Resenha: A Queda, por Michael Connelly

Nome do livro: A Queda
Nome Original: The drop
Série: Harry Bosch – Livro 15
Tradução:  Cássio Arantes
Autor(a): Michael Connelly
ISBN: 9788581052090
Páginas: 309
Editora: Suma de Letras
Ano: 2014
Avaliação: 4/5
Onde Comprar: Compare Preços

A três anos da aposentaria, a carreira do detetive Harry Bosch no Departamento de Polícia de Los Angeles está perto do fim. Numa manhã, ele recebe dois novos crimes para solucionar, junto com seu parceiro David Chu. No primeiro, uma prova de DNA, encontrada no pescoço de uma vítima de um crime cometido há vinte anos, indica que o criminoso era uma criança de apenas oito anos. As evidências levam Bosch a se perguntar se o caso apontaria para uma criança assassina ou se houve uma falha do laboratório de análises criminais. O segundo crime investigado não é menos instigante: um delito que tem, certamente, caráter político. O filho do vereador Irvin Irving – um antigo inimigo de Bosch – pulou ou foi empurrado da janela de um hotel de luxo. O mais surpreendente é que foi o próprio Irving quem solicitou ao Departamento de Polícia que a investigação fosse conduzida por Bosch. Em A queda, Michael Connely mantém a narrativa perspicaz e repleta de reviravoltas. Na trama, o detetive protagonista busca descobrir os indícios para solucionar os dois casos. Afinal, há três décadas, um assassino opera secretamente na cidade e uma conspiração política age no departamento de polícia corrompendo a instituição.

Quando o livro chegou, larguei tudo para começar a lê-lo, Michael Connelly é mestre no que faz, são livros são sempre recheados com histórias incríveis e A Queda não poderia ser diferente!Ele é o 15º livro da série do detetive Harry Bosch e é o primeiro dela que eu leio, mas isso não é problema pois são histórias independentes, todos trazem o mesmo personagem principal, o Harry, porém, cada um conta uma história diferente, a gente poder um pouquinho da evolução individual do personagem, mas a história em si, vais estar completa!

Em A Queda, Harry Bosch está prestes a se aposentar, faltam pouco mais de três anos e isso pra ele está sendo um tormento pois ele tem uma filha adolescente para educar e sustenta, se aposentar significar perder um pouco dos seus proventos, essa é uma das questões pessoais que o personagem enfrenta neste volume! Ele trabalha na divisão de Abertos/Não Resolvidos, que investiga crimes não solucionados com mais de cinquenta anos de  ocorridos e Harry recebe um crime para tentar solucionar junto com seu parceiro Chu! Um crime acontecido vinte e dois anos atrás no qual o sangue detectado na vítima de estupro seguido de morte é de uma criança que tinha apenas 8 anos anos na época! Ele tem que descobrir onde está o erro, se quem coletou o sangue alterou de alguma forma a prova, se o laboratório manipulou de forma errada o vestígio encontrado na vítima! Porém, antes de começar a investigar o caso, Bosch é convocado para solucionar a morte do filho do vereador Irvin Irving, que supostamente se jogou do 79 andar de um hotel, o vereador não acredita em suicídio e exige que o melhor investigador descubra toda a verdade sobre a morte do seu filho! A questão é, Bosch e Irving, são inimigos mortais e tem uma recha de muito tempo atrás, por qual motivo o vereador ia exigir que justamente Bosch investigasse a morte do seu filho?

“A morte leva tudo, inclusive a dignidade da pessoa. O corpo nu e espatifado de George estava cercado de todos os lados por técnicos que o viam como um mero trabalho. Seu invólucro terreno fora reduzido a um saco roto de pele, contendo ossos partidos, órgão rompidos, vasos destroçados…” (p. 28)

Essa e todas as outras questões levantada no decorrer da história nós descobriremos ao longo na narrativa! A escrita do Michael como sempre é primorosa, a trama criada por ele em A Queda é uma teia de aranha intrincada e que gruda o leitor até que todos os pontos sejam desvendados! Não espere que as coisas só se resolvam no final, elas são resolvidas no decorrer da história para que novas revelações possam trazer o plus ao livro! O autor tem uma característica bem interessante que é a de conduzir o leitor pelo caminho correto da investigação, fazendo com que a gente descubra ou ao menos suspeite do verdadeiro culpado, para depois trazer um elemento surpresa, aquele que a gente não estava esperando! Isso para algumas não é interessante e muita pode se achar o bonzão dos livros de suspense policial por ter descoberto o assassino ou a motivação, antes mesmo do autor revelar, só que depois ele nos dá uma rasteira tão grande, com uma coisa que a gente nunca imaginava que poderia acontecer, ele é demais! O Harry Bosch é um policial bem competente, eu até achei ele um pouco chato, mas um chato charmoso e faz parte da composição do personagem, é o tipo de chato que faz a gente amá-lo! Os personagens são todos bem construídos e cada um deles trás sua contribuição essencial para o bom desenrolar da história! Dos muitos temas abordados no livro, um deles é a ingerência, palavra muito utilizada pelo próprio Bosch, quando expressa a sua preocupação em investigar o caso que envolve uma pessoa tão influente quando um vereador, e se ele vai aceitar o resultado da investigação ou se vai querer interferi com o seu poder político para esconder algo que possivelmente possa estar por trás da morte do seu filho! Essas questões são sempre levantadas pelo investigador que preza muito pela idoneidade  e independência do seu trabalho!

A Diagramação do livro é perfeita para uma leitura rápida, eu li em apenas dois dias, a capa é simples mas fala muito da história e o nome do livro  está relacionada tanto à queda do filho do vereador, quanto do próprio vereador e da aposentadoria de Bosch! Leia A Queda e se prepare para algumas horas de adrenalina lá em cima,você vai querer saber quem comentou os crimes brutais investigados pelo Harry e chegar ao final do livro com vontade de ler o próximo!