Na Mira dos Lançamentos: Editora Objetiva (Março/2014)
Olá leitores e leitoras,
Vamos conhecer alguns dos lançamentos da editora Objetiva?
Para saber mais informações sobre os livros é só clicar na imagem.
22 dias: as decisões que mudaram o rumo da Segunda Guerra Mundial – David Downing
“O destino de Hitler estava selado. O destino de Mussolini estava selado. Quanto aos japoneses, seriam transformados em pó. Todo o resto foi meramente a aplicação apropriada de força avassaladora.” — Winston Churchill
A frota japonesa levou 22 dias para navegar do Japão a Pearl Harbor; os mesmos 22 dias que testemunharam o ataque alemão a Moscou e as batalhas no norte da África. Os alemães não conseguiram capturar a capital soviética e os japoneses conseguiram provocar a entrada dos americanos na guerra. Esses 22 dias selaram o destino da Segunda Guerra Mundial.
Em 22 dias: as decisões que mudaram o rumo da Segunda Guerra Mundial, David Downing dedica um capítulo a cada dia desse período decisivo — narra os preparativos, as manobras diplomáticas e as batalhas. O cenário varia de aldeias cheias de neve na Rússia até o norte do Pacífico, do deserto africano às principais capitais europeias, de Tóquio a Washington.
Mesclando relatos de soldados comuns, marinheiros e aviadores com figuras políticas e militares importantes, 22 dias constrói uma narrativa fascinante das decisões que definiram o rumo de uma guerra. O fim gradual do avanço alemão na Rússia congelada pelo inverno, a escassez de recursos dos soldados de Hitler no norte da África, a expedição da frota japonesa e a institucionalização do Holocausto são narrados como uma contagem regressiva de tirar o fôlego.
O bom livro – A. C. Grayling
O bom livro é uma versão não religiosa da Bíblia, inspirada em 2.500 anos de pensamento, ciência e literatura, ocidentais e orientais.
O resultado é uma obra moderna, que se aproxima das sagradas escrituras na concepção e na tendência literária, mas que se afasta delas ao abranger uma tradição humanista mais antiga e vasta, de amplo escopo cultural e geográfico.
Textos imortais de Heródoto, Lucrécio, Confúcio, Mêncio, Sêneca, Cícero, Montaigne, Bacon, entre outros, foram editados, adaptados e reescritos por A. C. Grayling de modo a reproduzirem alguns dos livros mais emblemáticos da Bíblia, como o Gênesis e as Epístolas. Ao modernizar e laicizar a Bíblia, o filósofo britânico mais lido da atualidade nos desafia a responder uma das questões centrais da sua obra: num mundo cada vez mais laico, o que significa, hoje, ser Humano?
Inspirando-se na Bíblia cristã e judaica, no Alcorão e em outros livros sagrados das grandes religiões, O bom livro destina-se a “ajudar e guiar, sugerir, instruir, advertir e consolar; acima de tudo, erguer a luz da mente e do coração humano diante das sombras da vida”.
Crônicas para ler na escola – Kledir Ramil – Kledir Ramil
“Quando lemos as crônicas de Kledir Ramil, sentimo-nos, pois, em casa, sendo-nos oferecida a possibilidade de um diálogo gratificante.”– Regina Zilberman
Atento a tudo o que acontece à sua volta, Kledir Ramil escreve sobre os temas do dia a dia com um estilo leve e original. A relação entre pais e filhos, um jogo de futebol, o mundo virtual, um filme de que tenha gostado, os lugares que conheceu ou um simples bloco de Carnaval. Suas lembranças e vivências são o baú de onde tira novas ideias e inspiração. Tudo isso reunido num texto ágil e bem-humorado que o aproxima dos leitores.
Em Crônicas para ler na escola, Kledir compartilha descobertas e impressões sobre o mundo dos dias atuais. Os laços familiares, a natureza, a carreira de músico, os avanços da ciência, fatos da história, a internet — esses e muitos outros assuntos estão presentes em suas crônicas, destacando-se as tiradas bem-humoradas e o inegável talento para se comunicar com os mais jovens.
Apaixonado pela palavra, o autor traduz a diversidade cultural brasileira a partir dos inúmeros sotaques e peculiaridades de cada região do país, ao tratar da multiplicidade linguística do brasileiro. A experiência que as viagens que a carreira de músico lhe proporcionam é desvendada pelo também escritor de alma curiosa e observadora.
