Resenhas

Resenha: A Ilha dos Dissidentes, por Bárbara Morais

A_ILHA_DOS_DISSIDENTES_1378255573P Nome do livro: A Ilha dos Dissidentes
Trilogia: Anômalos #01
Autor(a): Bárbara Morais
Editora: Gutemberg
ISBN: 9788582350751
Ano: 2013
Nota: 4/5
Páginas: 304
Onde comprar: Compare Preços

SER LEVADA PARA uma cidade especial não estava nos planos de Sybil. Tudo o que ela mais queria era sair de Kali, zona paupérrima da guerra entre a União e o Império do Sol, e não precisar entrar para o exército. Mas ela nunca imaginou que pudesse ser um dos anômalos, um grupo especial de pessoas com mutações genéticas que os fazia ter habilidades sobre-humanas inacreditáveis. Como única sobrevivente de um naufrágio, ela agora irá se juntar a uma família adotiva na maior cidade de mutantes do continente e precisará se adaptar a uma nova realidade. E logo aprenderá que ser diferente pode ser ainda mais difícil que viver em um mundo em guerra.

Quando a Bárbara Morais começou a divulgar partes do lançamento de seu primeiro livro e por ter acompanhando sua corrida por uma editora para publicação do mesmo, me apeguei à sua sinopse divulgada e comentada nas redes sociais. Sempre fui fã de distopias e não nego a capacidade da autora em ambientar uma trama. Isso é visto em seu blog Nem um Pouco Épico, blog bastante engraçado mostrando partes do que a autora trouxe para a trama. Sua capacidade de inventar e abrir a ambientação foi quesitos essenciais que a ajudou na escrita de A Ilha dos Dissidentes, primeiro volume da Trilogia Anômalos.

Sybil Varuna  é uma  das sobreviventes do Titanic III (ri demais com o nome e a capacidade de invenção da autora), saída de Kali – local de guerra entre o Império do Sol e da União- acaba descobrindo que é uma anômala ou mutante. Ela pode sobreviver em uma água fria, congelante e desconhece todos os seus feitos. Aqui ainda conhecemos a capacidade da protagonista e seu ar inteligente, confesso que não conseguia parar minha leitura. Logo ela é levada para outro lugar, conhecido como Pandora, uma cidade cheia de anômalos como ela, acaba indo viver com: Tomás, Rubi e Dimitri.

“Algo tão sigiloso assim e eles confiam em quatro adolescentes ainda na escola? Só eu percebo algo de errado nisso?” (p. 119)

Outro detalhe desse governo, eles são divididos entre partes mutantes e não-mutantes, nada aqui se mistura como encontramos em outros livros. Ainda são obrigados a usar alguma roupa amarela ou algo com a mesma cor, acredito ser para divisão de pessoas e reconhecimento. É nesse momento ainda, como ocorre na seleção do governo, até mesmo para escolas, é que nossa protagonista acaba sendo matriculada em uma dessas escolas, ali ela começa a aprender a ter controle sobre os seus poderes e acaba conhecendo outros personagens importantes para o enredo.

Em suma, eu costumo entender que o livro é dividido em partes, a mudança de Sybil e seu auto reconhecimento como mutante e o controle e descobertas de seus poderes, ainda as reviravoltas de guerra que se encontra. Os mistérios desse mundo são aos poucos revelados pela autora, muitos mistérios que acabou deixando pontas soltas e pecando com o excesso de informações aos olhos do leitor. Existem muitas pontas soltas e fiquei preocupado de como a autora vai explicar essas nos próximos volumes mesmo entendendo que é ainda uma tradução para o que ainda espera nos próximos.

As lembranças do passado de Sybil são reveladas, em dois momentos do antes e do depois do reconhecimento de seus poderes que ela ainda acaba usando nesse volume. Bárbara consegue introduzir com maestria e revelar a capacidade de seus personagens aos poucos, os ganchos são bastante necessários para a compreensão do leitor. Eu mesmo tenho medo de livros de continuação, sabendo que podem perder sua essência e é o que eu não espero por aqui.

A narrativa é em primeira pessoa, e sempre apostei em livros que me introduz para dentro da trama. A Bell conseguiu fazer esse feito com maestria. Os erros que posso ter encontrado são positivos  como auxilio para as próximas continuações. Primeiro; cuidado com o excesso de informação, segundo; correr do risco de frustração, terceiro; ficar atento nas respostas das perguntas deixadas, quarto; mudar o ar das continuações dos diálogos, não encher a bola dos personagens com diálogos sem necessidade. Por ter outras distopias, confesso que pode cansar o seu leitor. De resto, nunca li um livro que se aproximasse com os livros americanos, acho que os americanos o pessoal de lá deve tentar ajudar a mesma coisa. Certo? A Bell está de parabéns e espero ansioso pela sua continuação.

A edição da editora Gutemberg ficou muito bonita, diagramação com folhas amareladas, uma revisão que por ora pode ter pecado na continuação, mas acertou nas amarras da segunda parte. O leitor vai ficar doido para o segundo volume e espero muito que chegue logo.

Leitura sensacional, um enredo bastante atraente e chamativo, recheado de reviravoltas que prendem o leitor do início ao fim. Vale muito a pena lê-lo! O final já abre para o segundo volume.

“Acredito em ações. Em fazer o que deve ser feito.” (p.237)

Philip Rangel

Philip Rangel é estudante de direito, administrador e resenhista do Entrando Numa Fria, técnico em informática, nárniano, pertence a grifinória, leitor assíduo, futuro escritor, amante de livros, séries e filmes.

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