deixa a narrativa fluída, porém me deixou um pouco confusa com os personagens em alguns momentos, tanto que tive de reler algumas passagens. A descrição do local também não é detalhista. Mas este aspecto não foi um problema, visto que Hanne mudava muito pouco de cenário – o livro é narrado em primeira pessoa – portanto, de tanto ver acontecimentos no mesmo ambiente, o mesmo foi se tornando familiar.

Logo na capa da minha edição existe uma referência à Agatha Christie, e de fato a narrativa lembra suas estórias. Fatos acontecem, detalhes são mencionados, pessoas em atitudes suspeitas são apresentadas mas só percebemos o que estes detalhes representam no final do livro. Hanne vai montando o quebra-cabeças com os fatos que presencia. Por sua experiência, tem uma percepção mais aguçada que os demais envolvidos no acidente, e com isso consegue identificar detalhes que ajudam a desvendar o mistério dos assassinatos que começam a acontecer. Mas somente ela conhece os detalhes e não nos conta nada até o final.

Além do caso dos assassinatos que dá o tom de toda a trama, existe o fato de um vagão extra que o trem levava. Seus passageiros foram resgatados antes de todos os demais, e o mistério em torno deles intriga não só os sobreviventes quanto o leitor. Várias teorias eram comentadas entre eles e confesso que gerei a minha própria. Todos nós estávamos errados.

A capa é muito bacana, páginas amareladas e diagramação bem feita. Não encontrei erros de grafia. Não é um livro excepcional mas é bom e eu recomendo. 🙂

Renata Avila

Renata Ávila, formada em direito, é apaixonada por livros de diversos temas, sem nunca esquecer dos romances que são os mais desejados. Adora um bom filme e uma boa musica. Gosta de conversar sobre livros, mas surta se falarem mal de Twilight, por ser sua primeira paixão literária e a série que a transformou em uma leitora voraz.

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