Tramonto – Afonso Arinos, filho
“Poucos podem ter o privilégio de, ao narrar a história familiar, descrever também a História político-social do país. (…) Tudo neste livro é atraente. As histórias pessoais têm um tom universal e amplo. Levam a pensar e meditar até no irônico.” – Flávio Tavares
“Tamanha delicadeza de alma condiz bem com a narrativa de uma vida plena de realizações, que o colocou não por acaso nos principais acontecimentos do país e do mundo. (…) Tramonto, antes de ser o relato no ocaso de uma vida, é a revelação de uma vida que valeu a pena ser vivida.” – Merval Pereira
Diplomata, deputado, escritor, jornalista e imortal da Academia Brasileira de Letras: são diversas as atribuições que definem Afonso Arinos, filho. Em Tramonto, ele rememora episódios de sua vida familiar e de sua atuação como homem público – no decorrer da qual passaram personagens como João Paulo II, Carlos Drummond de Andrade, Jânio Quadros, Assis Chateaubriand, Guimarães Rosa, Cândido Portinari, entre tantos outros.
A trajetória de Afonso, nascido em novembro de 1930, caminha junto a momentos cruciais da história do Brasil e do mundo no século XX. Não somente por sua atuação pública, mas também por suas origens. Filho do imortal Afonso Arinos de Melo Franco – renomado jurista e político, escritor e autor da histórica lei 1.390 (contra a discriminação racial) –, ele é sobrinho-neto de Afonso Arinos, um dos mais importantes escritores sertanistas, e do político e diplomata Afrânio de Melo Franco.
Apesar de ter sido deputado na Assembleia Constituinte do Estado da Guanabara e posteriormente deputado federal pela mesma unidade federativa, a trajetória de Afonso filho como homem público não se resumiu à política. Ao mesmo tempo em que exercia cargos em diplomacia, fosse nos Estados Unidos, em Roma ou em Caracas, ele colaborava com alguns dos mais importantes jornais do Brasil. Além da sua vida pública, Afonso aborda também seu lado mais pessoal. Ele percorre os mais de 55 anos passados ao lado da esposa Beatriz e trata com emoção a perda do pequeno filho Virgílio, em 1962.
Não violência – Mark Kurlansk
A história de uma ideia perigosa
Com prefácio do Dalai Lama
”A não violência, exatamente como a violência, é um meio de persuasão, uma técnica de ativismo político, uma receita para prevalecer. (…) Formas de persuasão que não usam força física, não causam sofrimento, são mais eficazes.”
Grandes conquistas, ao longo da história, foram alcançadas através da não violência. Desde suas origens aos grandes ativistas, passando por Jesus Cristo, Buda e Maomé, até Gandhi e Martin Luther King Jr., Mark Kurlansky traça o caminho da não violência e mostra que muitas ideias modernas, como a União Europeia, as Nações Unidas e a abolição da escravatura, originaram-se desse movimento.Segundo o autor, a história do mundo é uma história de guerra. São ensinadas suas causas e consequências, além da sua importância na formação de culturas e estabelecimento de novos regimes. Assim, os conflitos acabaram consagrados como métodos dominantes de conquista e reconhecimento de territórios e ideias.
Seria possível, entretanto, chegar aos mesmos resultados de outra maneira? Aqui, Mark Kurlansky mostra que sim. Ações que dispensam a força física podem ser tão ou mais eficazes do que soluções bélicas. Articulado e questionador, o autor propõe um olhar no qual a guerra não é solução, mas a perpetuação do problema.
Ao longo de Não violência, ele aponta os diferentes motivos para as guerras ao longo do tempo. Junto a eles, estão as contradições em decisões como as cruzadas religiosas e o intervencionismo de George W. Bush, que fomentaram conflitos por razões questionáveis. Exemplos como o Vietnã, abordado com frequência no livro, foram catalisadores de movimentos civis a favor da paz.
Filósofos opositores das guerras e líderes de campanhas pacíficas foram alvo de grupos de poder, por meio de investigações, sabotagens e da própria violência. Exemplos que Kurlansky apresenta demonstram que a guerra é ineficaz para se alcançar a paz. Ele desconstrói também um argumento comum aos defensores dos conflitos bélicos: a ideia de que o homem é, em sua natureza, um ser violento.
Com um grande leque de referências, o autor deixa clara também a diferença entre a não violência e o pacifismo – o último não se compromete com a ideia de atuação ativa, enquanto a não violência é aplicada com o intuito de agir por mudanças. É, ao final, um estudo sobre as guerras e seu papel, interesses econômicos, as religiões e a forma como conflitos podem ser resolvidos.
Um olhar sobre o Brasil – A fotografia na construção da imagem da nação: 1833-2003 – Boris Kossoy e Lilia Moritz Schwarcz
O novo volume da coleção História do Brasil Nação, uma coedição da editora Objetiva com a FUNDACIÓN MAPFRE e direção geral de Lilia Moritz Schwarcz, é inteiramente dedicado à fotografia e repassa em 459 imagens os últimos 170 anos da trajetória histórica do Brasil, cobrindo o período de 1833 a 2003. Com a coordenação de Boris Kossoy, Um olhar sobre o Brasil – A fotografia na construção da imagem da nação: 1833-2003 inclui imagens emblemáticas, selecionadas a partir de um extenso garimpo em arquivos públicos e coleções privadas, que demarcam o aparecimento da fotografia no país e sua crescente importância para a historiografia nacional.
Parte da série de seis títulos sobre a História do Brasil entre 1808 e 2010, concebida para o projeto América Latina na História Contemporânea, realizada pela FUNDACIÓN MAPFRE, o livro integra ainda a exposição homônima de fotos no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, com inauguração no dia 12 de novembro, reproduzindo em grande escala as imagens selecionadas para este volume. A mostra segue a cronologia apresentada no livro, de acordo com os principais fatos históricos do país.
O ano de 1833 é o ponto de partida do livro com as experiências precursoras de Antoine Hercule Romuald Florence (1804–1879) em Campinas. Antoine foi o primeiro a concretizar experiências fotográficas nas Américas, simultâneas às que se realizavam na Europa. É, no entanto, no Segundo Reinado que a técnica ganha impulso com o apoio do imperador D. Pedro II, ele próprio um aficionado pelas possibilidades da tecnologia.
O século XX foi marcado pela primazia da imagem. A fotografia ganhou as ruas e os meios de comunicação, flagrando de perto os momentos marcantes do Brasil e do mundo. O advento do Estado Novo, a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, a construção de Brasília, o clamor das massas pela redemocratização; em todos esses momentos a fotografia teve papel crucial para documentar e repercutir a história. Líderes populares como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Leonel Brizola e Luiz Inácio Lula da Silva também posaram para as lentes, gerando imagens que se tornaram ícones de diferentes fases da história recente.
Em seu texto de apresentação do volume, Kossoy destaca o aparecimento da fotografia no século XIX e sua relevância na vida cotidiana da sociedade, tornando-se um fenômeno não só artístico, mas comercial. Além de fixar tipos humanos, o advento tecnológico passou a imortalizar espaços urbanos, rurais e a natureza local.
“Trata-se de um conjunto que documenta aspectos expressivos de fatos sociais, políticos, culturais, religiosos, científicos, artísticos, entre tantos outros, fios que tecem a trama histórica de uma nação. Nosso objetivo é a reflexão acerca das conexões mais profundas desses fatos, apenas sugeridos pelas imagens; a fotografia é uma fonte preciosa de informação; trata-se, não obstante, de um conhecimento de aparência (…) Um conhecimento que parte da superfície iconográfica e tanto mais nos revela quanto mais buscamos sua realidade interior”, reflete Kossoy.
Na América Latina, o Brasil é um dos países com maior acervo fotográfico ao longo do século XIX e XX. A fotografia substituiu as aquarelas e quadros pintados pelos viajantes da primeira metade do século XIX. Segundo Kossoy, a principal contribuição desses fotógrafos foi permitir registro iconográfico de diferentes aspectos do passado, que possibilitaram a preservação para a posteridade das feições do brasileiro comum, do campo e da cidade, assim como a aparência de logradouros, moradias e ruas.
Entre eles, Kossoy destaca nomes como Augusto Riedel, A. Frisch, Benjamin Mullock, Victor Frond, Augusto Stahl, J. Otto Niemeyer, Marc Ferrez, Militão Augusto de Azevedo, Guilherme Gaensly, entre muitos outros, que produziram uma extensa documentação visual do país.
Em seu texto de introdução para o livro, a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz chama a atenção para a ampliação das possibilidades documentais, expandindo a própria noção de arquivo e de acervo para além das bases escritas. “Hoje nos arriscamos a produzir conhecimento a partir da análise de objetos de cultura material como moedas, lápides, telas, esculturas, além das fontes literárias, obras teatrais e, tomando um lugar cada vez mais importante, as fotografias.”, explica.
Lilia ressalta a presença de imagens de momentos históricos marcantes, como o registro da multidão concentrada no Paço Imperial para a assinatura da Lei Áurea, em 1888. Há também imagens corriqueiras, que apresentam o dia a dia da população brasileira, como, por exemplo, a foto de um homem sendo carregado numa liteira por escravos.
Como viver ou Uma biografia de Montaigne em uma pergunta e vinte tentativas de resposta – Sarah Bakewell
“Um guia para a vida.”- The Guardian
“Esplendidamente concebido… Escrito de forma primorosa.” – The Sunday Times
“Montaigne tem aqui a biografia que merece e teria adorado sua estrutura não convencional.”- The Independent
Como ter um bom relacionamento com as pessoas, como lidar com a violência, como se adaptar à perda de um ente querido – essas questões fazem parte da vida da maioria das pessoas. E todas elas derivam de outra ainda maior: Como viver? A pergunta, que dá título ao livro de Sarah Bakewell, é o ponto de partida da escritora e pesquisadora de livros raros para a biografia pouco convencional de um dos mais importantes pensadores do Renascimento: Michel Eyquem de Montaigne (1533-92).
O mesmo questionamento foi fonte de obsessão para pensadores do século XVI, principalmente para Montaigne, apontado como o primeiro indivíduo verdadeiramente moderno. Homem da nobreza, alto funcionário público e dono de um vinhedo, ele traduziu em palavras seu pensamento e sua experiência, e o resultado foi um marco de ruptura com o passado medieval e a instauração de um pensamento reflexivo, que marcou o protótipo do homem renascentista.
Excêntrico, preguiçoso, inconsistente, esquecido, Montaigne é o filósofo que quebrou um tabu e falou de si mesmo em público. Mais de quatrocentos anos depois, a honestidade e o charme do ensaísta francês continuam atraindo admiradores. Leitores o procuram em busca de companhia, sabedoria, entretenimento – e em busca de si mesmos.
O livro relata a história de sua vida por meio das perguntas que ele mesmo se fez e das tentativas para responder as questões formuladas. Como viver é uma fonte de pequenos conselhos: ler muito, mas manter a mente aberta; ser sociável, mas reservar a si um “quartinho” próprio; observar o mundo a partir de ângulos diferentes, evitando assim rigidez nas crenças. Embora não tenha encontrado uma resposta definitiva, Montaigne nunca deixou de fazer a pergunta “como viver?”, isto é: como balancear a necessidade de sentir-se seguro à necessidade de sentir-se livre?
Publicado em nove países e premiado com o National Book Critics Circle Award por melhor biografia e o Duff Cooper Prize, da Inglaterra, além de eleito um dos dez melhores livros de 2010 pela Library Journal’s, o ensaio de Sarah Bakewell busca trazer para os dias atuais as reflexões de Montaigne, ao demonstrar a pertinência de suas perguntas mesmo após quase 500 anos de sua morte.
Georgiana, duquesa de Devonshire – Amanda Foreman
O livro que deu origem ao filme “A Duquesa”
“Georgiana Devonshire foi a mulher mais fascinante de sua época, e Foreman escreveu uma biografia à sua altura.” – London Review of Books
“Esta é uma bem realizada e bem escrita biografia, notavelmente madura para uma primeira tentativa; diligentemente pesquisada e interessantemente apresentada. Amanda Foreman é uma escritora para ficar de olho e de quem se deve esperar bastante.” – Daily Telegraph
Livro vencedor do Prêmio Whitbread de Melhor Biografia e best-seller na Inglaterra, Georgiana, de Amanda Foreman, oferece um retrato da aristocracia britânica do final do século XVIII por meio da história de uma mulher que foi sua líder incontestável.
Lady Georgiana Spencer tornou-se duquesa de Devonshire, em 1774, ao se casar com William Cavendish, um dos mais ricos e respeitados aristocratas da Inglaterra. Lançada em um mundo de riqueza e poder aos 17 anos, ela conquistou prestígio imediato e reinou na alta sociedade. Georgiana pertencia à mesma família de Diana, princesa de Gales, e em seu tempo foi quase tão famosa quanto ela.
Não satisfeita apenas com a riqueza e o papel de anfitriã, mostrou-se muito influente e participativa na política. Conquistou multidões graças a suas proezas e obras sociais. No entanto, seu sucesso público mascarava um casamento infeliz, o vício em jogos, as bebedeiras, o uso de drogas e os casos amorosos.
A biografia da duquesa, cuja conturbada história está envolta em um contexto político intenso – no qual ocorreram as Revoluções Americana e Francesa, além da ascensão de Napoleão -, serviu como base para a realização do filme “A Duquesa” (2008), com Keira Knightley e Ralph Fiennes.
Amanda Foreman descreve com detalhes a vida de uma mulher extraordinária que, pela beleza e determinação em ter um papel nas relações sociais e políticas, se transformou em uma figura vibrante e contemporânea, com uma história pessoal de sofrimento e conflitos pessoais.
Espero que aproveitem os lançamentos da editora